Opinião: Vasco fica atolado na lama e termina a Série A afogado no drama

Não teve milagre, não teve vitória, não teve salvação. O Vasco caiu. E caiu por conta própria. Não foi porque o rival tricolor perdeu. E também não só porque o empate fora de casa foi o resultado na última rodada. A questão é mais profunda, a lama na qual o Vasco se afogou é mais densa.

A lama, por sinal, atrapalhou muito o time no Couto Pereira. Praticamente não teve jogo por causa do temporal em Curitiba. Se o terreno estivesse seco, o mar de lágrimas poderia não ter acontecido. Mas, apesar do esforço dos jogadores, foi um bumba-meu-boi danado, em meio ao desespero pela necessidade de um golzinho solitário, uma derradeira vitória que coroaria o milagre cruz-maltino.

Também não adianta botar o rebaixamento na conta da arbitragem, ainda que Anderson Daronco não tenha marcado pênalti em Nenê, já no segundo tempo. O time foi o Expresso da Derrota no primeiro turno e foi rearrumado no segundo, mas o ajuste de Jorginho não funcionou contra o Coxa.

Na parte mais seca do jogo – o primeiro tempo – muitos erros de passes, bolas mal conduzidas, cruzamentos cujo destino final foi a linha de fundo. A perda de Diguinho, por lesão, até que não pesou tanto, porque o Coritiba também estava mal. Jorginho lançou o garoto Mateus Pet, apostando em um nome mais técnico. Mas, em um campo encharcado, ficou complicou a vida do rapaz. Não dá para crucificar. Até o experiente Nenê patinou.

O tempo foi passando, o desespero aumentando e o destempero chegando. Com o caldo entornando, Jorge Henrique pensou que resolveria xingando. Expulso e fim.

Acabou a Série A. Chegar à última rodada com chances de salvação acabou sendo, de certa forma, lucro. A realidade, pela terceira vez, é a Série B. Hora de pensar em uma estratégia de sair de novo da lama e não voltar mais.