Presidente do São Paulo fala sobre venda de ‘naming rights’ do Morumbi

Segundo Julio Casares, é um desafio, tanto na questão cultural quanto na econômica 

Morumbi - Climão São Paulo x Flamengo
Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi (Foto: Gabriel Santos/Lance!) 

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No Brasil, alguns clubes optaram por vender os nomes de seus estádios para empresas patrocinadoras, como é o caso do Palmeiras (Allianz Parque) e do Corinthians (Neo Química Arena). Em contrapartida, alguns palcos seguem com seus nomes históricos, como é o caso do Morumbi, casa do São Paulo. Porém, de acordo com o presidente do Tricolor, Julio Casares, isso pode mudar nos próximos anos do clube, sendo um dos desafios de seu mandato.


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A prática consiste na venda dos 'naming rights' dos estádios, ou seja, dos direitos de nome. Isso significa que uma empresa oferece uma quantia de dinheiro ao clube para colocar seu nome no estádio, dando visibilidade e maior difusão da marca. O processo já é muito comum na Europa e está se popularizando cada vez mais no Brasil.

Durante entrevista concedida ao jornalista Jorge Nicola, Casares foi perguntado sobre uma eventual venda dos 'naming rights' do Morumbi, estádio tradicional do futebol brasileiro, e se essa venda era um dos objetivos do presidente para seu tempo no comando do São Paulo. 

Julio Casares confirmou que há esse plano, que deve trazer uma boa quantia de dinheiro aos cofres do público, mas salientou as dificuldades da negociação, como a resistência da torcida e de membros do clube por ser uma mudança no apelido tão conhecido e tão marcante do estádio Cícero Pompeu de Toledo.

- É um dos desafios mais difíceis. Primeiro, porque não tem a cultura do 'naming rights' no Morumbi, tem uma resistência histórica que já viramos essa página. Mas temos, hoje, uma crise mundial e depois, com o quadro da pandemia, todo tipo de investimento vultuoso é repensado. Então esse é um desafio, que merece alguns anos aí para frente, ou talvez meses - comentou o presidente.

O executivo seguiu sua argumentação explicando as questões financeiras do mundo e as questões organizacionais do clube que influenciam diretamente no processo da venda dos 'naming rights', mostrando que esse tipo de negociação não é tão fácil quanto alguns pensam.

- Depende muito da estabilidade econômica. Quando a gente fala estabilidade econômica, é estabilidade do Mundo, depois do Brasil, depois do segmento futebol, ou seja, não é algo fácil. Muitas pessoas pensam que é fácil você vender um patrocínio master, mas você tem que criar raízes tem que criar propriedades, estabelecer a credibilidade, para que depois o mercado comece a comprar. E para isso, você tem que ter um profissional e uma linha filosófica profissional no marketing, e estamos voltando a ter, o Eduardo Toni é nosso diretor de marketing, tem feito um trabalho muito profissional e, com isso, a credibilidade voltando e a economia melhorando, a suas chances aumentam - explicou Julio Casares.

Perguntado por Jorge Nicola sobre os valores que ele pediria aos possíveis interessados, o presidente não deu nenhum valor, sequer margem, apontando que essa resposta depende do mercado.

- Depende, Jorge, eu sempre falo que preço não é uma questão de quem vende, é uma questão do mercado, de sinalização do mercado. Por exemplo, se eu falasse que um contrato de R$ 500 milhões, meio bilhão de reais, por determinado tempo, era algo muito alto, hoje eu digo que ele é quase impossível, pela questão de mercado. Então, isso tudo vai variar do tempo, do investimento e, principalmente, do momento econômico - completou.

Por fim, Casares afirmou que este é um assunto que ainda deve ser debatido e muito conversado, sendo resolvido em próximos capítulos.

- Acho que o 'naming rights' será fruto de conversas um pouquinho mais para frente. Nós precisamos respirar, a economia, a vida a saúde e, depois disso, nós voltamos a ter, talvez, a sinalização de grandes investimentos no futebol brasileiro.

Com a atual situação da pandemia no Brasil, o governo do Estado de São Paulo entrou em acordo com a Federação Paulista de Futebol para a paralisação do Paulistão até, pelo menos, o dia 30 de março. Assim, a incerteza da continuidade das competições de maneira regular faz com que os times e os investidores sejam mais cautelosos em ao abrir os bolsos.

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