Jorge Braga afirma que folha salarial do Botafogo diminuiu em mais de R$ 1 milhão: ‘Fazer mais com menos’

CEO afirma que clube teve contato com processos de scouting para saber como criar uma valorização maior do elenco e cita cortes de gastos

Jorge Braga - Botafogo
Jorge Braga, CEO do Botafogo, falou sobre cortes nos gastos (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

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Em crise financeira, o Botafogo precisa buscar melhores resultados gastando menos dinheiro. É um cenário perfeito para qualquer clube, mas parece impossível. Jorge Braga, CEO do Alvinegro, chegou no Glorioso com esta ideia e, diante de uma ideia de corte de gastos, busca evoluções em várias áreas.

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– Vemos coisas do sentido de fazer mais com menos. Reduzimos as despesas em 40% no futebol feminino e ainda assim fomos campeões. No Sub-20 houve redução importante de receitas, somos o quarto lugar (no Brasileiro) e fomos vice-campeões (Copa do Brasil). No remo fizemos cortes importantes e tivemos uma campanha gloriosa do nosso remador (Lucas Verthein, na Olimpíada). Com gestão você consegue fazer muito mais com menos. Temos olhado no ponto de vista de contratação de jogadores, existe uma ciência por trás disso, valuation e scouting - afirmou em entrevista ao "UOL" nesta quinta-feira.

Cortar o excesso teve reflexo direto na folha salarial. De acordo com Jorge Braga, os vencimentos mensais do Botafogo diminuíram em mais de R$ 1 milhão de fevereiro, no fim da última temporada, para agora. O Alvinegro, vale ressaltar, é o atual 4º colocado da Série B do Brasileirão.

– O Botafogo tem que fazer melhor sua gestão de ativos, a formação de atletas é muito forte, deveria rentabilizar melhor isso, tanto rendendo atletas para o Botafogo como para outros mercados mundiais. Isso percebemos da mudança de gestão. Sem contar aspectos muito técnicos, centralizamos todos os processos de fornecedor, compra, pagamentos, recursos humanos. Mesmo em relação o valor de folha, achamos a relação folha e performance muito melhor. A folha era de R$ 4 milhões em fevereiro, hoje é de R$ 2,8 milhões com desempenho esportivo muito melhor. Acreditamos que com ciência, gestão, métricas e cobranças, até o futebol consegue fazer mais investindo um pouco menos - admitiu.

No que diz respeito às contratações, o Botafogo contou com uma empresa terceirizada, o Footure, para implementar a cultura do scouting no clube. Meses depois do contato com a instituição, o Alvinegro busca utilizar parte dos conceitos mostrados para criar seus próprios mecanismos.

– A primeira coisa que precisa mudar é a cultura, uma mudança profunda, e tem acontecido. Há a cultura mundial de comprar atleta na alta e vender na baixa. A expectativa é trazer ídolos prontos. Isso não funciona. Até o Barcelona teve dificuldade de renovar com sua maior estrela (Messi). Contratamos uma consultoria de scouting (Footure) para acelerar e transferir conhecimento para o clube, estabeleceu indicadores e padrões, até para comprar e vender jogadores, saber o valor justo. Outro ponto é o comitê de futebol, um grupo que discute todos os temas, quem traz, como traz, com que valor - analisou.

- Outra coisa muito evidente, o (Eduardo) Freeland é bom gestor, tem boa cabeça, temos discussões de scouting, orçamento, custos e despesas. Diferente das culturas anteriores de "traz a qualquer custo e depois vê como paga". Apesar de toda a dificuldade financeira, temos conseguido manter os salários em dia. Hoje temos folha menor do que em fevereiro e resultado maior. Esses indicadores nos dão certeza de que estamos indo no caminho certo. Não se muda uma história de décadas de repente. Temos feito muita coisa, mas mudança de percepção demora mais que os fatos. Nossos indicadores têm apontado para melhora expressiva, mas isso tudo tem que suportar nossa subida para a Série A, que é o objetivo - completou.

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