Presidente do Barcelona culpa gestão anterior sobre crise e fala da saída de Messi: ‘Ninguém está acima do clube’

Em longa entrevista coletiva, que durou mais de uma hora, Joan Laporta afirma que Messi não está feliz com a situação e diz que liga espanhola não aceitou propostas do Barcelona


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A era Lionel Messi chegou ao fim no Barcelona. Depois do anúncio do clube catalão sobre a saída do jogador argentino na última quinta-feira, foi a vez do presidente do clube, Joan Laporta, se pronunciar. Nesta sexta-feira, o dirigente concedeu uma entrevista coletiva na sede da equipe e explicou os motivos que levaram os blaugranas a não renovarem o contrato de seu maior ídolo.

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Antes de responder às perguntas dos jornalistas presentes, Laporta fez questão de realizar um pronunciamento. De imediato, o mandatário culpou a antiga gestão, presidida por Josep Maria Bartomeu, que deixou o Barcelona depois de muitas críticas e com uma dívida elevada.

- Venho explicar porque chegamos a esta situação. Infelizmente recebemos uma herança desastrosa e a massa esportiva representa 110% do orçamento. Não temos margem. Sabíamos disso desde que chegamos ao clube, mas nos encontramos em uma situação muito pior do que esperávamos e do que nos haviam dito. As perdas são muito maiores, as dívidas são iguais. O fair play da La Liga não nos permitiu fechar o primeiro contrato de Messi - disse Laporta.

- Não estou disposto a hipotecar o Barcelona por 50 anos, porque o Barça está acima de todos, até mesmo acima de Leo Messi, a quem seremos eternamente gratos. Renovar com Messi trazia certos riscos, que estávamos dispostos a correr, mas era arriscado. O Leo queria ficar, nós queríamos que ele ficasse, mas tínhamos que deixar as emoções de fora, ser frios e temos que obedecer à regra da La Liga, que podia ser mais flexível. Estou triste, mas feliz porque acho que fizemos o melhor pelo clube - completou.

Joan Laporta, presidente do Barcelona
Laporta falou com a imprensa por mais de uma hora no Camp Nou (Foto: PAU BARRENA / AFP)

Responsável pela contratação de Ronaldinho Gaúcho no início do século, Joan Laporta foi presidente do Barcelona entre 2003 e 2010. Neste período, viu Messi surgir e elevar o patamar da equipe. De volta ao clube em março deste ano, sua principal missão era renovar com o argentino, algo que demonstrava confiança. Quando questionado se a situação era irreversível, não fugiu.

- Não quero gerar falsas esperanças. Há um tempo limite, e o jogador tem outras propostas. Leo colocou todas as facilidades possíveis: jogar dois anos, e o pagaríamos em cinco. Queríamos que o "pós-Messi" começasse em dois anos, mas não foi possível. Temos que conseguir que o Barça, sem Messi, siga dando alegrias aos torcedores - afirmou o presidente.

Laporta disse que Messi queria continuar no Barcelona, e que o jogador não está feliz com a situação. O presidente catalão ainda elogiou a postura de Jorge Messi, pai e representante do atleta, dizendo que ele "foi impecável" nas negociações.

- Ele queria ficar, então não está feliz. Ele enfrenta a realidade como nós. Uma realidade que não pode ser mudada. Ele sabe que desejo o melhor a ele e a sua família. O Barça será a sua casa. A forma de agir de seu pai durante toda a negociação foi impecável. Eles não nos pediram nada que não entraria na lógica de uma negociação. Nada impediu o contrato - disse.

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VEJA OUTRAS RESPOSTAS DA ENTREVISTA

Legado de Messi:
"Tem sido o melhor, a referência da melhor etapa da história do clube. Samitier, Kubala Johan, Messi. Tem sido uma referência e gerado uma ilusão coletiva e imagens para a história."

Negociações com jogadores contratados: "A proporção em que mudamos foi de quatro para um. Para cada 25 milhões de euros que gastamos, tivemos que liberar 100 milhões. Essa operação não é fácil. Poderíamos tomar outras medidas, mas não são garantia de nada. Há jogadores que entraram, como Agüero ou Memphis Depay porque aceitam condições muito favoráveis. Pelos nossos cálculos, espero que não haja problemas para registrá-los. Quero agradecer o esforço que todos os quatro fizeram."

Possibilidade de novos reforços: "Não vou gerar falsas esperanças. A negociação foi encerrada e agora não temos margem salarial. Mas estamos mais motivados do que nunca. Do treinador aos jogadores que passam pelo tabuleiro, sabemos que seremos obrigados a continuar a ter sucesso. O momento é de tristeza e decepção, mas decidimos que o Barça está acima de tudo. Já passamos por tudo e sempre saímos na frente."

Conversa com os jogadores: "Queria dizer que todos esperávamos que ele voltasse a treinar, mas isso não vai acontecer. Eu os informei sobre esta situação e pedi que vencessem sem o Leo, para ter o máximo de comprometimento e a máxima competitividade. Pedi aos capitães o máximo envolvimento, para darem um sinal de positivo. Deve haver mais atmosfera de equipe do que nunca."

Homenagem a Messi: "O ato que Leo deseja será realizado. Eu faria uma homenagem a ele todos os dias. As circunstâncias sanitárias agora tornam tudo complicado."

Possível interesse do PSG: "Queria apenas vê-lo no Barça. Certamente, não tenho conhecimento do interesse do PSG."

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