Secretária de Zezé Perrella registra BO contra a esposa de Wagner Pires

A esposa do mandatário do Cruzeiro teria invadido a sala da presidência do conselho deliberativo, demitido a funcionária de Perrella e levado documentos 

A esposa do presidente do Cruzeiro teria levado documentos que estavam sob posse do  Conselho Deliberativo da Raposa e ainda demitido a secretária de Zezé Perrela
A esposa do presidente do Cruzeiro teria levado documentos que estavam sob posse do Conselho Deliberativo da Raposa e ainda demitido a secretária de Zezé Perrela- (Bruno Haddad/Cruzeiro)

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Dando seguimento a sequência de confusões que vem marcando o noticiário do Cruzeiro, a ova pequena bomba que o clube terá de administrar é o suposto envolvimento da esposa do presidente Wagner Pires de Sá, Fernanda São José, que teria invadido o gabinete da presidência do conselho, demitido a secretária de Zezé Perrella, que chefia os conselheiros, além de levar documentos em posse de Perrella.


A ocorrência foi relatada por Hellen Caroline Carvalhais Rocha, que trabalha diretamente com Perrella na presidência do conselho. Ela registrou Boletim de Ocorrência(veja abaixo) explicitando o que teria acontecido.

A secretária de Zezé Perrella disse aos policiais notou ter seu login e senha de acesso ao sistema do clube suspensos, com Fernanda tendo entrado em seguida na sala que dá acesso à sala da presidência do conselho, perguntou pelo assessor direto de Zezé, Rogério Nunes, mas como não soube dizer onde ele estava, Helen pediu para saber o motivo da invasão na sala. A secretária ouviu que “deveria saber o que está acontecendo”, de acordo com seu depoimento.

Fernanda São José saiu da sala, voltou e perguntou a Hellen se queria tirar dias de folga, algo rejeitado pela secretária. A mulher de Wagner Pires anunciou a sua demissão, chamou Cleonice Maria da Piedade, funcionária RH do clube, e Guilherme Barros da Silva, segurança do prédio, para que eles a levassem até a saída do local.

No depoimento, Hellen que Fernanda pegou vários documentos que eram do Conselho Deliberativo e que estava gravando tudo quando a esposa de Pires de Sá tentou tirar o celular das mãos da secretária e, em seguida retirou o seu crachá funcional.

O BO foi registrado pela secretária de Zezé Perrela contra a esposa de Wagner Pires de Sá
O BO foi registrado pela secretária de Zezé Perrela contra a esposa de Wagner Pires de Sá- (Reprodução)

Fernanda São José negou que tenha retirado qualquer documento da sede do Cruzeiro e afirmou que não tem autoridade para isso. Afirmou ter testemunhas de que nada do que foi relatado pela secretária aconteceu.

A possível motivação para a retirada da documentação é a suspeita de Wagner `Pires de Sá estar envolvido em irregularidades investigadas pela Polícia Federal na “Operação Escobar”. O presidente do Cruzeiro deu depoimento à PF está semana para esclarecimento da ligação de advogados do clube, Carlos Alberto Arges Júnior e Ildeu da Cunha Pereira, envolvidos em vazamentos de documentos internos da corporação.

O que é a Operação Escobar?
A operação Escobar é um desdobramento da Capitu, que investiga em suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O advogado do Cruzeiro, Ildeu da Cunha Pereira, e outras 15 pessoas foram presas em investigação, incluindo o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, que foram detidos.
Segundo a Polícia Federal, as investigações da Escobar começaram depois que documentos da Operação Capitu foram encontrados na casa de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB), em dezembro de 2018.
Como os documentos terem foram encontrados na na casa dela, a PF constatou que houve um vazamento de informações interno sobre outras operações da corporação. Os advogados citados e ligados ao Cruzeiro teriam tido acesso privilegiado às informações e as usavam para oferecer aos clientes facilidades ilegais.
Em nota, a Polícia Federal disse que "tal atitude não só prejudicou diversas investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos".
Até agora, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos escritórios dos advogados investigados. Arges, Ildeu e um servidor da Polícia Federal tiveram prisão preventiva decretada. Um outro servidor teve prisão temporária decretada.

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