Veiga defende planejamento e diz que trabalha dentro da realidade do clube

Vice-Presidente de Futebol comenta situação do Fluminense no Campeonato Brasileiro, reforça confiança no trabalho de Abel Braga e diz que plano da gestão Abad será mantido

Fernando Veiga conversou com a imprensa nesta sexta-feira no CT Pedro Antonio
Veiga comentou a queda de rendimento do Tricolor e defendeu planejamento da diretoria (Foto: Nelson Perez/F.F.C.)

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Quando os resultados não acontecem em campo, surgem os questionamentos sobre o planejamento do clube. As cobranças feitas à diretoria do Fluminense levaram Fernando Veiga, vice-presidente de futebol, a sair em defesa do trabalho realizado na gestão de Pedro Abad, eleito presidente do clube em novembro de 2016.

O dirigente evitou falar em "herança maldita", mas lembrou que a atual diretoria recebeu um clube em dificuldade financeira e com um elenco cuja reformulação era necessária (relembre as chegadas e saídas abaixo).

'Recebemos críticas da torcida e acho justas, pois ela quer o time ganhando sempre, campeã e com nomes de peso. Vocês acham que não gostaríamos de ter um elenco forte, disputando o título com o Corinthians? É lógico! Antes de ser dirigente, sou torcedor do Flu', disse Fernando Veiga.

Para Veiga, os obstáculos encontrados pelo Fluminense em 2017, em campo, já eram esperados e o planejamento traçado pela diretoria será mantido.

- Tem aquela coisa de engenheiro de obra pronta: é fácil falar agora. Temos um planejamento, desde o início do trabalho, que sabíamos que seria difícil. A capacidade de investimento era praticamente zero e montamos o time dentro dessa realidade. Um time jovem, calcado em algumas peças experientes do ano passado - disse.

Para Fernando Veiga, a queda de rendimento do time de Abel Braga no segundo semestre pode ser explicada por uma série de fatores. Dois dos motivos citados pelo vice-presidente de futebol foram as graves lesões sofridas por nomes importantes do elenco, como Sornoza, Scarpa, Henrique e Douglas, além do interesse de outros clubes, europeus e brasileiros, em jovens valores.

As frustradas negociações de Wellington Silva, reprovado nos exames médicos do Bordeaux, e de Wendel, que esteve na mira do PSG, foram exemplos deixados nas entrelinhas pelo dirigente. Apesar disso, Veiga demonstrou confiança no trabalho de Abel Braga, que, aos poucos, vem ganhando alternativas para escalar o Tricolor.

- É um somatório de várias coisas que faz hoje o Fluminense estar nessa situação. Aconteceu de tudo esse ano. Felizmente estamos recuperando jogadores nesta reta final, mais experientes que podem encorpar o time. São nomes cascudos que dão suporte para os jovens - analisou o VP de Futebol.

'A realidade do clube é outra. Não gosto dessa palavra herança, mas recebemos um clube com déficit projetado de R$ 85 milhões. Sem fluxo de caixa, vários nomes com contratos longos, caríssimos, sem condições de jogar no Fluminense. Como se resolve isso de uma hora para outra sem dinheiro?', questionou o VP Fernando Veiga.

AS CHEGADA E SAÍDAS DO FLUMINENSE NA GESTÃO DO PRESIDENTE PEDRO ABAD:

Dispensa, vendas ou empréstimos: 

Osvaldo (A), Maranhão (A), Danilinho (A), Giovanni (LE), William Matheus (LE), Cícero (V), Wellington Silva (LD), 
Edson (V), Danielzinho (M), Felipe Amorim (M), Claudio Aquino (M), Dudu (M) e Richarlison (A)


As contratações:
Lucas (LD), Sornoza (M), Orejuela (V), 
Robinho (A), Richard (V), Romarinho (A) e Marlon (LE).

Os Moleques de Xerém (retorno de empréstimo ou vindos das categorias de base):
Frazan (Z), Reginaldo (Z), , Mascarenhas (LE), Marlon Freitas (V),  Wendel (V),  Luquinhas (M), Luiz Fernando (V), Peu (A) e Matheus Alessandro (M).

Confira outras respostas de Fernando Veiga:

Confrontos com o Flamengo, na Sul-Americana, serão no Maracanã?

A gente está conversando com a direção do Flamengo. Ainda não estão definido como será o modelo. O que posso dizer é que vamos exercer o nosso mando e jogar no Maracanã. O mando deles, não sei. Também não sei como vai ser a divisão de torcida.

A briga do Flu na reta final de temporada será contra a zona do rebaixamento?

A gente está em uma situação que preocupa, claro. São três pontos da zona de rebaixamento. Mas temos peças importantes que vão retornar. A partir do jogo contra o Grêmio, vamos retomar a luta para deixar o clube em uma posição que merece.

 Como o departamento de futebol trabalha para que a pressão não atrapalhe os jovens atletas do Fluminense caso o time entre na zona de rebaixamento?

É claro que a situação afeta os jovens. Mas como temos um treinador campeão, vitorioso e que passou por tudo no futebol... Confiamos no Abel. Ele é muito respeitado pelo grupo. Assim, a gente consegue interferir no momento em que o emocional pode ser afetado. É difícil para qualquer clube. Quando se entra na zona, a pressão é enorme.

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