menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Retrospectiva Lance!: veja como foi o 2025 do PSG, o melhor ano da história do clube

Les Parisiens entraram para o seleto grupo de vencedores da séxtupla coroa

pedro-ernesto-lance-scaled-aspect-ratio-1024-1024
Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porNathalia Gomes,
Dia 29/12/2025
03:45
Jogadores do PSG comemoram título da Champions League
imagem cameraJogadores do PSG comemoram no pódio o título da Champions League 2024/25 após a final contra a Inter de Milão (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)

  • Matéria
  • Mais Notícias

Desde 2011, quando teve sua realidade transformada por um aporte financeiro do Catar e passou a gastar milhões em contratações, o PSG alimentava o objetivo de conquistar a Champions League, em meio ao já recorrente domínio doméstico simbolizado pela tríplice coroa composta por Ligue 1, Copa da França e Supercopa da França. Foram 14 anos de espera e frustrações até que o maior momento da jovem história do clube, fundado há 55 anos, se concretizasse em 2025, a partir de um modelo de gestão distinto do anteriormente adotado pela entidade. A seguir, o Lance! revive o ano mágico vivido pelos franceses.

continua após a publicidade

➡️ Tudo sobre os maiores times e as grandes estrelas do futebol no mundo afora agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Futebol Internacional

Mesmo dinheiro, nova estratégia 📝

A temporada 2023/24 repetiu um roteiro já conhecido pelo clube, com conquistas no cenário nacional e frustração no âmbito continental. Kylian Mbappé liderou o setor ofensivo, com 44 gols no período, em uma equipe que já não contava com as estrelas Lionel Messi e Neymar, mas que seguia em busca da tão almejada Orelhuda. Sob o comando de Luis Enrique, responsável por impor ao PSG a maior derrota de sua história — o 6 a 1 sofrido diante do Barcelona na Champions de 2016/17 —, a equipe foi eliminada nas semifinais pelo surpreendente Borussia Dortmund.

continua após a publicidade

Aquela foi a deixa para Mbappé deixar o clube de forma gratuita ao fim do contrato e realizar um sonho pessoal que já era de conhecimento público havia anos: a transferência para o Real Madrid. O verão europeu de 2024 marcou uma profunda reformulação no elenco, em um processo iniciado com a chegada do diretor técnico Luís Campos, em 2022. Ao todo, 20 jogadores deixaram o clube, enquanto apenas cinco reforços foram contratados; guarde o nome deles: Matvey Safonov, João Neves, William Pacho, Désiré Doué e Khvicha Kvaratskhelia, este último integrado ao elenco a partir de janeiro. As aquisições seguiram um perfil pontual, com valores médios dentro dos padrões do PSG e foco em atletas com menos de 25 anos.

Onze de seleção 1️⃣1️⃣

Com o elenco à disposição, o treinador espanhol teve, em sua segunda temporada à frente do grupo, a oportunidade de reafirmar os traços de genialidade que o consolidaram como um dos principais técnicos de sua geração. Reconhecido desde a passagem por Barcelona pela valorização de um meio-campo controlador, estruturou o setor central do plantel com Vitinha em função mais centralizada, João Neves pela direita e Fabián Ruiz pela esquerda, jogador já conhecido do comandante desde os tempos da seleção espanhola.

continua após a publicidade

No ataque, a principal inovação seria a utilização de Ousmane Dembélé fora das pontas, como referência ofensiva, com o suporte dos recém-chegados Doué e Kvaratskhelia pelos lados. A defesa manteria sua base, com a inclusão de Pacho pelo lado esquerdo da zaga ao lado do capitão Marquinhos, enquanto o maior ganho de desempenho veio das laterais, com nomes já presentes no elenco: Nuno Mendes à esquerda e Achraf Hakimi à direita. No gol, Gianluigi Donnarumma permaneceria como titular, e Safonov no banco.

