Santos lança time de basquete em cadeira de rodas: ‘Ganhando espaço’

Após masculino, feminino e Sub-23, Santos FC Mobydix terá também uma equipe adulta para cadeirantes, em iniciativa inédita no país, com gestão do ex-jogador Paulo Jamelli

Santos FC Mobydix terá também uma equipe adulta para cadeirantes (Foto: Fernando Roberto/Agência Futpress)
Santos FC Mobydix terá também uma equipe adulta para cadeirantes (Foto: Fernando Roberto/Agência Futpress)

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O Santos e o Mobydix anunciaram a ampliação da parceria com a montage. Após formarem equipes adultas no basquete 3x3 no masculino e no feminino, além de um time Sub-23, chegou a vez de estrear um time para a disputa em cadeira de rodas, também nos dois naipes.

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O lançamento da equipe aconteceu no último sábado, no Clube Atlético Ypiranga, em São Paulo, que também será a casa do time para os treinamentos semanais. O gestor do projeto Santos FC Mobydix, inclusive, é um grande conhecido da torcida santista: Paulo Jamelli, que defendeu o clube em 1995 e 1996, antes de seguir para a Ásia e a Europa.

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- Temos um contrato para montar toda a parte do basquete do Santos Futebol Clube, tanto na modalidade convencional, quanto no 3x3. E montar a equipe do basquete em cadeira de rodas foi um desafio nosso. Temos essa parceria com o Ypiranga, que conhecemos desde infância, eu e meu irmão jogamos futsal aqui quando jovens, e eles tinham atletas - disse Jamelli, que completou:

- Agora já temos o masculino, feminino, Sub-23, o basquete em cadeira de rodas... Hoje é uma realidade. Estamos, agora, mirando um projeto social em Santos com cerca de 200 garotos e garotas de 9 a 15 anos, para fomentar a base. Ainda buscamos mais apoiadores, mas em um ano já fizemos muito. Estamos ganhando nosso espaço.

O evento em São Paulo também contou com a presença da coordenadora do projeto feminino do Santos FC Mobydix, a ex-pivô Alessandra, campeã mundial com a Seleção em 1994 e medalhista olímpica em Atlanta-1996 (prata) e Sydney-2000 (Bronze). A ex-jogadora se aposentou do profissional em 2013, aos 39 anos, mas jogou a modalidade 3x3 entre 2014 e 2019.

- Fico até emocionada em falar sobre isso, porque foram anos batalhando para encontrar parcerias para o basquete 3x3 no Brasil. E o Santos FC e o Jamelli terem abraçado isso foi muito importante. Saber das dificuldades que os atletas passam e, hoje, vê-los desempenhando melhor seus papéis, fazendo o que gostam, sem desistir de seus sonhos... É um misto de emoções - revelou Alessandra.

A próxima meta das equipes em cadeira de rodas é a disputa dos campeonatos estaduais e nacionais no país, e o time treinará três vezes por semana em São Paulo. Mas, por pouco, a equipe não foi obrigada a encerrar suas atividades por conta da falta de apoiadores.

Foi o que explicou a ala e armadora Mariana do Nascimento Costa, de 32 anos. Experiente, ela participou da primeira equipe infantil da modalidade formada no Brasil em 2001, e atua profissionalmente desde 2016. Ao término da partida de exibição deste sábado, ela falou emocionada aos seus colegas e os gestores do Santos FC Mobydix.

- Ficamos com medo de perder tudo isso. Hoje é um dia muito especial para nós. Estamos encontrando nossos ídolos e voltando a disputar nosso esporte. Estamos muito orgulhosos de vestir essa camisa, de quem acreditou em nós. Esse é o primeiro capítulo de uma história que começa agora. Todos nós nos sacrificamos muito para treinar aqui, pegando ônibus lotado, toda a dificuldade de locomoção, e lutamos contra todas as adversidades para estar aqui, porque fazemos o que amamos. E, hoje, colhemos os frutos disso - disse Mariana.

O Santos FC Mobydix conhecerá em breve seu calendário para essa temporada, mas mostrou já estar pronto para qualquer disputa que vier pela frente. Para quem está acostumado a batalhar contra as adversidades, fazer isso dentro de quadra é um sonho realizado.

Futebol e basquete: a mistura que deu certo

Além de ter a chancela e o apoio de um clube de futebol, o Santos FC Mobydix conta com a gestão de um ex-jogador com experiência em grandes clubes do país, como o próprio Santos, São Paulo e Corinthians, Paulo Jamelli, que garante que o passado como esportista, e não futebolista, fala mais alto.

- Meu DNA é 99% no futebol, claro, mas por meio da nossa empresa, a Total Player, que tem como clientes em bilheteria e sócio-torcedor diversas equipes de basquete e o próprio NBB, começamos a entrar nesse mundo também. Mas, no fim, a paixão pelo esporte é o que fala mais alto. O mesmo sentimento que eu tinha quando jogava eu vejo que esses meninos e meninas têm também - disse Jamelli.

Já na coordenação técnica estão a campeã mundial Alessandra e Sergio Garcia, que possui vasta experiência no 3x3 e auxilia na preparação da equipe masculina. Para a ex-jogadora, seu papel não veio "por acaso", mas sim como fruto dos caminhos seguidos após sua aposentadoria.

- Meu papel como gestora é um misto de novidade e desafio. Joguei o 3x3 até 2019, mas é um processo que já venho amadurecendo com o tempo, de participar ativamente nisso. Estudei muito depois que parei de jogar. Nesse ano já estamos colhendo resultados desse projeto. Por eu ter vivido em vários cenários do basquete no mundo, trago uma filosofia diferente. Quero contribuir para melhorar a realidade - finalizou a campeã mundial.

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