Fabrizio Gallas: Alcaraz pode repetir domínio de Federer

Coluna mostra que o espanhol pode ser soberano quando Djokovic e Nadal se aposentarem

Carlos Alcaraz
Carlos Alcaraz é 'o cara' do momento no circuito da ATP (Foto: AFP)

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O que vem jogando Carlos Alcaraz não é brincadeira. Desde Indian Wells, o espanhol simplesmente está dominando e varrendo cada adversário que vê pela frente, ou como se diz no futebol, colocando no bolso. 

Muita força, precisão, confiança e convicção. Cabeça forte e poucas oscilações. Até o momento, campanha perfeita e podendo ser o primeiro na história a vencer o Sunshine Double no masculino sem perder sets. Ainda restam dois jogos, é claro, mas difícil apostar contra ele, salvo algum problema físico de última hora.

As atuações nesses dois torneios, sem Novak Djokovic e sem Rafael Nadal, deixam no ar uma tendência bem factível de que o espanhol pode ter um reinado no estilo que Roger Federer teve entre 2004 e 2008, até Rafael Nadal se consolidar como grande jogador do piso duro e na grama. Sim, ainda falta Alcaraz se provar em Wimbledon mas, fazendo algumas adaptações e pegando experiência na superfície, ele pode jogar bem por lá também.

Não vejo Jannik Sinner, Daniil Medvedev ou Holger Rune (por enquanto falando mais do que jogando) para bater de frente.

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Nesse meio tempo, quando Nadal e Djokovic se aposentarem, algo que está próximo, podem haver intercorrências, como lesões. Alcaraz, por exemplo, perdeu o Australian Open e jogou mal no fim do ano passado. E também tem a questão do querer. O próprio espanhol admitiu que fez "algumas coisas erradas" após vencer o US Open do ano passado e alcançar o topo. Se ele se mantiver com tamanha vontade, motivação e bem de saúde, vai dominar quando os dois atletas do Big 3 pendurarem as raquetes. Aliás, mesmo com eles em ação, Alcaraz já obteve vitórias, não é?

No feminino, Elena Rybakina, mesmo cansada, acumulou sua 13ª vitória seguida e pode ser a quinta mulher na história a ganhar o Sunshine Double. A confiança é tanta que, mesmo jogando mal, ela arruma uma forma de vencer, ou seja, se recusa a perder. Se Wimbledon tivesse contado pontos, ela estaria ali lutando pelo número 1 junto com Aryna Sabalenka.

Falando em Wimbledon, o torneio anunciou a volta dos russos e bielorrussos que foram banidos no ano passado. A ATP e a WTA emitiram comunicado aplaudindo a decisão e falando em justiça. Nenhum jogador deve ser punido por guerras promovidas por comandantes de seus países, seja ele qual for. O esporte é individual. E também cada um tem sua opinião, afinal vivemos em uma liberdade. Pelo menos penso que vivemos, não é ?

Falando em liberdade, o torneio de Miami parece mais vazio nos jogos sem a presença de Carlos Alcaraz. Tive percepção parecida com as partidas em Indian Wells também, mesmo que o saldo de público tenha sido positivo, de acordo com os números enviados. Certamente com a presença de Novak Djokovic e Rafael Nadal haveria mais gente. Um não está lá por questões físicas. O outro, bem, não vamos entrar nesse assunto de novo...

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