Conheça Protásio, kicker que dominou combine de Brasília e entrou na rota da NFL

Jogador do Galo Futebol Americano sonha em viver do esporte e mira oportunidade na maior liga do mundo após desempenho na capital federal

Protásio
Protásio é o terceiro maior pontuador do Galo Futebol Americano (Reprodução / Arquivo Pessoal)

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Aos 24 anos, Luiz Protásio é um dos kickers mais confiáveis do futebol americano nacional. E isso foi provado no combine 2020, realizado pela Echelon Sports, empresa que promoveu a seletiva em Brasília, no último fim de semana. Durante o evento, o desempenho do jogador do Galo Futebol Americano chamou a atenção de Doug Chavis, ex-Punter da NFL e treinador credenciado pela Profesional Kicking Service. Nas mãos do também agente estão os dados da performance de Protásio, além da promessa de uma análise pelas franquias da NFL, colocando o mineiro da Iguatama na mira da maior liga do planeta. 

Protásio conversou com o Lance!. O kicker tem uma vida profissional ativa. Vive em Betim, na região metropolitana de de Belo Horizonte, é professor de natação e estuda educação física. No ano passado, ele foi campeão do torneio amistoso de natação realizado pela "MGEsportes", o que comprova sua fama de multiatleta. 

Protásio começou no futebol americano em 2016 e relembra a inspiração. 

- Sempre gostei de chutar e quando mias novo brincava de gol a gol com meu pai em um campo do interior. Aí sempre chutava por cima do gol e ele me disse que eu tinha que ser era jogador de futebol americano - recorda o atleta de forma carinhosa. 

O kicker contou também sobre sua trajetória na bola oval. A primeira oportunidade no FABR veio no Minas Locomotiva, equipe que hoje leva o nome do América Mineiro. 

- Tudo começou no Minas Locomotiva. Lá eu não tive um rendimento tão bom, mas todo mundo curtia muito meus chutes porque eram bem fortes. Não tive um desempenho lá tão bom porque não tinha holder, não tinha long snapper, mas quando eu fui para o Cruzeiro (antigo Get Eagles e que, posteriormente, se transformou em Galo Futebol Americano), eu já passei a ter um desempenho melhor, com o Nascimento de holder e o Pezão de long snapper. Fui melhorando, treinando, me aperfeiçoando com o Dan Levy, que me ajudou bastante quando ele esteve por lá. Já no Galo, sou o terceiro maior pontuador da equipe, atrás só do Parris Lee e do Victor Mega - destaca o kicker. 

Difícil decisão
À reportagem, ele também contou sobre um momento importantíssimo em sua carreira na bola oval, fato que aconteceu há três anos, quando teve que fazer uma escolha, que refletiu, inclusive, em uma troca de faculdade. 

- Em 2017, com o Sada Cruzeiro, passava por momentos difíceis na faculdade. Na época, fazia odontologia e o Dan Levy exigia  que fôssemos a todos os treinos. Caso contrário, não jogaríamos. Eu morava a 35 km do treino e ia dormir às 2h da manhã e acordava às 5h30 para ir à faculdade atender pacientes. Foi aí que tive que fazer uma escolha. Larguei a odontologia no sexto período e ingressei no curso de educação física - conta Protásio. 

O grande momento 
Escolhas que conduziram Protásio a um momento único no último fim de semana em Brasília, quando o coach Doug Chavis pode atestar seu potencial. 

- Meu maior momento foi no último sábado, quando escutei do coach Chavis que não tinha porque não estar jogando profissionalmente fora do Brasil. Naquele dia, eu consegui o chute mais longo, o mais preciso. Tive alguns kickoffs de 80, 87 jardas, e ele me disse que eu já estou pronto, que agora é manter a preparação física, alimentação porque a qualquer momento, não hoje, não amanhã, mas futuramente, com certeza, ele indicou que terá algo para mim - celebra o jogador, que não se intimidou com a pressão do combine. 

- Não senti pressão em chutar 60 jardas no combine. Sinto pressão em João Pessoa com aquele vento e com aquelas traves de cano de PVC - aponta o atleta. 

Treinamento duro e o sonho de viver do esporte
E para Protásio não tem tempo ruim. A pandemia não impediu o kicker de seguir treinando. Ele aproveitou um espaço na casa da avó, em Iguatama, cidade de oito mil habitantes no interior de Minas, para fazer seus drills.

- Eu treinei lá no interior, no meio da pandemia mesmo. Eu ia para a BR, corria, e no fundo da casa da minha avó tem um campo de futebol bem grande e lá não tem nada, não tinha ninguém, aí eu ia para lá. Pegava a escada, pulava o muro, ia treinar. Chutava, fazia os drills, 40 jardas, três cones, 20 shuttles, salto vertical, salto horizontal. E agora, como já voltou tudo, trabalho em uma academia aqui em Betim, aí eu aproveito e lá mesmo faço natação, ajuda na elasticidade, equilíbrio, no condicionamento físico, e faço também meus treinamentos de força - relata o kicker do Galo Futebol Americano. 

Fã de Colin Kaepernick e com um carinho especial pelo San Francisco 49ers, Protásio agora espera e  não deixa de sonhar com a possibilidade de viver do mundo esportivo, algo que sempre projetou. 

- Eu sonho em um dia poder viver do esporte. Meus pais e minha esposa sabem como eu amo praticar esportes. Eu me sinto feliz e aliviado. É uma terapia para mim - finalizou Protásio. 

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