Retrospectiva do Internacional: uma taça e muitos tropeços
Projeção era disputar o título em todas os torneios, mas só um veio

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No começo de 2025, a projeção era disputar o título nas quatro competições do calendário – campeonatos Gaúcho e Brasileiro e copas do Brasil e Libertadores. No fim do ano, o balanço do Internacional tem uma taça e muitos tropeços – duas eliminações e um quase rebaixamento. No meio de tudo, a demissão de dois técnicos, fofoca conjugal, chuva de papel picado fora de hora, frases polêmicas e uma campanha que só não deve ser esquecida porque precisa servir de lição.
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Arrancada da esperança
Após uma série de 16 jogos invictos na reta final do Brasileirão de 2024, o Inter de Rogar Machado iniciou 2025 com uma arrancada que dava esperança ao torcedor. Buscando impedir a conquista do octa estadual do Grêmio, fez um Gauchão impecável, invicto, com uma vitória incontestável na primeira partida da final, na casa do rival, e a retomada da taça, no duelo decisivo, em casa.
O título estava dentro dos planos. A direção e a comissão técnica queriam a taça no armário e pretendiam brigar para chegar pelo menos nas quartas de final das copas e encerrar o Brasileiro entre os cinco primeiros. Passada a conquista local, o resto foi pelo ralo.
Os números no Gauchão
- Vitórias 9
- Empates 3
- Aproveitamento 83,3%
- Gols pró 24
- Gols contra 6

Eliminações nas copas
Na Copa do Brasil, o susto veio já na estreia, na terceira fase. Contra um desconhecido Maracanã, o Inter sofreu para vencer em casa por 1 a 0, precisando cruzar 76 bolas na área – e o gol não saiu em um desses lances. Nas oitavas de final, caiu para Fluminense, com uma derrota por 2 a 1 em casa e um empate em 1 a 1 no Maracanã.
Antes da partida, uma fofoca conjugal caiu feito bomba no vestiário. Envolvendo jogadores e suas famílias, além da comunicação do clube, que fez postagem em tom de meme nas redes sociais. A queda e a notícia abalaram o grupo, que não se recuperou mais.
Os números na Copa do Brasil
- Vitórias 2
- Empates 1
- Derrotas 1
- Aproveitamento 58,3%
- Gols pró 6
- Gols contra 3
Quatorze dias depois, nova eliminação, dessa vez na Libertadores. Na ida, no Maracanã, 1 a 0 para Rubro Negro. Na volta, 2 a 0 para o time carioca, com direito outra partida entre as duas equipes, na abertura do returno, com outra vitória do Fla, 3 a 1, no Beira-Rio.
Antes do jogo da queda, um fiasco que representa o ano colorado. No momento em que as equipes entravam em campo, o clube havia preparado uma chuva de papel, a fim de motivar os torcedores e o time. Feito com pedaços laminados e arremessados de um local impróprio, devido ao vento, o material tomou conta do gramado, atrasou o início do jogo e esfriou a equipe e o público.
Números na Libertadores
- Vitórias 3
- Empates 2
- Derrotas 3
- Aproveitamento 45,8
- Gols pró 12
- Gols contra 11

De mal a pior no Brasileirão
No Brasileirão, após um começo promissor, com um empate em 1 a 1 com o Flamengo e uma goleada de 3 a 0 sobre o Cruzeiro, que ajudaram a ampliar o recorde de invencibilidade de Roger Machado, de 16 (só no Brasileiro), em 2024, para 17 (incluindo Gauchão e o começo da Libertadores), em 2025, o Inter começou a descer a ladeira.
Não conseguiu repetir bons desempenhos, nem engatar uma sequência de resultados favoráveis. Começou a ter que buscar resultados e tomou duas goeladas em sequência – para Corinthians e Botafogo. Demitiu Roger Machado em setembro, após perder o Gre-Nal do segundo turno em casa, de virada.
Veio Ramón e Emiliano Díaz e nada mudou. A dupla argentina venceu três partidas, empatou cinco e perdeu outras cinco. Uma delas, por 5 a 1 para o Vasco. Após a goleada para o Gigante da Colina, a dupla caiu e, na aposta da mística, veio Abel Braga.
O técnico campeão da Libertadores e do Mundial em 2006 perdeu para o Tricolor Paulista e venceu o Bragantino. Como estava em 18º, dependeu de resultados paralelos. E eles vieram. Abelão disse que a campanha devia servir de lição para não ser repetida em 2026.
A campanha no Brasileirão
- Vitórias 11
- Empates 11
- Derrotas 16
- Aproveitamento 38,6%
- 44 gols pró
- 57 gols contra

Polêmicas na casamata
Na reta final do Brasileirão, o Colorado acabou envolvido em duas polêmicas com muita repercussão nas redes sociais. Primeiro, o técnico Ramón Díaz disparou uma frase machista após o Inter empatar em 2 a 2 com o Bahia no Beira-Rio. Na coletiva, o argentino que chegou em setembro e foi demitido no final de novembro tascou:
– Não pode acontecer com um clube tão importante o que aconteceu [sair vencendo por 2 a 0 e ceder o empate]… não pode… porque o futebol é para homens, não é para meninas.
O pedido veio somente na manhã seguinte, em um texto protocolar nas redes sociais. Dias depois, foi a vez de Abel Braga, que assumia por dois jogos, para salvar o time do rebaixamento, largar uma declaração homofóbica:
– Eu fiz uma brincadeira... Eu falei: 'Pô, eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de veado.
A desculpa também veio nas redes sociais do técnico. Depois, em um pronunciamento antes da coletiva seguinte, após o 3 a 0 para o São Paulo:
– Fui relatar uma brincadeira juvenil. Já me desculpei. Não deveria ter falado nada naquele momento. Eu perdi um filho com 19 anos. Quem perde um filho não é homofóbico. Quero que vocês entendam isso, tá?
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