Melhora defensiva, legado de Diniz e outros aspectos do empate do Flu
Em uma semana em que o Tricolor teve de lidar com a demissão do treinador e cobrança por resultados melhores, empate com Timão pode ser considerado positivo
No primeiro duelo das quartas de final da Sul-Americana entre Corinthians e Fluminense, o equilíbrio prevaleceu e as duas equipes não saíram do zero, em São Paulo. O Tricolor teve um desempenho melhor no setor defensivo e conseguiu frear a criatividade do Timão, sem deixar espaços.
O resultado vem em bom momento para a equipe carioca. A semana foi conturbada nas Laranjeiras e o empate terminou sendo um bom negócio, depois da demissão do técnico Fernando Diniz e das cobranças por resultados vindas da torcida e da diretoria. Na próxima quinta-feira, no Maracanã, uma vitória garante a vaga do Flu nas semifinais do torneio continental.
Consistência defensiva
Criticado pela fragilidade no setor defensivo, sob o comando de Fernando Diniz, o Fluminense do interino Marcão mostrou um melhor desempenho neste aspecto, em São Paulo. Bem postada, a equipe não deu espaços para o Corinthians criar e o time de Carille finalizou apenas quatro vezes na primeira etapa, com defesas relativamente tranquilas de Muriel. Mesmo quando trabalhava a bola bem na entrada da área, o Timão não conseguia infiltrar na área tricolor. Vagner Love, referência do time paulista na frente, teve dificuldades para fazer o pivô e segurar a bola, quando acionado. Nino foi muito bem, ganhando todas pelo alto.
No segundo tempo, o cenário se manteve, mesmo com as entradas de Boselli e Gustagol. No fim, Muriel ainda fez grande defesa e evitou o gol corintiano.
TABELA
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Experiência de Nenê
Prevendo uma pressão corintiana fora de casa, Marcão optou pela experiência de Nenê e escalou o veterano como titular na vaga do garoto João Pedro. A estratégia funcionou. Além de ajudar na defesa, sendo responsável pelo primeiro combate, foi dele a melhor chance do Flu na primeira etapa, com um chute de fora da área que desviou em Gil e passou com perigo próximo à trave. O jogador de 38 anos também deu qualidade à bola parada, um dos fundamentos em que é especialista.
DNA mantido
Ainda que dividindo opiniões pelos poucos resultados positivos, o estilo de jogo adotado pelo ex-treinador Fernando Diniz deixou marcas. O Fluminense manteve a paciência no controle a bola, com passes curtos, boa movimentação. Em alguns momento do jogo o time encaixou alguns bons ataques, mas pecou nas finalizações.
Artilharia fraca
O empate sem gols na Arena Corinthians evidenciou, mais uma vez, um dos desafios que terá de ser enfrentado pelo novo treinador, Oswaldo de Oliveira. Apesar da movimentação e bom posicionamento, o time chegou poucas vezes com condições reais de finalizar. Durante os 90 minutos, foram apenas cinco finalizações e apenas uma em direção ao gol, com Nenê, na primeira etapa. Faltou tranquilidade para acertar o último passe. As entradas de Wellington Nem e João Pedro, no segundo tempo, não mudaram o panorama.
Bom negócio
Diante das circunstâncias, o resultado em São Paulo pode ser considerado como positivo para o time carioca. Em uma semana em que o elenco teve de lidar com a demissão de Diniz e a cobrança pelo desempenho ruim no Brasileirão, o empate foi um bom negócio. Se conseguir a classificação, a tendência é que o time recupere a confiança para voltar a vencer no torneio nacional e afastar de vez o fantasma do rebaixamento. O Tricolor vai jogar em casa, com o apoio da torcida e depende apenas de uma vitória para garantir um lugar nas semifinais da Sul-Americana. O duelo de volta será na próxima quinta-feira, às 21h30, no Maracanã.
