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Luiz Gomes: ‘Desafios: a sorte, enfim, está lançada para o quarteto paulista’

'Na máquina de triturar técnicos que é nosso futebol não haverá espaço para titubear'

Montagem - Técnicos SP
imagem camera(Foto: Divulgação)
Dia 23/12/2019
18:49
Atualizado em 24/12/2019
08:00

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Entre os quatro grandes de São Paulo apenas o Tricolor do Morumbi manteve o seu treinador. Santos, Palmeiras e Corinthians, por motivos bem diversos, trilharam o caminho das mudanças e fizeram opções bem diferenciadas, cada um atirando em uma direção.

Mas comecemos pelo São Paulo. A permanência de Fernando Diniz é uma aposta, tanto quanto a chegada de novos treinadores aos rivais. Não só para o clube, mas também para o técnico. Essa talvez seja a última chance de Diniz deixar de ser uma promessa e entrar de vez para o time de ponta do futebol brasileiro. Boas ideias e conhecimento do jogo ele já mostrou que tem. Agora tem a oportunidade de montar um time desde a pré-temporada, moldando-o a sua imagem e semelhança. A falta de tempo de adaptação dos jogadores aos seus métodos não poderá mais, portanto, servir de desculpa em caso de um novo fracasso.

Entre os que mudam de comandante, o Corinthians teve a postura mais coerente. E consciente. Ao tirar Tiago Nunes do Athletico apostou todas as suas fichas diretamente em um nome e em sua capacidade de impor a renovação de práticas e de valores, repetir o projeto que se mostrou eficiente no clube paranaense. Nunes, no Furacão, fez tudo o que tinha de fazer. Agora, será testado em um ambiente onde a pressão é infinitamente maior e onde dar resultados é o único caminho para a sobrevivência.

O Santos, ao contrário do Corinthians, partiu de uma ideia para buscar um nome. O sucesso de Sampaoli nessa temporada - e o vendaval Jorge Jesus no Flamengo - fizeram com que o Peixe se predispusesse a buscar um estrangeiro, quase na linha do seja-ele-quem-for. Tentou uma cartada mais ousada - o romeno Mircea Lucescu, vencedor com o Shakhtar Donetsk da Liga Europa em 2009 - mas acabou por achar algo menos heterodoxo, o português Jesualdo Ferreira, multicampeão com o Porto e que estava no Qatar. Resta saber se os ventos da inovação lançados por Sampaoli continuarão a soprar na Vila mais famosa.

Por fim, o Palmeiras. A escolha de Luxemburgo mostrou que ali, nem nome, nem ideia, mas a falta absoluta de tudo isso norteou todo o processo de substituição de Mano Menezes no clube. Depois de procurar Sampaoli e assustar-se com as exigências do argentino - de fato absurdas e irreais, diga-se de passagem - a diretoria de Mauricio Galiotte mudou de foco e, em uma quinada de 360 graus, trocou a busca pela modernidade por um mergulho no passado - ou na tradição, para ser mais delicado.

Luxa esforçou-se na entrevista que seguiu-se a sua apresentação para afastar a pecha de ultrapassado. Contra ele, pesam os números, insignificantes resultados nos últimos anos, com passagens por uma dezena de clubes sem ganhar nada de importante. No Vasco - de onde saiu para assumir o Palestra - fez um bom trabalho, é certo, conseguiu o objetivo que era manter o time na elite depois de um início desastroso de Brasileirão e saiu inclusive no lucro, arrancando com um elenco sofrível uma vaga para a Sul-Americana. Mas serão essas credenciais suficientes para o tamanho do desafio no Verdão? O tempo - os primeiros meses de 2020, o Paulistão - é que dirá.

A sorte, enfim, está lançada para o quarteto paulista. Diniz, Tiago Nunes, Jesualdo e Luxemburgo, a filosofia de cada um, os motivos e as convicções da cartolagem que os trouxe até aqui serão postos à prova. Na máquina de triturar técnicos que é o nosso futebol não haverá espaço para ninguém titubear.

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