OPINIÃO: Flamengo está a dois passos de levar a ‘geração 2019’ ao posto de maior da história

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Torcedor rubro-negro, após um título de Copa do Brasil, antes de qualquer coisa, deixe-me te levar a uma viagem no tempo. Em 29 de julho de de 1971, Zico fazia a estreia pelo Flamengo. Foram 730 partidas do eterno camisa 10 da Gávea, com 508 gols marcados e inúmeros títulos. Um craque que fez parte de uma geração inesquecível.

É inegável o legado do Galinho de Quintino e seus companheiros para o Flamengo. A escalação do título mundial segue quente na cabeça de cada rubro-negro. Um saudosismo enorme, que parecia que nunca teria fim. Até 2019. Até surgir uma nova proposta de clube que hoje permite esse mesmo torcedor saudosista falar sobre o seu presente vencedor. O endividado Flamengo, que parecia entregue a sua própria sorte, adotou uma postura responsável. Se propôs a sanar suas dívidas para posteriormente vislumbrar novamente os momentos de glória.

Em 2013, Eduardo Bandeira de Melo, um outsider do clube, assume com a promessa de transformar a realidade financeira do Flamengo. Enxugando ao máximo os gastos, consegue logo em seu primeiro ano um título da Copa do Brasil contra todas as probabilidades. No ano seguinte, vence o Carioca. Mas parou por aí. O que veio depois foram anos de quase: vices do Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana.

Mas a política de corte de gastos permitiu ao clube iniciar, mais à frente, o processo de contratações de impacto. Em 2015, chega Paolo Guerrero, primeiro grande esforço financeiro. A partir disso, progressivamente, o elenco foi ganhando mais peças de renome, sempre respeitando limites orçamentários. Vem Diego, em 2016, um pilar importante da geração atual. E, no ano seguinte, Everton Ribeiro, que dispensa apresentações. 

Chega 2019... Um novo presidente assume o clube, prometendo maiores investimentos e a recuperação do "Flamengo vencedor": Rodolfo Landim. A trajetória do novo mandatário começa com uma tragédia: 10 "garotos do Ninho" mortos em um incêndio. Porém, justamente no ano mais trágico da história do clube, eis que o Rubro-Negro se ergue para uma de suas temporadas mais inesquecíveis. Assim como no Mundial de 1981, a equipe titular de 2019 também ficou na memória, com boa parte dos jogadores ainda no clube. Sem contar um tal Jorge Jesus, um português que causa furor até hoje em qualquer torcedor do Flamengo. Uma mudança de patamar que fez a diferença.

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Faltava um título para essa atual geração completar o seu leque de conquistas nacionais. E ele veio. O Flamengo carimbou o tetra da Copa do Brasil contra o Corinthians. Ele se junta ao bi do Brasileiro, o tri do Carioca, a Libertadores, o bi da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. Falta o Mundial, que a geração de Zico foi buscar.  

Comemore, rubro-negro. E desfrute. Os anos 80, que pareciam tão distantes, estão atualizados. Se você cresceu ouvindo as histórias daquela geração de ouro, agora tem a sua própria para contar. Pois o que Gabigol e cia estão fazendo nada mais é do que dar a você, torcedor do Flamengo, uma nova geração de ouro. A título de comparação, aquele time lendário conquistou quatro Estaduais, três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial. Ou seja, 9 contra 10 (recorte de 1978 até 1986; e 2019 até o momento). Em termos numéricos, a equipe atual já ultrapassou as façanhas do eterno camisa 10 e seus companheiros. Mas parece querer mais. 

O Flamengo é campeão de tudo no país. E o torcedor rubro-negro está a um passo do tri da principal competição do continente, podendo seguir pela terceira vez para o Mundial de Clubes. E isso faria da geração atual a mais vencedora, a maior da história.