Quarterback Trey Lance tem única chance de impressionar scouts da NFL neste sábado

Lance e North Dakota State vão realizar apenas uma partida na temporada 2020 do College Football em decorrência da pandemia do novo coronavírus

Trey Lance North Dakota State
Trey Lance tem chamado a atenção dos olheiros da NFL (Tim Sanger/NDSU Athletics)

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Justin Fields, Trevor Lawrence, Sam Ehlinger e Kyle Trask são nomes que o fã de futebol americano universitário está acostumado a ouvir. Todos têm a responsabilidade de liderar programas tradicionais, com jogos televisionados, inclusive no Brasil, e que sempre estão na disputa de bowls importantes. Porém um nome que despontou no cenário universitário em 2020 e pode pintar como escolha de primeira rodada no Draft de 2021 é do quarterback Trey Lance, de North Dakota State, a mesma faculdade que lapidou os talentos de Carson Wentz e que domina a FCS – uma espécie de segunda divisão do futebol americano universitário – na última década. Neste sábado, diante de Central Arkansas, em jogo transmitido para o Brasil pelo Watch ESPN, às 16h30, Lance terá sua única oportunidade de exibir seus talentos em 2020 para os times da NFL. Devido a pandemia do novo coronavírius, North Dakota não vai ter outros jogos na temporada, uma vez que a FCS teve seus jogos cancelados.

Até o momento, segundo informações da imprensa americana, 28 franquias vão mandar representantes ao confronto, todos com o objetivo primário em observar Trey Lance.

Trey Lance (1,91m, 100kg) é um redshirt sophomore (em seu segundo ano de atuação efetiva no College, após ficar um ano apenas treinando, sem ser relacionado para jogos) em 2020. Logo em seu primeiro ano como titular dos Bisons, foi campeão invicto – com 16 vitórias – da FCS. O QB passou para 2786 jardas com 66% de aproveitamento, conectou 28 touchdowns e não lançou nenhuma interceptação. Trey Lance também correu para 1100 jardas e mais 14 touchdowns.

Mas Lance não parou por aí. Ele ainda levou para a casa o prêmio Walter Payton, dado ao melhor jogador da FCS, o prêmio Jerry Rice, dado ao melhor freshman da FCS, e o prêmio de melhor jogador da final da FCS, em jogo disputado contra a universidade de James Madison.

Pontos fortes

Trey Lance tem um braço forte, se tornando uma ameaça em lançamentos às costas dos defensive backs para esticar o campo com seus recebedores. Mas o jogador se destaca ainda mais por sua acurácia nos passes, colocando a bola na maioria das vezes em posições que facilitam o trabalho de seus recebedores e não tendo problema em acertar passes em janelas pequenas. Boa parte de suas melhores ações decorrem do play-action. O jogador faz um bom trabalho ao esconder a bola após fingir a entrega da mesma para seu running back. Assim, ele leva a atenção do front seven adversário para o corredor, tendo um pouco mais de espaço às costas dos linebackers ou safeties para executar o passe.

O quarterback é extremamente atlético, com boa velocidade, se tornando assim uma ameaça ao jogo terrestre. Lance faz bastante estrago utilizando as pernas pelo meio da linha ofensiva, em conceitos como Power e Inverted Veer Option. Mas o jogador é um corredor mais de força, norte-sul, não demonstra a elusividade de um Lamar Jackson ou Michael Vick.

O quarterback atua em uma “pro-style offense”, com um sistema ofensivo mais parecido com o dos ataques tradicionais da NFL. Seu estilo de jogo pode ser comparado a QBs como Cam Newton, Josh Allen e Jalen Hurts, pelo talento com as pernas e o braço forte.

Dúvidas

Primeiro ponto a se questionar em Trey Lance é o nível de competição. Na FCS, o QB não costuma enfrentar as grandes universidades do circuito do College Football. Os programas são mais fracos e com menos atletas que estarão na NFL. Sendo adversários, teoricamente, mais fracos que os QBs no mais alto nível universitário enfrentam. Felizmente para ele, o sucesso de atletas como Carson Wentz e Jimmy Garappolo ajudam a diminuir a desconfiança em quarterbacks da FCS.

O atleticismo de Lance é indiscutível, com talento para ganhar jardas com as pernas e deixar a defesa preocupada com a possibilidade de uma corrida do QB adversário. Contudo, as corridas pela lateral com ele podem não ter o mesmo sucesso na NFL que tem no College. Pois Lance não aparenta ter a velocidade necessária para bater uma defesa profissional pelo edge e conquistar ganhos significativos de jardas.

Além disso, a produção de Trey Lance ainda é uma incógnita. Pelo seu talento com as pernas, em alguns jogos ele não utilizou com tanta frequência os passes, e, até por isso, seu número de jardas passadas é apenas razoável: uma média de pouco mais de 174 jardas por jogo em 2019. Na final da FCS, por exemplo, Lance apenas executou 10 passes, tendo completado seis deles para somente 72 jardas e nenhum TD. Contudo, venceu o duelo com as pernas: 30 corridas, 166 jardas e um touchdown.

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