Campeão da Copa de 1978, Bertoni fala ao L! sobre ‘reencontro’ de Argentina e Holanda

Autor de um dos gols da conquista de 44 anos atrás, ex-atacante tem boas perspectivas sobre argentinos: 'Seleção forte e com aquele que é considerado o melhor jogador do mundo' 


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A expectativa em torno da partida entre Argentina e Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo, passa por quem vivenciou um embate desta magnitude. Autor de um dos gols do título mundial dos "hermanos" em 1978, Daniel Bertoni contou ao LANCE! as suas recordações de confrontos com os holandeses na década e projetou o novo jogo decisivo que acontecerá nesta sexta-feira (9), em Doha (QAT). 

- As recordações são bonitas. Fazer um gol numa final, ganhar de um dos países que revolucionaram o futebol desta década foi muito importante para nós. Tínhamos perdido (na primeira fase da Copa) em 1974 por 4 a 0. Depois ganhamos por 3 a 1 em 1978. Mais tarde, empatamos a revanche em Berna em 0 a 0 (partida amistosa válida pelos 75 anos da Fifa, na qual os argentinos venceram nos pênaltis em 1979)  e  avaliou:

- A atual seleção da Holanda não se parece em nada, bem como a nossa. Acredito que foram mais fortes fisicamente e futebolisticamente os holandeses daquela época. Esta seleção da Argentina é forte e tem o considerado melhor jogador do mundo, que é Messi. Mas se ganha toda uma equipe. Maradona a teve em 1986, enquanto Kempes teve todos nós - completou.

Bertoni - atacante da Argentina na Copa de 1978
Bertoni, sobre Messi: 'Creio que está em seu melhor momento futebolisticamente' (Reprodução/Instagram)

O ex-atleta rasgou elogios à Holanda que foi finalista em 1978 e tinha nomes como Rensenbrink, Johnny Rep, Arie Haan e Ruud Krol. E frisou para que os comandados de Lionel Scaloni ficarem atentos.

- Foi uma Holanda poderosa, que revolucionou na década de 1970 e apresentou o futebol total. Esta Holanda é respeitável, pois chegou outras vezes à decisão do Mundial. Perderam três finais, mas temos sempre que ter respeito, pois os holandeses sempre tiveram jogadores habilidosos. Bom, o futebol agora mudou e vamos ver como ambas se sairão - disse.

A atual Argentina tem algo em comum com a geração que foi campeã da Copa de 1978: perdeu uma partida na primeira fase. Os comandados de César Luis Menotti sofreram uma derrota por 1 a 0 para a Itália quando eram anfitriões. Bertoni detalhou o que foi importante para a equipe reerguer suas forças e partir rumo ao título.

- Tínhamos perdido esta partida (diante dos italianos), mas mantivemos a atitude, com a gana que têm os jogadores argentinos, assim como têm os sul-americanos - destacou.

O ex-jogador exaltou o desempenho de Messi nesta caminhada argentina no Mundial.

- Creio que está em seu melhor momento futebolisticamente. Tem sido um dos melhores deste Mundial. Mas não há somente Messi na competição... Veremos o que acontece com ele. Para nós é tão importante quanto para vocês do Brasil são importantes Neymar, ou Vinicius Júnior, Casemiro... - disse.


Bertoni alertou também para outros adversários do Mundial.

- Acredito que há grandes seleções na Copa. O Brasil é uma seleção maravilhosa. A França é insuperável, a Inglaterra vem jogando muito bem. Portugal é outro supertime. E, pelo lado sul-americano, Argentina e Brasil são duas equipes muito importantes - garantiu.

O autor do terceiro gol na vitória por 3 a 1 da Argentina sobre a Holanda opinou sobre qual é o jogador que pode ser um "novo" Bertoni na Copa do Qatar.

- Julián Álvarez me agrada muito. Parece muito com meu modo de jogar. Sempre que entra em campo é bastante tático. Eu tinha coisas dele em campo, e ele tem características de jogo parecidas com as que eu tinha - disse.

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