Ex-presidente da CBDA é internado em estado grave com coronavírus

Coaracy Nunes, hoje com 82 anos, comandou a entidade entre 1988 e 2017

Coaracy Nunes - presidente da CBDA
Coaracy Nunes presidiu a CBDA entre 1988 e 2017 (Foto: Divulgação)

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Ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, de 82 anos, está internado em estado grave em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O ex-dirigente, que já tinha outras complicações de saúde, como diabetes, testou positivo para a COVID-19. Ele está em coma induzido, sem contato com familiares. A informação foi revelada no domingo pelo "Globo Esporte".

Coaracy foi o homem forte dos esportes aquáticos no país entre 1988 e 2017, período em que comandou a entidade com forte apoio da maioria das federações do país. Ele foi reeleito seis vezes e viu o Brasil faturar dez medalhas olímpicas em sua gestão.

A queda de Coaracy teve início em 2015, em meio aos desdobramentos da Operação Águas Claras, da Polícia Federal, que investigou a formação de uma organização criminosa para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados à contratação de empresas de turismo. Em 2017, Coaracy e três diretores da entidade chegaram a ser presos por dois meses, mas conseguiram habbeas corpus.

Foi nesse contexto que Miguel Cagnoni, seu ex-aliado na Federação Aquática Paulista (FAP), mobilizou a comunidade e conseguiu se eleger presidente da CBDA, em um processo conturbado com a FINA. A promessa de transparência, no entanto, ficou no papel. A entidade só viu as dívidas da era Coaracy aumentarem. Hoje, os esportes aquáticos no país, sob a gerência do presidente Luiz Fernando Coelho de Oliveira, sofrem as consequências de problemas aculumados em ambas as gestões.

Em outubro do ano passado, o Tribunal Regional Federal de São Paulo (TRF-SP) condenou Nunes a 11 anos e oito meses de reclusão e a três anos de detenção por desvios de recursos públicos. Com a saúde muito frágil, ele respondia em liberdade a um dos processos. Além das investigações em curso no MPF, tramitam na Justiça Federal uma ação penal e duas ações de improbidade administrativa contra ele e outros três ex-dirigentes da CBDA.

”No momento Coaracy trava uma guerra ainda mais complexa. Na companhia de Deus, em uma cama de hospital, luta pela vida. Até mesmo sua família não pode estar com ele no momento, por razões de confinamento no CTI. Fique com Deus, Coará. Que você consiga, como sempre, vencer mais essa!”, escreveu o ex-diretor da CBDA, Ricardo de Moura.

Nascido em Belém, no Pará, Coaracy fez carreira de advogado no Rio de Janeiro e teve cargos importantes no Fluminense, onde foi diretor de esportes olímpicos, e na federação de esportes aquáticos do estado, antes de ser eleito presidente da CBDA.

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