Onze inicial do PSG antes da partida contra o Bayern de Munique, válida pelo Mundial de Clubes de 2025 (Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP)
Onze inicial do PSG antes da partida contra o Bayern de Munique, válida pelo Mundial de Clubes de 2025 (Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP)

2024: liderança na França e caos europeu 🤯

A temporada teve início dentro da normalidade, com vitórias tranquilas na liga nacional, enquanto o clube se preparava para um desafio inédito: a mudança no formato da Champions, cuja fase inicial passou a ser disputada em sistema de liga, com oito partidas — quatro como mandante e quatro como visitante —, na disputa por uma vaga direta nas oitavas de final ou, ao menos, por um lugar nos playoffs anteriores a essa fase.

No entanto, um problema surgiu logo em seguida, com o conflito entre Dembélé, então o principal destaque da campanha, e Luis Enrique, que resultou no corte do jogador da viagem para o confronto contra o Arsenal, em Londres, pela segunda rodada. O episódio ocorreu após um desentendimento relacionado a questões disciplinares do atleta, situação já registrada na temporada anterior.

A situação e o revés por 2 a 0 diante dos Gunners marcaram apenas o início de uma sequência negativa no torneio, que incluiu empate por 1 a 1 contra o PSV e derrotas para Atlético de Madrid e Bayern de Munique. Os resultados levaram os parisienses a estacionarem na 25ª colocação entre os 36 participantes, fora da próxima fase até então.

Ousmane Ballon D'Or ⭐

Mal se imaginava que 2025 marcaria uma virada de chave para o PSG como um todo e, em especial, para Dembélé, jogador que, até então, não era conhecido pela alta capacidade de finalização, mas que superou uma marca pessoal, consolidou-se como um dos principais artilheiros do continente e conduziu o clube de volta ao rumo competitivo.

O Paris iniciou o ano com a conquista da Supercopa da França ao vencer o Monaco por 1 a 0, no dia 5, com gol do camisa 10 nos acréscimos da partida. Depois, ampliou a liderança na Ligue 1, e em janeiro engatou três triunfos seguidos na Champions, resultados que levaram o time à 15ª colocação e à classificação para os playoffs, com vitórias por 3 a 0 sobre o Salzburg, 4 a 2 diante do Manchester City e 4 a 1 contra o Stuttgart.

Na sequência, entre fevereiro e março, a equipe venceu os oito jogos disputados no período e iniciou uma campanha sem sobressaltos na Copa da França, impulsionada pelo protagonismo de Dembélé; em oito partidas entre janeiro e fevereiro, o atacante marcou 15 gols. Além disso, teve o início do mata-mata da Champions em um duelo acessível contra o compatriota Brest, no qual a equipe confirmou a superioridade com 10 a 0 no placar agregado em dois jogos.

➡️ Siga o Lance! no Google para saber tudo sobre o melhor do esporte brasileiro e mundial

Champions League de Paris 🏆

Com um título nacional na sala de troféus e outros dois bem encaminhados, o foco do grupo, da torcida e da mídia passou a se concentrar de forma inevitável na disputa da Champions, competição em que o caminho não se mostraria simples. O principal desafio já acompanharia a equipe ao longo de toda a competição, uma vez que, em razão da baixa colocação na fase de liga, seria obrigada a decidir a maioria das partidas fora de casa.

Nas oitavas de final, o Paris enfrentou o Liverpool, equipe que à época apresentava um dos melhores desempenhos da Europa, em um confronto marcado por atuações decisivas dos goleiros: Alisson na ida pelos ingleses e Donnarumma na volta pelos franceses. Após a vitória dos Reds por 1 a 0 no primeiro confronto, o Paris respondeu no jogo de volta com gol de Dembélé e garantiu a classificação na disputa por pênaltis.

Com o título da Ligue 1 assegurado de forma antecipada no início de abril, o time voltou as atenções para a Champions, agora diante do Aston Villa. Na ida, triunfo por 3 a 1 no Parc des Princes; na volta, um revés por 3 a 2 longe dos seus domínios, resultado que trouxe apreensão, mas não impediu a confirmação da classificação da equipe francesa.

