menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Dedé abre o coração ao L!: ‘Volto com fome de bola, de jogo, de títulos’

Zagueiro do Cruzeiro, recuperado de uma grave lesão no joelho, relata o período de recuperação, drama e expectativa na volta aos gramados 

Dedé
imagem cameraDedé está recuperado de uma grave lesão no joelho, e pode jogar pelo Cruzeiro (Ilustração: Mario Alberto)
Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 03/12/2015
17:53
Atualizado em 04/12/2015
01:27

  • Matéria
  • Mais Notícias

Dedé sempre foi um cara que, assim como sua função de zagueiro, precisou desarmar os adversários da vida. Foi assim na oportunidade que teve no Volta Redonda, depois para se afirmar e virar ídolo do Vasco até chegar ao Cruzeiro e se estabelecer como um dos principais nomes de sua posição no Brasil. Neste ano, no entanto, o jogador, que já foi eleito por Neymar como o defensor mais “chato” para se atuar contra, encontrou o obstáculo mais complicado de sua carreira: a recuperação de uma operação no ligamento cruzado posterior do joelho direito. Com a temporada longe dos gramados, além da marcação implacável da dor, um outro “rival” passou a ser ferrenho: as notícias que o procedimento, feito pelo ex-médico da Seleção José Luiz Runco, teria dado errado.

Apesar de chateado com tudo o que acontecia, se recuperou discretamente e calado. Mesmo "cabeça boa", como se define, sofreu. Em silêncio. Agora, está liberado e pode até mesmo atuar no último jogo do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro, contra o Inter, domingo, no Beira Rio. Em entrevista ao LANCE!, Dedé falou dos objetivos para 2016 e abriu o coração.

L: Fim de Brasileirão-2014, Cruzeiro campeão e Dedé lesionado. Primeiro a tentativa de tratamento. Depois a cirurgia. Como foi esse processo?

D: Muita coisa foi falada nesse tempo que estou fora, mas estou feliz. Muito feliz mesmo, em um momento diferente. É diferente do que eu vivi, porque foi uma contusão difícil, na qual eu senti muitas dores e sendo muito difícil de fazer alguns exercícios. Eu não sou um cara de ficar muito cabisbaixo e encaro as dificuldades. E claro que passei um momento difícil nessa fase de contusão, com muita vontade de voltar, mas não conseguia nem fazer musculação porque estava doendo. A tendinite estava muito forte, mas sou um cara que batalho. O pessoal da fisioterapia do Cruzeiro conversou muito comigo, e me passava tranquilidade. Fizeram um trabalho perfeito comigo.

L!: Por que a torcida do Cruzeiro pode esperar um Dedé ainda melhor do que aquele que chegou no meio de 2013?

D: Volto com fome de bola, de jogo, de títulos e de jogar futebol acima de tudo. Quero dar ainda mais alegria para o torcedor cruzeirense. Nos dois primeiros anos de clube eu busquei isso e consegui. Infelizmente pela lesão não pude fazer isso em 2015. Mas volto disposto a sangrar. Quando vou atrás de um objetivo é para conquistar algo. Pode esperar muito de mim e espero estar livre das lesões. Para que meu nome esteja mais forte na parede do Cruzeiro.

L: Você falou no início da outra resposta que muita coisa foi "falada". Isso em algum momento te incomodou? Duvidaram da sua recuperação?

D: Fiz uma cirurgia do ligamento cruzado posterior, como todo mundo já sabe, e houve situação que muitos falaram coisas sem saber. Até coloraram o doutor Runco numa situação que não tinha nada a ver, porque houve rejeição de um parafuso na cirurgia, mas algo normal. Começaram a crucificá-lo, e ele explicou a situação. Eu que pedi para que não falassem, para que... O que aconteceu depois de o pessoal falar que a cirurgia foi errada, colocar a culpa em um ou outro, e isso não existe. O que me entristeceu foi que algumas pessoas maliciosas da imprensa falaram que a cirurgia foi errada, e que o pessoal ao invés de falar coisas positivas para quem está no momento difícil, fazem de tudo para questionar o jogador e quem cuidou dele. Tem horas que a gente pensa em falar muitas coisas, mas não sou desse tipo. Alguns jogadores têm atitudes explosivas pelo fato de acontecerem essas coisas.


L!: Em algum momento teve medo ou receio de não se recuperar completamente? Quem te apoiou nos momentos mais difíceis?

D: Muitas pessoas me apoiaram. O pessoal do Cruzeiro é muito atencioso. O pessoal da fisioterapia esteve junto comigo no tempo todo, inclusive nos momentos mais difíceis. Choramos juntos. Doutor Runco também foi muito atencioso comigo, me mandando mensagem dando os parabéns pelo retorno. O pessoal que jogou comigo no Vasco... Eder Luis me ligou, Diego Souza, Alecsandro, outros amigos do futebol, amigos de longa data. Não cheguei a temer pela minha carreira. Sou um cara que tem muita fé em Deus. Acredito muito em mim também, na minha reação.

L!: Neste período de recuperação muita coisa mudou no Cruzeiro. Até que ponto a saída de jogadores como Ricardo Goulart e Everton Ribeiro atrapalharam a química do time em 2015?

D: Reformulação de elenco é sempre assim. A gente viveu momento difícil, mas temos grandes jogadores e hoje vivemos uma boa sequência dentro do Campeonato Brasileiro. Acho que a diretoria fez um grande trabalho em 2013 e 2015. Neste ano também foi bem diante das perdas que tivemos. Só que é difícil quando as coisas não acontecem como a gente imagina. Tudo que prometeram, cumpriram e isso também ajudou na recuperação. Os jogadores que você citou (Goulart e Everton) têm capacidade de estar na Seleção. Fazem muita falta para gente.

"Não cheguei a temer pela minha carreira. Sou um cara que tem muita fé em Deus"

L!: O Cruzeiro também teve três técnicos no ano, algo raro no clube. Como foi a convivência com cada um deles?

D: Tivemos um período longo com o Marcelo Oliveira, na qual ganhamos dois títulos brasileiros e um estadual. E criamos uma afinidade muito grande. Mas infelizmente futebol é resultado, e o Marcelo foi embora. Mas chegou o professor Luxemburgo, e foi um dos caras que mais me deu força. Mas também acabou saindo. Nossa fase não era boa, e o Mano também chegou. E foi o treinador que me deu a chance de jogar pela Seleção, já me conhece. É um cara de um coração enorme. Brinca com todo mundo, entende a cabeça do atleta. E está em um momento muito bom. O Mano já está no meu livro (risos). Foi o cara que meu a oportunidade para realizar o maior sonho da carreira. E agora está me ajudando a voltar.

L!: Por falar em Seleção Brasileira a zaga é um dos setores mais criticados atualmente. Dunga não consegue eleger um companheiro para Miranda. Acredita que o primeiro semestre de 2016 será fundamental para voltar a brigar por um espaço?

D: Certamente o primeiro semestre do ano que vem será fundamental para que eu volte a atuar em um nível que o Dunga observe. Com o joelho recuperado e repetindo as atuações que tive em 2011 pelo Vasco e 2013 e 2014 pelo Cruzeiro, já que em 2012 eu também me lesionei, acredito que dá pra voltar a ter chances na Seleção. Lembro das oportunidades que já tive e me dá mais vontade de poder estar defendendo a Seleção novamente.

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias