Menos CBF e mais clubes, pelo bem do nosso futebol

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Dois pesos, duas medidas
A renda líquida de Brasil 3×0 Chile, último jogo das Eliminatórias, no Allianz Parque deixou nos cofres da CBF R$ 12.426.458,79. O valor é maior do que 18 dos 20 clubes da Série A arrecadaram nas 26 primeiras rodadas do Brasileirão. Somente Corinthians e Palmeiras conseguem superar o faturamento da entidade. O Timão acumulou R$ 18.317.703,81, enquanto o Verdão R$ 17.515.290,59. No outro extremo, Fluminense e Ponte Preta têm saldo negativo (veja no Blog Bulla na Rede o faturamento de todos os clubes). A Seleção sempre foi a grande fonte de renda da CBF. Para o bem e para o mal. Não foi por acaso que a dinastia Teixeira-Marin-Del Nero, durante anos, fez o time viajar pelo mundo em amistosos caça-niqueis. Contratos que ainda hoje passam por investigação e que já levaram a Justiça espanhola a emitir uma ordem de prisão contra RT. Só quando os escândalos pipocaram e o distanciamento do torcedor começou a incomodar os patrocinadores, a Seleção voltou a jogar no Brasil. Nessas Eliminatórias o faturamento líquido da CBF passou dos R$ 80 milhões. Dinheiro para ninguém botar defeito. É verdade que investimentos têm sido feitos pela entidade, na organização de torneios de base, na academia do futebol. Nada mais correto, é obrigação. Largar o osso do Brasileirão, contudo, incentivando e não boicotando as sempre tímidas iniciativas dos clubes para montar uma liga independente e auto sustentável - como as europeias - deveria ser o próximo passo. Seria bom para a entidade, bom para os clubes – que certamente teriam receitas majoradas – e bom para o futebol tupiniquim.

No lugar certo
A CBF acatou a sugestão da PM e o clássico entre Flamengo e Vasco, amanhã, vai ser mesmo no Maracanã. É uma decisão corretíssima, melhor para todo mundo, A grita do presidente do Flamengo, Bandeira de Mello que queria o jogo na Ilha do Urubu, é injustificável. Uma miopia de quem está pensando pequeno. A recomendação da PM considera a partida como de alto de risco de segurança, baseado no que ocorreu em julho, na batalha entre torcidas rivais dentro e fora de São Januário. Tudo muito bom, tudo muito bem. Em teoria, medida corretíssima. O “padrão Fifa”, de fato, favorece ao Maraca proporcionar um ambiente mais seguro Mas não é possível acomodar-se: a ação para assegurar a paz antes, durante e depois do jogo vai além do local. Cabe à polícia o dever de garantir nas ruas e nos acessos ao estádio a tranquilidade de quem quer torcer. As práticas das fações violentas são mais do que conhecidas, basta um mínimo de planejamento para antecipar e impedir ocorrências. Basta ter vontade.

A vez da garotada
O Paulistão de 2018 terá ao menos uma novidade importante. Os 16 times poderão inscrever duas listas de jogadores: uma com 26 nomes (sendo três goleiros) e outra com número ilimitado, mas formada apenas por atletas das categorias de base. A condição é que sejam nascidos até 1997, estejam há um ano no clube e já tenham participado de torneios promovidos pela Federação. Cada time poderá contar com até cinco jogadores da base em campo por partida. Era uma antiga reivindicação dos clubes, este ano limitados a inscrever 28 jogadores, independentemente da idade. Acima de tudo, é uma medida adequada, especialmente num ano em que a pré temporada não vai durar mais do que 15 dias, aumentando o risco de contusões. Além disso, vai permitir que o Estadual, cada vez mais irrelevante, sirva pelo menos para que treinadores possam dar experiência e avaliar os jovens talentos, reforçando os elencos para os torneios ao longo do ano, no sacrificante calendário brasileiro. Será uma nobre porta de entrada da garotada no time principal. Um exemplo que poderia se espalhar por outros estados.

Neymar, o monstro
Neymar parece viver seu inferno astral. Mete os pés pelas mãos e vai colecionando atitudes dentro e fora do campo que, menos de três meses depois de sua chegada ao PSG já provocam questionamentos sobre o futuro do craque – ao menos na ambição de ser um dia o melhor do mundo. Depois do entrevero com Cavani, ele se desentendeu com o técnico Unai Emery – que decidiu poupá-lo de um treino como fez com todos os titulares – e chegou a chutar uma bola para longe, sem esconder sua irritação. Já no confronto com o Olympique de Marselha, no fim de semana passada, o camisa 10 marcou seu gol mas acabou expulso depois de dois amarelos bobos por reclamações exageradas e um empurrão desnecessário em um adversário. O jogo terminou 2 a 2. O brasileiro se disse perseguido, acusou o juiz de querer aparecer. Mas não reconheceu, como de praxe, seus próprios erros. Resta saber até quando o PSG vai continuar a passar mão na cabeça do atacante, incentivando aquele lado monstro do craque, levantado anos atrás por Renê Simões. Alguém precisa puxar as rédeas.​

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