O susto da fase anterior serviu como aprendizado, que compreendeu a necessidade de manter o nível de concentração e evitar erros a partir daquele momento, postura confirmada no confronto contra o Arsenal. Com vitórias por 2 a 1 em casa e 1 a 0 fora, o PSG garantiu a classificação para a final do torneio, apenas a segunda da história do clube.

➡️ Atenções e defeitos: os pontos fracos e fortes de Arsenal e PSG, oponentes na Champions

Taças de champagne 🥂

Para consolidar a temporada considerada histórica, o mês de maio se apresentava como a prova definitiva do real alcance daquele grupo, inicialmente na final da Copa da França, em busca de um inédito triplete nacional. Diante do já rebaixado Stade de Reims, no Stade de France, para um público de 77 mil pessoas, o desfecho ocorreu conforme o roteiro esperado: vitória por 3 a 0, construída com gols de Hakimi e dois de Bradley Barcola, restando apenas a conquista mais aguardada: a Orelhuda.

Com a final definida contra a Inter de Milão, a expectativa era de um grande duelo sem favoritismo entre equipes de características distintas, mas o que se viu em campo foi uma das maiores bailes já registrados em uma decisão. 5 a 0 para os campeões inéditos, com domínio desde os minutos iniciais e margem para um placar ainda mais elástico. Hakimi abriu aos 15', Doué ampliou aos 20' e voltou a marcar aos 63', seguido por gols de Kvara, aos 73', e Senny Mayulu, aos 86'. 23 finalizações contra oito dos italianos, 59% de posse de bola e um inesquecível dia 31 de maio de 2025.

O resultado garantiu a primeira taça europeia do clube desde 1996, quando conquistou a Recopa Europeia, e, sobretudo, a inédita Champions da história de um projeto concebido por esse objetivo. Luis Enrique, que já havia alcançado a tríplice coroa — liga, copa e Champions — pelo Barcelona em 2015, repetiu o feito por outro clube uma década depois e, nas celebrações, vestiu uma camisa em homenagem à filha, falecida em 2019, enquanto nas arquibancadas a torcida prestou tributo com um grande bandeirão.

Torcida do PSG ergue bandeira em homenagem à filha de Luis Enrique na final da Champions League 2024/25 (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)
Torcida do PSG ergue bandeira em homenagem à filha de Luis Enrique na final da Champions League 2024/25 (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)

Em 17 jogos, o PSG registrou 11 vitórias, um empate e cinco derrotas, além de 38 gols marcados e 15 sofridos, o que resultou em 64,7% de aproveitamento. No âmbito individual, Dembélé foi eleito o melhor jogador da edição, enquanto Doué recebeu o prêmio de melhor jovem, e ambos integraram o All-Star Team de 2024/25, ao lado de Donnarumma, Hakimi, Marquinhos, Nuno Mendes e Vitinha.

Calcanhar de Luis Enrique ❌

Após uma temporada de altíssimo nível, o PSG encarou mais um desafio inédito. A entidade teve a oportunidade de legitimar sua ascensão no cenário global ao disputar a primeira edição da Copa do Mundo de Clubes, realizada nos Estados Unidos, e, inserida no Grupo B, considerado o mais forte do torneio, enfrentou Atlético de Madrid, Botafogo e Seattle Sounders.

A campanha teve início com uma vitória tranquila por 4 a 0 sobre o Atlético, resultado que serviu como revanche do confronto recente pela Champions, mas na sequência sofreu uma derrota surpreendente ao perder para o Botafogo por 1 a 0, com gol de Igor Jesus, em uma das vitórias mais emblemáticas do torneio. Ainda assim, a classificação foi assegurada na rodada final, com triunfo por 2 a 0 sobre a equipe anfitriã e a liderança do grupo confirmada graças ao resultado paralelo, o que permitiu ao clube avançar às oitavas de final e retomar o futebol dominante que marcou sua trajetória europeia.

Nas oitavas de final, o Paris goleou por 4 a 0 o Inter Miami, de Luis Suárez e Messi, com todos os gols marcados ainda no primeiro tempo, e, na sequência, superou um dos favoritos ao título ao vencer o Bayern por 2 a 0 nas quartas de final, em mais uma revanche recente de Champions. Na semifinal, o PSG não se intimidou diante do Real Madrid, definiu o confronto ainda no primeiro tempo com três gols e fechou o placar em 4 a 0, o que reforçou o favoritismo francês para a decisão.

