Técnico do time feminino do Corinthians nega que manifesto das jogadoras foi direcionado para Cuca

Arthur Elias, que republicou o posicionamento, falou em 'mal entendido' 

Arthur Elias - Corinthians
Arthur conquistou 12 títulos no comando do Corinthians Feminino (Foto: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians)

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O técnico do time feminino do Corinthians, Arthur Elias, negou que o protesto do "Respeita as Minas", publicado pelas jogadoras do clube e por ele mesmo, foi direcionado a Cuca.

O novo treinador da equipe masculina do Timão é alvo de protestos por parte da torcida alvinegra, que são contrários à sua chegada pela condenação do profissional em um caso de violência sexual, ocorrido em 1987. Arthur Elias, no entanto, afirmou que há um mal entendido no posicionamento das atletas.


- É importante colocar, explicar melhor para o nosso torcedor, para a sociedade, algo que ficou muito mal entendido. O grupo de atletas quis fazer um posicionamento sobre o tema, elas falam de maneira geral, se orgulham do que é vestir essa camisa do Corinthians, não foi nenhum tipo de manifesto, protesto, as meninas não personalizaram em nenhuma pessoa, não é na figura do Cuca, na figura do nosso presidente.

- Só que há uma interpretação e foi muito mal interpretado, tanto pela imprensa quanto pelos nossos torcedores. Acho que isso tem que ser corrigido - disse Arthur Elias ao SporTV, que transmite o confronto das 'Brabas' contra o Internacional, pelo Brasileirão Feminino. A fala aconteceu antes da partida começar.

No intervalo do jogo, enquanto o time perdia por 2 a 0, a lateral Tamires garantiu que os acontecimentos envolvendo Cuca e o manifesto não interferiram no desempenho do Timão.

- Não (interferiu). A gente se posicionou, falou o que tinha que ser falado. Agora é focar no jogo - disse a camisa 37.

Após a derrota do Corinthians para o Goiás no último domingo (23), o presidente Duílio Monteiro Alves afirmou que se reuniu e conversou com o elenco feminino sobre a contratação de Cuca. As jogadoras publicaram a mensagem durante a partida do time masculino, pelo Brasileirão, o que soou como uma indireta à contratação do treinador.

Adilson Monteiro Alves, pai do atual presidente do Timão e um dos fundadores da Democracia Corinthiana, publicou mensagem de apoio ao direito das jogadoras de se manifestarem.

- Acho que a injustiça vem porque o clube contratou o Cuca, que é um treinador supervitorioso, experiente, um dos melhores que a gente tem no país. O Cuca se diz inocente, o clube investigou isso, teve esse cuidado, o Duílio conversou com as jogadores, conversou comigo também, houve um bate-papo muito importante nesse aspecto. Ficou claro que o clube não tem dúvida de que ele é inocente, o Cuca se diz inocente, algo que aconteceu muito tempo atrás - continuou Arthur Elias.

- As jogadoras de maneira nenhuma quiseram atingir o Cuca, elas se posicionaram num tema sensível a elas, mulheres, elas têm muitos gatilhos. Elas foram, de certa forma, até cobradas a se posicionarem. Foi muito discutido, debatido em dois dias, qual seria a melhor forma, justamente para não atingir ninguém, nem nosso treinador do time masculino nem nosso presidente pela decisão. Muito cruel. Se ele se diz inocente e o clube acredita nisso, imagine o que ele está passando nesses dias desde que veio para o Corinthians - concluiu o treinador do time feminino.

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