ANÁLISE: Como Crespo montou um ataque intenso e dinâmico com os jogadores reservas do São Paulo

O Tricolor contou com a amplitude e profundidade dos alas Galeano e Welington, além das infiltrações dos meias Benítez e Igor Gomes para vencer o Guarani pelo placar de 3 a 2

São Paulo x Guarani
O São Paulo venceu o Guarani e é o líder geral do Paulistão (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

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O São Paulo jogou com o time reserva na última quarta-feira (14) e, mesmo sem contar com os principais nomes de seu elenco, bateu o Guarani por 3 a 2, em um jogo eletrizante. Com jogadores diferentes, Crespo apostou em uma formação levemente diferente da que costuma jogar.


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Como de costume, o treinador entrou com uma linha de três zagueiros, que, desta vez, contou com a reestreia de Miranda no miolo de zaga. A mudança, porém, foi feita na linha de meio de campo e no ataque.

Diferente do padrão do time, o 3-5-2, Crespo optou por colocar mais um jogador entre os meio-campistas, passando a jogar em um 3-6-1. Essa alteração, porém, foi o grande trunfo para que o Tricolor conseguisse exercer pressão sobre o Bugre e sair com a vitória.

Com seis jogadores no meio de campo, Liziero atuou um pouco mais recuado, sendo importante para iniciar as jogadas, mas deixando a criação ofensiva por conta de três meias mais centralizados e dois alas. 

Welington e Galeano jogaram pelos lados do campo, enquanto Igor Gomes, Talles Costa e Martín Benítez jogaram pelo meio.

O ataque ficou por conta de um único jogador, Vitor Bueno. Por mais que seja meia de origem, o atleta vem sendo utilizado como um atacante pelo treinador Hernán Crespo.

A maior quantidade de jogadores no setor do meio de campo foi crucial para a boa atuação do time por, principalmente, um fator: a pressão. 

Com muitos jogadores na linha de meio de campo, o São Paulo conseguiu ter o domínio nas ações, pressionando a linha de defesa do Guarani e, com os alas, achar espaços para infiltrações e cruzamentos na área, procurando Vitor Bueno na área e, também, um trunfo: a infiltração dos meias.

Essas infiltrações e o uso das pontas a todo momento, o meio de campo do São Paulo foi muito dinâmico, com muita movimentação, o que deu espaço para a equipe levar muito perigo ao gol do oponente. 

Igor Gomes e Benítez entraram na área em diversas oportunidades, virando opções para os cruzamentos dos alas, principalmente de Galeano, pelo lado direito, que foi o nome do jogo. 

O primeiro e o segundo gol da equipe são claros exemplos dessas infiltrações pelos lados do campo, aliadas à chegada dos meio-campistas por trás, surpreendendo a defesa e conseguindo maior liberdade para as finalizações.

PRIMEIRO GOL

O primeiro gol nasce de uma infiltração de Galeano, pelo lado direito, com a influência dos meias vindos de trás e pisando na área e contando, ainda, com a profundidade do outro ala, Welington, que fez o gol.

Análise primeiro gol SP X Guarani
(Foto: Reprodução/Rede Globo)

Com Vitor Bueno na área, a zaga foi deslocada pelo atacante, deixando o meia Martín Benítez livre para receber o cruzamento e cabecear.

Análise primeiro gol SP X Guarani 2
(Foto: Reprodução/Rede Globo)

O goleiro defende e a bola sobra para Welington, sozinho pelo lado esquerdo, empurrar para o fundo do gol e empatar o jogo.

Análise primeiro gol do SP X Guarani 3
(Foto: Reprodução/Rede Globo)

SEGUNDO GOL

O segundo gol do Tricolor também nasceu de um ataque em profundidade pela direita, com Galeano.

Análise segundo gol do SP X Guarani 1
(Foto: Reprodução/Rede Globo)

Assim como no primeiro gol, o lance de ataque do gol de virada também teve a infiltração de um meio-campista, Igor Gomes, que chegou de trás e finalizou bem para balançar redes.

Análise segundo gol do SP X Guarani 2
(Foto: Reprodução/Rede Globo)

Controle e ocupação do meio de campo, ataque em amplitude, infiltrações pelos lados e meias pisando na área para finalizar. Este foi o São Paulo que, por mais que tenha poupado atletas do time titular, venceu e convenceu na parte ofensiva na partida contra o Guarani.

Mesmo sem seus principais jogadores, Hernán Crespo conseguiu manter sua ideia de jogo viva, mantendo a posse da bola, pressionando no ataque com muita intensidade e, assim, conseguindo levar perigo ao gol do Bugre. 

Na coletiva de imprensa depois do jogo, o treinador se mostrou satisfeito com o desempenho da equipe e, principalmente, com a entrega do time que, por mais que tenha sofrido diversas alterações, mostrou muita dedicação.

- Foi um jogo muito importante, foram muitas mudanças. Estou muito tranquilo, porque o grupo é muito competitivo, sabe o quer durante o jogo, mostra identidade, garra, vontade de lutar. O resultado é consequência - comentou o argentino.

Jogando bem com o time reserva, Crespo provou que o jogo não é sobre os jogadores que o treinador manda a campo, mas sim o jeito que esses jogadores são utilizados dentro das quatro linhas.

O São Paulo volta a campo na sexta-feira (16), para enfrentar o rival, Palmeiras, no Allianz Parque, às 22h. Após poupar jogadores do time titular para o jogo contra o Guarani, a equipe deve entrar com força total no Choque-Rei.

O Tricolor é, no momento, o líder do grupo B do Paulistão, com 16 pontos e líder geral da competição. Com 19 gols marcados em sete jogos, o time de Hernán Crespo é o melhor ataque do torneio e, em meio a uma sequência com um jogo a cada dois dias, mostrou a força do elenco, que, mesmo com os reservas, manteve um grande nível de atuação e conseguiu marcar três gols.

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