CPI da Chapecoense ouve presidente e ex-presidente do clube e contesta relação entre a Caixa e seguradora
Banco estatal tinha selado parceria com a Tokio Marine, empresa que não pagou indenizações às famílias das 71 vítimas do acidente aéreo ocorrido em 2016
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A CPI da Chapecoense teve mais um desdobramento nesta quinta-feira (17). Criada para apurar a situação das 71 famílias das vítimas no desastre aéreo ocorrido em 2016, a comissão ouviu o atual presidente do clube, Nei Roque Mohr, o ex-presidente, Plínio David de Nes Filho, além do vice-presidente de logística e operações da Caixa Econômica Federal, Antônio Carlos Ferreira de Sousa.
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Na reunião realizada no último dia 10, a CPI havia aprovado requerimento para convidar o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para a audiência que ocorreu nesta quinta-feira (17). Contudo, Guimarães não compareceu, afirmando que estava acompanhando a situação dos deslizamentos de terra em Petrópolis. O vice-presidente de logística e operações foi seu representante.
Parlamentares contestaram a parceria firmada entre a Caixa e a resseguradora Tokio Marine, que ainda não pagou das indenizações aos familiares das vítimas da tragédia aérea. No entanto, outras empresas também são apontadas como resseguradoras do voo.
- Foi noticiado, Sr. Antônio, que a Tokio Marine detém contratos de seguro com a Caixa Econômica Federal. Assim, gostaria de saber se o senhor, como Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal, vê algum problema ético ou mesmo comercial ao firmar contratos de seguro com companhias que decidem não honrar o pagamento, alegando tecnicalidades contratuais – indagou o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO).
O vice-presidente da Caixa frisou que não há qualquer problema em torno da parceria do banco estatal (por meio da Caixa Seguridade) e a resseguradora.
– Em relação ao contrato em especial das empresas relacionadas à Caixa, nenhum conglomerado conhece esse contrato nem é parte dele. Na relação contratual de parceria com a Caixa e a Tokio Marine, todas as diligências de governança foram cumpridas, que preveem praticamente oito etapas – ponderou.
Presente na reunião, o vice-presidente de marketing da Chapecoense, Alex Passos, destacou que o clube projeta "migrar" para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
- A SAF vai acabar sendo criada na Chapecoense. O momento em que ela vai ser criada, quem vai decidir isso agora vai ser como é que essa recuperação judicial vai andar, como é que vai ser a assembleia de credores, como é que nós vamos conseguir montar este processo. E, diante desse mercado todo, não tenha dúvida que, como o presidente Nei, falou nós estamos ouvindo todo mundo, todo mundo - disse.
A próxima reunião da CPI da Chapecoense está marcada para a próxima quinta-feira (24). Estão previstos na pauta os depoimentos do presidente da Tokio Marine do Brasil, José Adalberto Ferrara, e do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.
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