Como foi redigida a súmula de jogo entre Ceará e Cuiabá abordando invasão de torcedores

Confronto foi encerrado antes do previsto por conta da ausência de segurança na Arena Castelão

Caio Max Augusto Vieira
Caio Max Augusto Vieira apitou Ceará e Cuiabá no último domingo (16) (Divulgação)

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Coube ao árbitro da partida, o potiguar Caio Max Augusto Vieira, descrever a situação lamentável ocorrida na partida entre Ceará e Cuiabá onde a invasão de torcedores do Vozão forçou o encerramento prematuro do confronto realizadou no último domingo (16), na Arena Castelão.

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Além de acrescentar que notou o arremesso de assentos arrancados da arquibancada na direção do gramado bem como as tentativas de agressão a atletas, equipe de arbitragem e a estrutura do Árbitro de Vídeo, Caio apontou a inexistência de segurança para a retomada do embate pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Situação essa que foi reforçada em questionamento feito ao comandante geral do policiamento no local, o Tenente-Coronel do Batalhão de Choque, Eduardo Souza Landim. 

O dono do apito agregou na súmula que o reinício do jogo tampouco seria possível devido as condições emocionais que apresentavam as duas equipes diante de situação tão impactante. Alguns relatos apontaram, inclusive, que o zagueiro Luiz Otávio teria chorado ao se deparar com a cena.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA SÚMULA DE CEARÁ x CUIABÁ

Informo que aos 49 minutos do segundo tempo, após a confirmação do gol da equipe do Ceará, pela equipe de arbitragem e antes do jogo ser reiniciado foi observado uma briga generalizada entre torcedores da equipe mandante no anel superior da arquibancada situado à esquerda das cabines de transmissão, atrás da meta da equipe cuiabá, com arremesso de assento das cadeiras uns nos outros.
Inclusive atingindo pessoas no anel inferior, na qual as mesmas adentraram ao gramado com o objetivo de se refugiar da briga.

Em seguida houve o som de disparos da polícia para conter e dissipar a confusão no anel superior, em virtude disso as pessoas que se encontravam no anel inferior, adentraram em massa no campo de jogo, com o objetivo de refúgio da confusão. Porém alguns torcedores tentaram agredir jogadores da equipe Ceará, onde os mesmos correram em direção ao túnel de acesso aos vestiários, como também a equipe visitante e a equipe de arbitragem junto com o policiamento, com o objetivo de resguardar a integridade física de todos.

Em seguida, após alguns minutos, pedi que as equipes retornassem aos vestiários com o objetivo de preservar sua integridade e me dirigi ao meu vestiário, após 11 minutos do início da invasão, entrei em contato com o comandante geral do policiamento, Sr. Eduardo Souza Landim, tenente/coronel do batalhão bp choque, que não me deu garantia de segurança para reiniciar a partida. Após 13 minutos do início da invasão, decidi dar por encerrado a partida, por entender que não haveria garantia de segurança para o reinício da partida, pois haveria ainda sete minutos por jogar referente ao restante do acrescimo do segundo tempo. Informo que ambas as equipes demonstraram não ter condições emocionais para continuar a partida.

Em seguida, no túnel de acesso, informei aos ambos representantes das equipes a minha decisão e os motivos acima citados. Devido a fuga para o túnel de acesso de toda a equipe de arbitragem, não foi possível visualizar qualquer outro incidente que possa ter ocorrido no campo de jogo durante a invasão.

Informo tambem que, durante a fuga para o tunel de acesso da equipe de arbitragem, a comunicação foi perdida com a cabine do VAR devido aos funcionários da empresa responsável (Hawkeye) retirar o equipamento do gramado com o receio de serem destruídos. Essa informação foi repassada pelo sr. Marcos, funcionario da empresa prestadora de serviço, após os incidentes.

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