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Em Quito, nadadores paralímpicos fazem apelo ao Ministério da Defesa para retornarem ao Brasil

Devido às restrições aéreas por causa da pandemia, atletas brasileiros seguem no Equador desde o dia 3. Entre eles, há deficientes intelectuais e pessoas que precisam de remédios

Raquel Viel
imagem cameraNadadora paralímpica Raquel Viel segue com um grupo de atletas isolados em Quito (Cezar Loureiro / MPIX / CPB / CP)
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Lance!
Quito (EQU)
Dia 26/03/2020
22:52
Atualizado em 27/03/2020
14:36

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Nesta quinta, as nadadoras brasileiras paralímpicas Raquel Viel e Cecília Araújo fizeram um apelo, através de um vídeo em uma rede social, ao Ministério da defesa do Brasil e ao Itamaraty para retornarem ao país. Elas fazem parte de um grupo de nove atletas e o treinador Antônio Luiz Duarte, de Indaiatuba, interior de São Paulo, que seguem isolados em um hotel de Quito, no Equador, desde o dia 3 devido às restrições aéreas por causa da pandemia de coronavírus (COVID-19). 

Entre eles, há desportistas com deficiências intelectuais e pessoas que fazem uso de remédio controlado. Raquel Viel, deficiente visual, e Cecília Araújo, que faz parte da classe das nadadoras com deficiência física causada por paralisia cerebral, comentaram no vídeo que o grupo necessita de ajuda e explicaram o drama dos atletas.

- Está ficando complicada a situação. Os atletas intelectuais estão ficando muito agitados, os remédios da Raquel estão acabando (ela tem depressão) e a Tais, que é amputada, caiu da escada e se machucou. Temos ficado direto no hotel e a única pessoa que sai para comprar mantimentos é o nosso técnico - afirmou Cecília.

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As nadadoras explicaram que foram à Quito para realizar um treinamento de altitude, visando as seletivas paralímpicas. O grupo ficou duas semanas em Cuenca e retornou à capital equatoriana com a ajuda da Embaixada Brasileira. No último sábado, eles tentaram voltar ao Brasil, mas o voo foi cancelado em virtude da propagação da pandemia e as restrições aéreas impostas pelo governo brasileiro. 

Cecília contou que no Equador há um toque de recolher e que eles seguem isolados no hotel. Durante o dia, o grupo faz atividades como yoga, circuito funcional e trabalhos voltados à sanidade mental dos desportistas. Segundo ela, eles estão estressados com o clima hostil do momento no país vizinho.

- Ontem uma pessoa que está no hotel saiu para comprar comida e acabou ameaçada com uma faca por um próprio morador de Quito. Aqui tem um toque de recolher a partir das 14h. Está muito difícil aguentar toda essa situação - destacou Cecília.

Na última segunda, o Governo Federal autorizou a FAB (Força Aérea Brasileira) a buscar os atletas, porém o voo ainda aguarda a homologação do Ministério da Defesa. Por meio de seu site, a Embaixada do Brasil em Quito emitiu um comunicado e destacou que trabalha para atender todos os turistas.

Segue na íntegra a nota oficial da Embaixada Brasileira em Quito

“A Embaixada do Brasil em Quito trabalha ininterruptamente para atender os turistas brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil que têm dificuldades de retornar para casa, em decorrência das medidas adotadas pelo governo equatoriano, e de outros países, para conter a propagação do novo coronavírus. Até o momento, estamos atendendo 125 pessoas, localizadas em diversas cidades do Equador, inclusive 25 pessoas que estão em Galápagos, de onde naturalmente não há alternativa de evacuação por via terrestre.

A Embaixada está em contato permanente com diferentes companhias aéreas para certificar-se da viabilidade operacional de um voo para levar de volta ao Brasil os brasileiros que aqui se encontram e que não dispõem de voos regulares para seu regresso ao território nacional. As alternativas apresentadas pelas companhias aéreas foram encaminhadas a Brasília, onde um Gabinete de Crise, composto pelo Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Turismo, Embratur e Ministério da Defesa, avalia diferentes possibilidades de viabilização do mencionado voo.

A Embaixada está em comunicação com os brasileiros e com parceiros locais para reunir nossos nacionais em Quito, de modo que, se e quando se confirmar o voo, todos estejam prontos para embarcar desta capital para o Brasil.

Em relação aos brasileiros em Galápagos, a Embaixada realiza gestões junto a empresas aéreas e autoridades equatorianas para que os brasileiros sejam incluídos em algum ou alguns dos poucos voos que estão tendo autorização para voar daquelas ilhas para o território continental do Equador.

Outro grupo que tem recebido especial atenção da Embaixada inclui nove paratletas, que estavam em Cuenca e se deslocaram para Quito, com apoio imprescindível do Cônsul Honorário do Brasil naquela cidade.

A Embaixada reitera que, apesar das severas restrições de trânsito impostas pelo governo equatoriano, está conseguindo salvo-condutos junto às autoridades do país para reunir em Quito os brasileiros que estão em outras cidades, na expectativa de estarem todos próximos ao aeroporto de modo a facilitar retorno ao Brasil, caso seja viabilizada uma aeronave para fazer o transporte aéreo para uma cidade de nosso país.

A Embaixada do Brasil em Quito reforça que disponibilizou um e-mail, consulado para atender aos brasileiros em situação emergencial no Equador."

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