Contudo, na final ocorreu o desfecho menos esperado diante de tudo o que a equipe havia apresentado ao longo do ano, no que se configurou como o dia mais difícil dos parisienses na temporada. Diante do Chelsea, no MetLife Stadium, o PSG teve atuação abaixo da média e sofreu três gols ainda no primeiro tempo, dois de Cole Palmer e um de João Pedro. Sem esboçar reação após o intervalo, o resultado garantiu a vitória por 3 a 0 e o título mundial aos ingleses, em contraste com a regularidade demonstrada ao longo do torneio pelos Vermelhos e Azuis.

📲 De olho no Lance! e no Futebol Internacional. Todas as notícias, informações e acontecimentos em um só lugar.

Da França, da Europa e do mundo 🌍

Com um saldo positivo, o esquadrão liderado por Luis Enrique colheu os méritos de sua campanha, embora tenha tido pouco tempo de descanso antes do início de 2025/26, na qual enfrenta um desafio ainda maior do que vencer: manter a hegemonia. No torneio de abertura da temporada, a Supercopa da Europa, o vice-campeão mundial superou o Tottenham Hotspur nos pênaltis por 4 a 3, após empate por 2 a 2 no tempo regulamentar, e conquistou seu primeiro título na competição, tornando-se o primeiro clube francês a alcançar tal feito.

Recentemente, a instituição voltou a erguer um troféu inédito para encerrar o ano com chave de ouro. Em 17 de dezembro, o campeão europeu disputou a Copa Intercontinental no Catar, entrando diretamente na final única contra o Flamengo, que já havia acumulado dois triunfos na competição. Nos 120 minutos, o confronto de alto nível terminou empatado em 1 a 1, e a decisão foi decicida nos pênaltis, cenário inesperado até então.

Na disputa, Safonov foi o protagonista ao defender quatro cobranças rubro-negras, tornando-se o herói improvável de uma conquista mundial aguardada desde o meio do ano. O placar consagrou o PSG como o primeiro francês a vencer o torneio e, de quebra, garantiu ao time da Cidade Luz um lugar no grupo dos vencedores da séxtupla coroa, ao lado de Barcelona (2009) e Bayern (2020).

Jogadores do PSG comemoram no pódio o título da Copa Intercontinental de 2025 após a final contra o Flamengo (Foto: Karim Jaafar/AFP)
Jogadores do PSG comemoram no pódio o título da Copa Intercontinental de 2025 após a final contra o Flamengo (Foto: Karim Jaafar/AFP)

2025/26 🔢

Se a temporada passada foi marcada por uma liga nacional sem concorrência ao gigante, a situação mudou. Os atuais campeões ocupam a vice-liderança com 36 pontos — um atrás do líder Lens (37) —, obtidos em 11 vitórias, três empates e duas derrotas, além de 35 gols marcados e 14 sofridos, com saldo positivo de 21. As duas derrotas foram diante de adversários considerados fortes do país: Olympique de Marselha e Monaco, ambas por 1 a 0.

Na Champions, o PSG também está na segunda colocação: 13 pontos em seis rodadas, cinco a menos que o líder Arsenal, detentor de 100% de aproveitamento. A campanha parisiense registra quatro vitórias, um empate e uma derrota, com 19 gols marcados e oito sofridos, ou seja, saldo positivo de 11. A única falha ocorreu em 4 de novembro, no Parc des Princes, quando o Bayern de Munique derrotou por 2 a 1.

Na estreia da Copa, em seu último compromisso de 2025, no dia 20 de dezembro, o bicho-papão da capital venceu com facilidade o Fontenay, da terceira divisão nacional, por 4 a 0. Por fim, nas competições nacionais de 2025/26, a Supercopa da França terá decisão em 8 de janeiro de 2026, às 13h (de Brasília), contra o Marselha.

  • Matéria
  • Mais Notícias