LANCE! Espresso: Emoção à parte, a volta do mata-mata no Brasileirão seria um retrocesso

Torneios decididos no formato de mata-mata são sempre mais emocionantes. Finais épicas têm o poder de ficar para sempre na memória do torcedor. Mas a divisão de hoje no calendário do futebol brasileiro é a mais adequada e ajudou a valorizar mais os dois principais torneios nacionais - e aumentou o mérito de quem vence cada um, isoladamente. O Brasileirão atual premia planejamento, algo sempre em falta na maioria dos clubes. Em tempo: um eventual retorno do mata-mata ao regulamento do Campeonato Brasileiro faria aumentar ainda mais a estratégia de poupar jogadores para Libertadores e Copa do Brasil. O Corinthians, um dos times mais amorfos desta edição, estaria hoje classificado. A mediocridade seria premiada e ajudaria a camuflar problemas críticos dos clubes, como a má formação de elenco ou trocas sucessivas de técnicos. Não é o mata-mata que resolverá o desequilíbrio entre os clubes, reforçado nos últimos anos pelo desempenho de poucos times, como Flamengo, Palmeiras, Grêmio e Corinthians. Insistir em seu retorno como modelo ideal é ignorar todo o potencial de uma gestão responsável e de planejamentos de longo prazo. Fatores que explicam, por exemplo, o Athletico, campeão da Copa do Brasil, hoje estar à frente dos tradicionais Fluminense, Botafogo e Vasco.

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