Lousa em campo, 4-1-4-1 e Gabriel como peça-chave: o Timão na tática

Primeiro treinamento técnico com bola comandado por Fabio Carille já exibe conceitos que devem ser aplicados no Corinthians ao longo da temporada; Reforço terá papel importante

Fabio Carille iniciou trabalho há quatro dias
(Foto: Daniel Augusto Jr)

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Esquema muito utilizado e difundido do futebol mundial nos últimos anos, o 4-1-4-1 vai dar cara ao Corinthians de 2017. Ao menos foi isso que indicou o técnico Fabio Carille no primeiro treinamento técnico com bola realizado na temporada, neste sábado, no CT Joaquim Grava. Aprendiz de Tite, treinador de quem foi assistente por quatro temporadas, Carille tem princípios de trabalho bem semelhantes aos que são aplicados pelo atual comandante da Seleção Brasileira. Um destes princípios é não "esconder o ouro", e a grande prova é a utilização de uma lousa na atividade em campo, sem preocupações em relação à divulgação de imagens de seu esquema tático. Os treinos sendo fechados ou abertos, o que realmente importa é a qualidade do trabalho. E isso faltou em 2016.

Os sinais apresentados até aqui são positivos neste sentido. Carille dirigiu um treino técnico de cerca de 40 minutos de duração, dividido em dois tempos. Sob sol forte, divisão de titulares ou reservas e uma atividade em espaço reduzido. Mesmo com os jogadores ainda abaixo da plenitude física, já foi possível notar conceitos de jogo: reação rápida às perdas de bola, ocupação de espaços, aproximação para triangular quando alguém recebe a bola (especialmente algum dos pontas), passes agudos para quebrar linhas de marcação e busca por profundidade a todo momento.

A impressão mais clara deste primeiro dia de trabalhos efetivos é que o recém-contratado Gabriel terá função preponderante na proposta de jogo. Achar o primeiro homem deste 4-1-4-1 é algo que o Timão não consegue desde a saída de Ralf. Gabriel é candidato forte, e suas características correspondem às expectativas: tem o passe qualificado e sabe se movimentar em campo mesmo sem a posse de bola.

Gabriel preenche espaços, compensa saídas da linha logo atrás de si e usa sua boa velocidade para bloquear a troca de passes do adversário. É uma função complexa que o Corinthians não achou solução no ano passado, com Bruno Henrique, Willians, Cristian e Camacho. A falta de imposição física pode causar algum susto, já que Gabriel tem apenas 1,71m e 66 kg, mas este não é necessariamente um pré-requisito para a função.

Fabio Carille exibiu o que esperava de sua equipe na preleção e também no gramado, por meio de um quadro que indicava posicionamentos, com a primeira linha de quatro bem adiantada (Fagner, Pedro Henrique, Balbuena e Moisés), dois centrais (Gabriel e Jô), dois meias (Camacho e Rodriguinho) e dois pontas (Giovanni Augusto e Marlone). É ainda mais valoroso notar que os reservas trabalharam boa parte do tempo alternando o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1, que é outro esquema do qual Carille gosta.

No time reserva, Cristian foi volante e meia, ora auxiliando Paulo Roberto à frente do trio de meias, ora participando da ação ofensiva. Kazim e Guilherme, à  frente, também inverteram posicionamento. O turco, aliás, questionou Carille diversas vezes a respeito de suas funções em campo e trabalhou como ponta, meia e centroavante. Ele deu assistência para um gol do time reserva e mostrou muito interesse em apreender os conceitos do novo treinador.

* Kazim e Paulo Roberto ainda não têm numeração definida 

O ano está só começando, é cedo para tomar conclusões. Mas as preocupações de Fabio Carille com o trabalho tático são saudáveis e promissoras para o Corinthians.

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