Prass, Valdivia, Carlos Eduardo, Rony: Mattos fala de polêmicas no Verdão

Hoje no Atlético-MG, diretor de futebol disse que chegou a contratar Rony em 2018, mas foi vetado por departamento jurídico do Palmeiras, e explicou assuntos de grande repercussão

Alexandre Mattos Palmeiras
Alexandre Mattos trabalhou cinco anos no Palmeiras e explicou polêmicas no clube (Agência Palmeiras/Divulgação)

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Em meio à pausa do futebol por conta da pandemia de coronavírus, Alexandre Mattos esclareceu polêmicas no Palmeiras. Hoje no Atlético-MG, ele foi diretor de futebol do Verdão por quase cinco anos, de janeiro de 2015 até ser demitido, em dezembro de 2019, e falou sobre contratações e insucesso em renovações que geraram repercussão entre os torcedores.

Alexandre Mattos deu entrevista ao vivo para Fox Sports, nesta quarta-feira, com o Palmeiras como principal tema. O LANCE! relata abaixo os principais temas abordados pelo dirigente, que apontou Valdivia como "irrelevante", disse ter ficado chateado com Fernando Prass, explicou a opção por Carlos Eduardo no ano passado e contou até que chegou a contratar Rony para o clube, mas o departamento jurídico vetou o acerto com o atacante, que veio em 2020.

FERNANDO PRASS
O goleiro, hoje no Ceará, não renovou seu contrato no fim do ano passado, ouvindo o argumento de que não fazia parte do planejamento montado por Mattos, demitido semanas antes. Prass não escondeu que o diretor de futebol era um dos culpados por ele deixar o clube depois de sete anos, o que chateou o atual dirigente do Atlético-MG.

- Essa história do Fernando Prass me chateou. Renovei com ele três vezes e tenho respeito enorme, um dos maiores profissionais que trabalhei, impressionante o que faz no dia a dia. Antes do jogo contra o Grêmio (em 24 de novembro), eu, o presidente (Maurício Galiotte), o Mano Menezes, o Cícero (Souza, gerente de futebol), o Paulo Buosi e o Alexandre Zanotta (vice-presidentes) decidimos que ficaria o Jailson e liberaríamos o Prass. Falei que ia avisá-lo, mas pediram para avisar só faltando um jogo. Fui demitido uma semana depois, e mantiveram o planejamento. Por que fiquei como responsável se fui demitido? - questionou.

- Se eu estivesse lá, o Prass ia sair. Tem 41 anos, há dois anos e meio não era titular, vinha sendo o terceiro goleiro e era um dos maiores salários do Palmeiras. Ficou incompatível. Mas, um dia, vou conversar com ele. Inclusive, explico publicamente uma dúvida que ele tem: eu não o deixava dar entrevista a pedido do Oscar Rodriguez, preparador de goleiros do Palmeiras, porque, quando ele dava entrevista pedindo para jogar e renovar, o Jailson e o Weverton ficavam chateados. Era para manter um bom ambiente - falou.

- Em 2016, o Paulo (Nobre, presidente na época) considerava o seu contrato caríssimo, e convenci o Prass a baixar seu salário. Em 2017, eu e o Maurício (Galiotte, presidente), renovamos. Chegou o Roger (Machado, técnico no começo de 2018), falou para liberar e não deixamos. No fim do ano, em reunião com o Felipão, o presidente e o Cícero, antes do título brasileiro, ficou definido que Edu Dracena e Prass seriam liberados e renovaria com Jailson por dois anos. Na semana da festa do título, bateu em mim e no Felipão um lado de não liberar, porque eram importantes, demos um ano para o Prass e o Edu e o acordo que eu já tinha com o Jailson, de dois anos, baixou para um. Se treinador e presidente autorizassem, os três ficariam todo ano.

VALDIVIA
O meia chileno não renovou seu contrato, que se encerrava na metade de 2015, e já usou suas redes sociais, inclusive anos depois, para ofender Alexandre Mattos, a quem considera um dos responsáveis por não ter ficado após cinco anos seguidos no clube, sete no total de passagem. Mas o diretor de futebol argumenta que o presidente Paulo Nobre não o queria.

​- O Valdivia é um tema irrelevante para mim. Jogaram pra ele que eu não quis renovar e ele acreditou. Eu queria renovar, mas o Paulo não queria, disse que já deu. Tecnicamente, é um dos melhores com quem já trabalhei, mas não renovou, vida que segue - explicou-se Mattos.

CARLOS EDUARDO X BRUNO HENRIQUE
​Em dezembro de 2018, o Palmeiras pagou US$ 6 milhões (cerca de R$ 23 milhões na época) ao Pyramids, do Egito, por Carlos Eduardo, que não agradou e deixou o clube uma temporada depois. O valor foi similar ao desembolsado pelo Flamengo para contratar Bruno Henrique, destaque na Libertadores e no Brasileiro de 2019. Mas Mattos considera muita injusta a comparação.

- O Bruno Henrique vinha de um ano de oscilação no Santos em 2018, era reserva. Virou o que virou agora, por mérito dele. Mas não fez parte dos pedidos da comissão técnica, que colocou duas ou três situações, sendo uma delas o Carlos Eduardo. É muita sacanagem falar que se pagou a mesma coisa. O São Paulo comprou o Pablo por mais do que o Flamengo pagou para o Bruno Henrique, o Corinthians mais paga nos salários de Boselli e Vagner Love - falou.

- Um detalhe: teve uma reunião de presidentes, e o Maurício me ligou falando que o presidente do Santos estava chateado com o Flamengo, perguntou se eu queria o Bruno Henrique, mas por 10 milhões de euros mais o Raphael Veiga. Falei que não era certo, o Maurício concordou, e o Bruno Henrique foi para o Flamengo por 5 milhões de euros. Ninguém quer vender para rival. O presidente do Fluminense me ligou dizendo que, se o Pedro não fosse para fora, não venderia para o Flamengo e que eu poderia comprar pagando como conseguisse - contou.

- Tenho a minha responsabilidade pelo Carlos Eduardo, mas foi aprovado e embasado por todos: departamento financeiro, Felipão, presidente... Como adquirimos outros que deram certo. Erros e acertos acontecem, mas acertamos muito, muito, muito mais. E não foi por que o Carlos Eduardo foi para o Palmeiras que o mundo acabou - completou.

RONY
O Palmeiras contratou Rony em fevereiro deste ano, deixando o Athletico-PR sob pagamento de 6 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões na época) por 50% dos seus direitos econômicos. Mas Mattos argumenta que o atacante não esteve no clube desde a metade de 2018 somente por veto do departamento jurídico, que temia problemas pelo entrevero na Justiça que o jogador travava com o Albirex Niigata, do Japão.

- Contratamos o Rony uma semana após vender o Keno (para o Pyramids, do Egito, em junho de 2018). Fez exame médico e pré-contrato, mas o departamento jurídico achou muito perigoso e vetou. Tentamos acordo com os japoneses, mas o empresário dele não quis - recordou Mattos.

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