Opinião: Space Jam é a cereja do bolo na carreira de LeBron James e a celebração da nossa infância

"Um Novo Legado" estreou nesta sexta-feira, na plataforma de streaming "HBO Max", e mostra que não é uma continuação do sucesso com Michael Jordan

Space Jam 2 LeBron James
LeBron teve a missão de protagonizar franquia que fez sucesso com Michael Jordan nos anos 1990 (Divulgação/Warner)

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Eu sei, eu sei. Estou um pouco atrasado. "Space Jam: Um Novo Legado" estreou no Brasil em julho deste ano, mas só agora com a liberação na plataforma "HBO Max", do longa que apresenta LeBron James no papel que um dia foi de Michael Jordan, sem ser necessariamente uma continuação do primeiro, pude assistir a esse filme que celebra várias gerações da cultura pop e alcança o suprassumo da carreira de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos.

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Suprassumo sim, já que no basquete os títulos são importantes, os recordes também, mas nada é tão maior do que o encanto em que o jogo gera nas pessoas. É isso que tornam atletas inesquecíveis e alimentam os sonhos de gerações que viram Wilt Chamberlain, Kareem Abdul Jabbar, Larry Bird, Michael Jordan, Kobe Bryant e, por fim, LeBron James. Jogar, ser grande, é importante, mas as pessoas querem ser amadas e eternizadas.

E quer algo mais eterno que a cultura pop? Durante "Space Jam", a Warner mostra que tem a dimensão do que representa para o imaginário e se gaba disso: em uma batalha de rima, Gaguinho afirma: "minha fama veio antes da internet, desde 1935, e se repete". LeBron vira Harry Potter, Robin (da dupla com Batman), enquanto passa por cenários de Mad Max, Matrix e de muitos outros filmes que fazem parte do portfólio da Warner, enquanto sonha em montar um timaço com Superman e King Kong.

Talvez brincando com o fato de que o King faz "panelinha" de super astros por onde passa, assim como no atual Los Angeles Lakers, com Anthony Davis e Russell Westbrook. Porém, eu te pergunto: quem não quer jogar com o maior? A Warner quis, e resolveu fazer uma nova "panelinha" com LeBron, Patolino, Pernalonga e todos os personagens de "Loony Toones", sempre fazendo questão de manter a convergência entre todos os seus principais personagens de outras franquias vitoriosas.

Na grande batalha final, é possível ver o Batman torcendo ao lado de seu rival, Pinguim. O Pennywise - do sucesso de terror "IT: A Coisa" - comemorando com os "caminhantes brancos" de "Game Of Thrones". E assim, LeBron deixa a galeria dos imortais do basquete, e passa a ficar na prateleira das lendas inesquecíveis. Daqui há 30 anos uma criança irá assistir esse filme e saber a dimensão de LeBron James. Infelizmente, outros grandes nomes tão expressivos como o King não terão a mesma sorte.

Nota do humilde redator deste texto: este foi um dos principais motivos para que eu não estivesse tão empolgado em ver "Space Jam 2", logo que saiu nos cinemas. Obviamente, a ideia de que não é momento para frequentarmos espaços fechados que promovem aglomerações também não me agradava nem um pouco. Mas, fã de basquete que sou, não pude deixar de pensar, desde que se tornou público a homenagem que LeBron receberia, que Kobe Bryant também merecia.

Se o mundo de Hollywood fosse justo, este, com LeBron, teria sido o Space Jam 3, sendo o segundo protagonizado pelo ídolo do Lakers, vencedor do Oscar de melhor curta-metragem de 2019. Quando a notícia de que Kobe morreu estourou em uma noite de domingo no Brasil, eu estava de plantão no LANCE! e fui obrigado a preparar inúmeras notícias sobre a inesperada partida do meu maior ídolo do basquete. Em choque, segui forte e tive o pior dia profissional da minha vida. Já em casa, desabei.

Muitas pessoas que amam basquete saberão quem foi Kobe, mas todo o fã da cultura pop saberá quem foi Michael Jordan e LeBron James. E a Warner entregou tudo isso para engrandecer o esporte em um filme lúdico, divertido, bem roteirizado, engajado socialmente (como no caso da Lola Bunny que deixou de ser uma personagem erotizada), com ótimas tiradas de humor e com uma gigante atuação já esperada de Don Cheadle (ator que faz o Máquina de Combate, de "Os Vingadores"), o vilão do filme.

Além disso, pudemos presenciar uma atuação nota 8 para LeBron James, que mostrou intimidade com as câmeras e com a arte de "falar sozinho" com personagens fictícios que seriam inseridos em CGI na pós-produção. Como se não bastasse tudo isso, "Space Jam: Um Novo Legado" é nostálgico para todo fã do super mundo mágico do cinema.

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