Ferj x Fluminense: entenda o racha e as consequências se o clube não jogar o Carioca

Federação carioca não acredita que clubes desistam de jogar o Estadual, mesmo que a competição retorne em meio à pandemia do novo coronavírus

Montagem - Mário Bittencourt e Rubens Lopes
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, à esquerda, e Rubens Lopes, mandatário da Ferj, à direita (Foto: Divulgação)

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A polarização de opiniões sobre a retomada do Campeonato Carioca no meio da pandemia do novo coronavírus ganha novos capítulos todos os dias. O racha de Fluminense e Botafogo com a Ferj continua, mas é o clube Tricolor quem tem feito embates mais incisivos. Nesta semana, como revelado pela Rádio Globo e confirmado pelo LANCE!, o presidente Mário Bittencourt deixou o grupo de WhatsApp com os demais presidentes de clubes e a federação.

O Botafogo também é da corrente de que se deve aguardar a melhora da curva da COVID-19 para que se pense em voltar aos jogos. No entanto, o Alvinegro enviou um de seus médicos para a reunião da Comissão Médica Provisória na última terça-feira, em que o Fluminense foi o único ausente. Na última quarta, o Rio de Janeiro bateu novo recorde de mortes, com 324 óbitos em 24 horas, totalizando mais de seis mil no Estado.

Haverá um arbitral no próximo sábado, às 15h, que pode definir o retorno do Campeonato Carioca, que neste momento tem previsão já para a segunda quinzena do mês. Pelo regulamento da competição, caso algum clube se recusar a jogar, perderá por WO. Se for considerado o abandono da competição, a equipe "será penalizada com multa e rebaixamento para a categoria, divisão ou série imediatamente inferior, no ano seguinte, em se tratando das Séries A e B, ou ficará impedida de participar no ano seguinte, em se tratando de associações da Série C".

A Ferj não acredita que os clubes irão optar por não jogar o Campeonato Carioca. No entanto, não está claro, caso aconteça de o Fluminense bater o pé e não jogar, o que irá acontecer.

Neste momento, o Fluminense argumenta que não retomará as atividades por uma série de motivos: a recomendação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) para que não haja treinos presenciais, assim como do Ministério Público e do Ministério Público do Trabalho. Além disso, alega que a volta sem o controle da curva epidemiológica, colocaria os atletas em risco de contaminação. O clube vê a volta como "desnecessária do ponto de vista desportivo".

O Fluminense prefere não se manifestar sobre o assunto, mas o principal motivo para a decisão de Mário de sair do grupo é o tratamento visto como deboche com ele e Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo. Em contato com a reportagem do LANCE!, a Ferj emitiu o seguinte posicionamento:

- Não há desgaste com o Fluminense, a quem respeitamos como filiado e pelo que representa para o futebol do Rio de Janeiro. Há uma diferença entre desgaste e divergência. O estado democrático permite, e é salutar, o debate dentro dos preceitos legais, e o fato do presidente do Fluminense opor divergências não compromete em nada as relações pessoais e institucionais. Faz parte do contexto, como também o respeito à decisão da maioria - começou a nota.

- A Federação não trabalha com hipótese de abandono da competição por nenhum clube, por se tratar de medida sem nenhum sentido, radical e geradora das indesejáveis e graves consequências que foram estabelecidas pelos próprios clubes. Acreditamos na convergência, trabalhamos para isso e a tradição e importância das instituições não admitem equívocos nesse sentido e de tamanha magnitude - completou.

Situação do Carioca

Restando apenas duas rodadas para o fim da fase de grupos da Taça Rio, o Fluminense lidera o Grupo B, com nove pontos. O Tricolor tem também a melhor campanha geral, com 24 pontos, dois a mais do que o Flamengo. Assim, mesmo que o Rubro-Negro vença no returno, o time de Odair Hellamann teria direito a disputar a final do Estadual.

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