Em coletiva, Cuca e Raí repercutem saída do técnico no São Paulo

Após anúncio da demissão, ex-treinador e diretor de futebol do clube convocaram a imprensa para um coletiva para tratar dos assuntos referentes à decisão de rompimento

Cuca e Raí - São Paulo
Cuca e Raí repercutiram a saída do treinador nesta tarde no CT da Barra Funda (Foto: Reprodução/Twitter São Paulo)

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Depois de decidir pela saída do São Paulo, Cuca falou com a imprensa sobre o processo que o levou a optar por deixar o clube. Ao seu lado, na sala de imprensa do CT da Barra Funda, o diretor de futebol Raí também deu explicações. Diante das respostas de ambas as partes ficou a impressão de um sentimento de decepção diante das expectativas criadas em torno da parceria.

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Cuca agradeceu ao Tricolor e aos dirigentes pela oportunidade da segunda passagem pelo clube, mas admitiu que as coisas não estavam indo bem dentro de campo e o casamento não estava funcionando. A expectativa por uma conquista ficará para outro momento.

- Demos uma arrancada no começo, depois uma caída. Pelo grupo que tem pode estar em posição melhor. Senti que era o momento de sair. Os jogos não foram contundentes em questão de desempenho e nós acabamos por entender assim. Quero agradecer Raí, Pássaro e Leco. Se as coisas não saíram certo não foi por culpa deles. Não deu liga no que eu penso de futebol. Esperei muito tempo para vir para o São Paulo e esperava sair com conquistas e não aconteceu. Desejo sorte ao São Paulo - declarou o ex-comandante.

Raí, que passa por mais uma troca de comando em sua gestão, dividiu a responsabilidade de a passagem de Cuca não ter dado certo. Para ele, essas constantes mudanças não são o cenário ideal para um clube, mas admite que a falta de conquistas acaba induzindo a esse tipo de prática. 

- A responsabilidade é compartilhada e não é problema disso ou daquilo. Assim como jogadores que passaram aqui e não deram certo, mas em outros lugares deram. É continuar trabalhando isso. Em algumas entrevistas não dá para analisar um tempo longo do São Paulo. Não dá para definir em poucas palavras. Não é o ideal, lógico que assumimos a culpa em parte disso. Em um clube grande, que passa muito tempo sem vencer, para sair existe uma cultura desse clube vencedor. Passa boa parte sem vencer e passa por isso - disse.

Em seguida, Cuca fez uma espécie de balanço da reta final dessa sua segunda passagem pelo clube. De acordo com o ex-comandante tricolor, diante da concordância com sua demissão por parte de dirigentes e torcedores, não fazia mais sentido permanecer, assim como entende que há possibilidade de que outro profissional chegue para iniciar uma nova arrancada no campeonato.

- Se hoje você for perguntar para todos não é o caso de eu estar me demitindo. Se eu estou colocando meu cargo à disposição e eles aceitam, eles não estão felizes. O torcedor não está feliz também. O investimento foi alto, o São Paulo não apresenta o padrão de jogo. Eu expliquei o padrão de jogo que não combinou. Então foi isso que conversei com a diretoria e eles entenderam que outro modelo pode ter uma arrancada nesse final. Eu não queria sair do São Paulo, eu demorei muito para vir para cá. Eu queria muito uma conquista, mas ela não veio - concluiu.

Para o duelo com o Flamengo, neste sábado, às 19h, Vágner Mancini assumirá o time interinamente. Ainda não há uma definição se o clube irá atrás de um novo treinador ainda para este ano ou se manterá Mancini como interino até o fim do Brasileirão-2019 para que se inicie um trabalho juntamente com a próxima temporada. O clube prefere evitar a pressa para tomar a decisão.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Cuca e Raí:

CUCA
- Não é em cima de uma partida. Conversei ontem com o Raí e Pássaro e expus hoje a eles o meu pensamento o que tem sido essa sequência de jogos e eles entenderam. Eu não estou pensando em mim, no profissional. Estou pensando mais do São Paulo do que em mim. Que o Raí e o Pássaro façam o melhor. Quando um técnico sai fala que faltou isso ao aquilo. Para mim não faltou nada em relação ao Pássaro, Raí, Leco.

- Não sei te dizer ao certo qual o problema. Se eu soubesse qual o problema eu falava. Vocês bateram muito no padrão de jogo. Eu queria explicar que todo ser humano tem sua característica, eu tenho a minha. Qual é a característica do Cuca? Eu gosto de marcação na frente, rápido. Não gosto de time que tem morosidade. Às vezes ser mais objetivo e infelizmente meu estilo não combinou. Não é por isso que eles não são bons, eles são ótimos. Mas não encaixou. Eu falei para o Raí e Pássaro, por isso que saí. Teve uma ideia de falarmos com você e foi entendido. Você acha que eles estão contente e eles também? Como falei com os jogadores eles vão vingar e vão dar uma arrancada.

- Lógico que estou muito triste, esperei 15 anos para estar aqui de novo. Como vou estar feliz? É a primeira vez em todos os clubes no futebol que eu fui xingado. É a pior coisa que existe, dói demais. Até dei risada de um cara que me chamou de cabelo de boneca. Dói. Passei duas vezes em Flamengo, Fluminense, Galo, Santos e isso dói demais. A ideia de ir embora lógico que não é só minha. Se perguntar para maior parte da torcida eles também queriam. Às vezes não é ser bom ou ruim. A minha vida vai continuar a amanhã ou depois estarei em outro clube.

- Você passar seis meses não é o ideal. O São Paulo é um lugar especial, mas não fluiu, não deu aquele liga que a gente sente, dá gente tocar e as coisas irem. O resultado mesmo nas vitórias a gente teve de fazer muita força. Foi no meio das mexidas, mas naturalmente poucas vezes aconteceram. Por isso essa decisão para o São Paulo ter essa sequência. O sentimento que poderia ter sido melhor. O torcedor tinha uma confiança no meu trabalho. Mudanças importantes no elenco foram feitas. Que seja uma semente que fique plantada.

RAÍ
- Como o Cuca falou estamos em uma colocação que dá para trabalhar tranquilamente de uma maneira séria para procurar uma posição melhor. Existe momentos difíceis, erros, acertos. Pensando no macro ninguém vai entender isso. Você vai ter tropeços e vai tentando subir. Nos últimos dois anos tivemos anos dificílimos. É muito pouco para o São Paulo, precisamos de muito mais. Precisamos fazer a autocrítica, ver o que precisa ser melhorada.

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