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Especialistas defendem exame toxicológico de larga escala para detectar casos de doping

Método consiste em análise de fio de cabelo ou pelos e pode identificar substâncias proibidas pela Wada

Valieva
imagem cameraPatinadora russa Kamila Valieva foi suspensa por doping, mas acabou liberada para os Jogos de Inverno (Foto: AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 10/03/2022
20:07
Atualizado em 11/03/2022
08:05

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Em meio a casos de doping no esporte mundial como o da patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, que testou positivo para trimetazidina antes das Olimpíadas de Inverno de Pequim, especialistas brasileiros defendem a adoção do exame toxicológico de larga escala para detectar substâncias proibidas no esporte.

- O ideal seria implementar o exame toxicológico de larga janela, feito somente com a análise de um fio de cabelo ou pelo que inclusive é usado para detectar o uso de drogas em motoristas que possuem CNH C, D e E em todo o Brasil, diminuindo o número de acidentes e comprovando que é muito mais eficaz do que os outros métodos - diz Renato Borges Dias, presidente da ABTox, Associação Brasileira de Toxicologia.

No caso de Valieva, a agência russa decidiu suspendê-la provisoriamente, mas voltou atrás depois de uma apelação da atleta, pelo fato de ela ser menor de idade. Isso permitiu a atleta competir em Pequim.

No Brasil, casos de doping são frequentes. A jogadora de vôlei Bruninha, do Fluminense, foi flagrada em fevereiro com as substâncias Oxandrola e Clebuterol, e pegou três anos de suspensão.

Em agosto do ano passado, a campeã olímpica Tandara foi suspensa preventivamente durante os Jogos de Tóquio após testar positivo para ostarina, da classe dos anabolizantes.

Outro caso recente que levou a Agência Mundial de Antidoping (Wada) a se pronunciar foi no ciclismo. A entidade afirmou em fevereiro que vai investigar os efeitos da droga Tizanidine, usada em atletas do Tour de France, em 2021. A substância não é proibida atualmente, mas despertou o alerta da entidade devido ao número de casos.

- O doping está definido pela presença de substâncias proibidas (drogas ou fármacos que incrementam o rendimento de um atleta) e de seus metabólitos ou marcadores em uma amostra, normalmente feita com sangue ou urina, de um atleta. Por isso, o exame de larga janela seria o ideal para detectar o possível uso de substâncias proibidas para melhora do desempenho esportivo - avalia José Martins, presidente dos laboratórios Labet e praticante de ciclismo.

A adoção do exame toxicológico de larga janela de detecção, que identifica a presença de substâncias psicoativas que se depositam nos fios de cabelo ou pelos por um período mínimo de 90 dias até seis meses, permitindo a avaliação de hábitos de consumo dessas substâncias pelo doador.

- A dopagem representa risco para quem a utiliza, pois, a escolha da substância é feita de acordo com o que o atleta, hipoteticamente, acredita que poderá favorecer o seu rendimento em um determinado esporte. Sem contar que se trata de algo completamente antiético - completa Martins.

O exame toxicológico de larga escala é utilizado por ligas de rúgbi na Austrália e Irlanda.

Atualmente, a agência Mundial Antidoping (WADA) organiza uma lista com as classes de substâncias e métodos que apresentam como característica, pelo menos, dois dos três seguintes critérios: possibilidade de aumento no desempenho, risco à saúde e violação do espírito esportivo.

Na lista de drogas proibidas, estão: agentes anabólicos, hormônios e outras substâncias relacionadas, agonista Beta-2 adrenérgico, agentes com atividade antiestrogênica, diuréticos e outros agentes mascarantes, estimulantes, narcóticos, canabinóides e glicocorticóides.

A Wada afirma que o controle antidoping deve ocorrer durante o período das competições e entre os eventos esportivos seja durante o treinamento, na casa do atleta ou próximo à competição. Hoje em dia, os exames são divididos em três etapas: coleta da amostra, screening e confirmação do resultado, sendo efetuados em amostra de urina, sangue ou ambos.

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