Comentaristas da Globo elogiam representatividade e liderança de Simone Biles: ‘Referência’

A maior ginasta da história serve como inspiração por sua carreira e por sua vida pessoal

Simone Biles - Mundial de Ginástica
Simone Biles já tem 25 medalhas na carreira (Foto: LIONEL BONAVENTURE / AFP)

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Negra, vitima de abusos sexuais e psicológicos e racismo de suas próprias adversárias. Obstáculos que a ginasta Simone Biles passou ao longo de sua curta, mas fantástica carreira são muitos, mas assim como em suas provas, ela tirou de letra.

Com apenas 22 anos de idade, Simone massacrou o recorde de medalhas e já soma 25 medalhas em sua carreira, sendo 19 de ouro. A ginasta contrariou as estatísticas e, mesmo tão nova, já é considerada a maior de todos os tempos. Com a proximidade das Olimpíadas, a americana é novamente favorita para subir ao topo do pódio em todas as provas.

A história de vida de Simone Biles é uma inspiração para muitas pessoas, esportistas e profissionais de comunicação. A Rede Globo, que se prepara para mais uma cobertura do maior evento esportivo do mundo, traz um time de comentaristas de peso. E um fator importante entre elas fica em comum: a admiração pela ginasta norte-americana.

Um dos maiores nomes da história da Ginástica brasileira, a ex-atleta e hoje comentarista Daiane dos Santos falou sobre o crescimento do protagonismo feminino nos esportes e como Biles é uma referência para o gênero.

- A Simone Biles já vem buscando esse espaço desde a Rio 2016. Ela dividiu ali com o Bolt e com o Phelps, mas acredito que ela se sobressaiu, porque foi o grande nome dos Jogos daquele ano. É importante, nesse momento, o crescimento dela cada vez maior. Acredito que tê-la como representante, não só por ser da ginástica, mas também por ser mulher negra, transforma a Simone em todo um referencial por trás dessa posição que ela está próxima de ocupar.

É mais do que merecido ver o crescimento das mulheres dentro do esporte e terem conseguido mostrar os seus resultados a partir do momento que as portas foram abertas. A gente ainda tem uma desigualdade muito grande entre o esporte masculino e feminino em alguns esportes, mas cada vez mais as mulheres têm conseguido alcançar essa posição. E agora, com essa referência como a Simone Biles, espero que a gente nunca mais saia desse posto de destaque -, afirmou.

A jornalista Carol Barcellos também falou sobre a ginasta e afirmou que ja vivemos a era de Simone Biles.

- Eu acho que a gente já vive a era Simone Biles. Mas será mais um marco ter isso reconhecido e assistido pelo mundo inteiro, principalmente nos Jogos Olímpicos que esperamos que sejam os mais femininos da história. Já tivemos a Copa do Mundo feminina, em 2019, e ter agora todas as atenções voltadas para uma mulher em uma edição dos Jogos é muito significativo. Quero pensar que de agora em diante será melhor. A Simone tem uma coisa que é muito legal. Ela não é apenas muito boa e uma grande competidora, ela é ousada, traz uma figura de muita força e muita coragem. É um orgulho para gente ver uma mulher acabando com as dúvidas e se tornando um dos maiores nomes da história do esporte -, elogiou.

Outra jornalista conceituada da maior emissora do país, Bárbara Coelho cita o debate da importância em ter mulheres como referência na sociedade, não só no esporte, mostrando que Simone Biles é uma referência para muitas mulheres no Brasil e no mundo.

- Estamos há alguns anos debatendo sobre a importância de ter mulheres como referência, não só esporte, mas em qualquer área de trabalho. As referências acabam influenciando tanta gente que quer chegar lá e alcançar seus sonhos. Durante muitos anos, o papel da mulher na sociedade foi pré-determinado. Quando quebramos isso e passamos a ter referências, principalmente em ambientes que muitas vezes são majoritariamente masculinos, as mulheres se engajam mais e se sentem mais representadas para buscar espaço nesse mercado. A Simone Biles traz muitas mensagens no que ela representa para o esporte, e tenho certeza que influencia muito outras mulheres do Brasil e no mundo -, afirmou.

A comentarista Fabi, ex-jogadora de vôlei, também cita o protagonismo de Simone Biles para a próxima edição das Olimpíadas com a ausência de ícones esportivos como Michael Phelps e Usain Bolt, e revelou a torcida por mais medalhas para a norte-americana.

- Estou na torcida para que o desempenho da Simone se concretize em medalhas. Estamos vivendo uma revolução no mundo, e as mulheres vieram para ficar. Demoram para nos dar espaço, mas agora que conquistamos, não vamos ceder nenhum centímetro. Na ausência de Phelps e Bolt, que são grandes ícones do nosso esporte, mas que eram homens, termos essa perspectiva de mulher como destaque corrobora todo esse movimento que está ocorrendo mundialmente -, revelou.

A ex-atleta Fabiana Murer também analisou o efeito Biles no esporte e a influência que a ginasta tem em outras mulheres. Segundo a medalhista olímpica, o protagonismo de Simone protagoniza uma nova era no esporte de ascensão feminina.

- As mulheres estão evoluindo cada vez mais, aumentando a participação e, nesse Jogos, acredito que participação geral fique perto dos 50%.É muito legal a gente ter mulheres protagonistas, conquistando seus espaços e acredito que o esporte cresce. É muito legal ver coisas diferentes, ver a Biles crescendo, evoluindo e chamando bastante atenção e, por isso, considero uma nova era.

A gente mostra que mulheres têm condições de competira como os homens. A prova que fiz com salto com vara, antigamente, era destinado apenas para homens. Eles não acreditavam que mulheres tinham condições de praticar esse esporte. Somente em 2000, ou sejam 100 anos depois, que as mulheres puderam participar dessa categoria. Mas esse é apenas um exemplo dentro de dezenas de outros dentro do atletismo. Considero que as mulheres estão cada vez conquistando seu espaço de forma merecida -, finalizou.

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