Mercado publicitário no futebol segue aquecido apesar da pandemia

Além do recente acordo entre a dupla GreNal e o Grupo Americanas, outros clubes da Série A seguem firmando parceiras para reforçar o caixa e a imagem das entidades 

Grupo Americanas nas camisas de Internacional e Grêmio
Empresa varejista fechou com os rivais de Porto Alegre (Divulgação/Americanas)

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O Grupo Americanas se tornou parceiro de Grêmio e Internacional em anúncio feito na última quarta-feira (23). A ideia da parceria no lado do Colorado terá como contrapartida a aplicação da marca nas costas das camisetas, abaixo do número dos atletas. Além disso, serão realizadas ativações com o clube e promovidas surpresas para os torcedores. A estreia em campo acontece no domingo (27), no jogo contra o América-MG fora de casa.

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- (A) Americanas inaugurou sua primeira loja no Sul em 1975. Estamos presentes na vida dos gaúchos, portanto, há mais de 45 anos, oferecendo a melhor experiência de compra para os clientes e torcedores. O patrocínio reforça, ainda mais, nossa presença na região, além de ampliar a visibilidade e relevância da marca. Queremos mostrar aos nossos clientes que eles podem confiar na Americanas em todos os momentos e em todos os lugares - afirmou Leonardo Rocha, diretor de marketing da Americanas.

- Estamos muito felizes e honrados com a chegada da Americanas, é mais um importante patrocinador que vem qualificar a lista de apoiadores do Internacional. Com certeza essa parceria vai trazer muitos benefícios para ambos os lados, em especial para os torcedores colorados - comentou Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional.

Entre as ações de campanha de marca realizadas para o anúncio do patrocínio, a Americanas contou com dois parceiros: a agência Eyxo, para as estratégias de conteúdo e de interações nas redes sociais e a WMcCann para as estratégias de comunicação e mídia.

A estratégia da Americanas também promove uma maior aproximação do seu público para alavancar recorrência de compra, ficando cada vez mais na memória do cliente.

Mercado de patrocínios não para de crescer

A crise vivida pelo país em meio ao início da pandemia causada pela Covid-19 parece não ter afetado a relação dos patrocinadores com os clubes de futebol. Depois de 15 meses desde que o vírus chegou ao país e as competições foram paralisadas, em março de 2020, mais de 120 novos acordos ou renovações de patrocínios aconteceram entre os clubes da série A.

- Durante a pandemia mantivemos nossos contratos de patrocínio e ampliamos a exposição da marca com parceiros, por meio da exposição e ativação das redes sociais. A manutenção do vínculo com nosso patrocinador máster, em um momento crucial vivido pelo país, foi um fator importante da nossa gestão, levado em conta pelo papel de protagonismo e profissionalização que pretendemos colocar em prática em nosso mandato - explicou Alessandro Barcellos, presidente do Internacional. Além da Americanas, o Colorado fechou recentemente um acordo com a empresa de apostas Betsul.

No período em questão, por exemplo, pelo menos seis times fecharam novos acordos de parceria. Assim como Internacional e Grêmio, que fecharam com a Americanas, Fortaleza e Ceará deram exemplo de que a rivalidade entre duas agremiações do mesmo estado pode ser sadia e anunciaram um mesmo parceiro: o conglomerado varejista Zenir.

Já o Flamengo, que havia fechado recentemente com o Mercado Livre e com a empresa varejista ABC da Construção, anunciou uma parceria até o final do ano com a DIRECTV GO, plataforma de TV e streaming. O Fluminense, após três anos sem patrocínio máster, anunciou que um acordo para o espaço principal do uniforme com a empresa Betano, do segmento de apostas, em contrato de R$ 16 milhões, válido por duas temporadas.

Athletico, Santos, Internacional e Palmeiras também anunciaram parcerias recentes com sites de apostas esportivas, setor presente no uniforme de grande parte das equipes do Brasileirão. No Sul, o Juventude fez um importante acordo com a gigante multinacional New Holland, e fechou patrocínios pontuais com a Zaeli Alimentos e Pró Socks.

- O Fortaleza sempre foi um clube que interagiu e ativou bastante suas marcas com o torcedor, e neste período, mais do que nunca, tivemos que ser ainda mais criativos e proporcionar instrumentos de divulgação em novas propriedades e conteúdos, como em nosso aplicativo digital - explica o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.

Uma das parceiras que renovou a extensão de patrocínio foi a Multimarcas Consórcios com o Atlético-MG. Na visão do diretor de marketing e vendas da empresa, Fernando Lamounier, o investimento no futebol não se dá apenas pela exposição, mas na confiança com a gestão do clube representado.

- Acreditamos que, com a criação de produtos voltados aos torcedores e a conversão das nossas ações em vendas, conseguiremos superar esse quadro de dificuldade econômica com tranquilidade. O que nos manteve no setor mesmo em um cenário de pandemia foi a possibilidade de apoiar os clubes em um momento de incertezas, promovendo ativações e aproveitando o engajamento dos torcedores para desenvolver ações comerciais - explica.

Já a empresa Casa de Apostas, que também se manteve como patrocinadora master do atual campeão da Copa do Nordeste, o Bahia, entende que os esforços em vários segmentos e regiões do país podem ser bem aplicados para diversificar seu público-alvo.

- Nós mantivemos nossos esforços na região Nordeste com Bahia e Vitória, e investimos num dos principais conglomerados televisivos do país, com força no eixo Sul e Sudeste, que é a TV Bandeirantes. Entendemos que é necessário trabalhar conforme cada região do país. Diante deste cenário, enxergamos um futuro promissor para esse mercado - afirma Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas.

A paralisação vivida pelos clubes em 2020 e a continuidade do veto à presença de público nos estádios foi uma crise jamais vista no Brasil e, até por isso, repentinamente os departamentos de futebol e marketing precisaram se reinventar para fazer com que as marcas tivessem uma visibilidade ainda maior. O fato de os torcedores terem uma participação maior nessas ações e os próprios parceiros se sentirem peças mais inseridas destes projetos acabaram fazendo com que as ativações ganhassem maior notoriedade.

O Juventude, que subiu este ano para a elite e as receitas são menores em relação aos times do grande centro e aqueles que já vinham atuando na Série A, tem fechado acordos pontuais e conseguiu um importante contrato com a gigante multinacional New Holland, até o final deste ano.

- A New Holland é uma empresa referência no mercado e chega para nos ajudar neste ano tão importante. Estamos de volta à Série A, um dos campeonatos que proporcionam grande visibilidade a nível mundial, e contar com essa grande parceira será de suma importância. Agradecemos à New Holland pela confiança - disse Walter Dal Zotto, presidente do Juventude.

Para o professor e especialista do mercado, Marcelo Palaia, as marcas entenderam que era o momento de estreitar valores, enquanto que, do lado das instituições, foi necessário criar mecanismos de ativações ainda mais profundas para dar o retorno a esses parceiros.

- Ninguém rasga dinheiro e a prova é que muitos patrocinadores resolveram investir ou renovar seus contratos, criando uma proximidade e uma relação de parceria não apenas com o clube, mas também com o torcedor, que no futuro vai enxergar esse aporte. Do outro lado, o clube se viu desafiado em criar novas estratégias de ativação - afirmou.

- Era mesmo uma tendência marcas e verbas serem migradas para outras possibilidades como o futebol. O grande trabalho das entidades desportivas é serem cada vez mais assertivas no desenho dos projetos a serem captados, focando sempre no objetivo do cliente e inovando cada vez mais - complementou Renê Salviano, também especialista em marketing esportivo.

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