menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Retrospectiva do Internacional: uma taça e muitos tropeços

Projeção era disputar o título em todas os torneios, mas só um veio

Roberto-Jardim-aspect-ratio-1024-1024
Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 27/12/2025
08:30
Jogadores do Inter comemorando o título do Gaúcho no Gramado. (Foto: Roberto Jardim/Lance)
imagem cameraJogadores do Inter comemorando o título do Gauchão (Foto: Roberto Jardim/Lance)

  • Matéria
  • Mais Notícias

No começo de 2025, a projeção era disputar o título nas quatro competições do calendário – campeonatos Gaúcho e Brasileiro e copas do Brasil e Libertadores. No fim do ano, o balanço do Internacional tem uma taça e muitos tropeços – duas eliminações e um quase rebaixamento. No meio de tudo, a demissão de dois técnicos, fofoca conjugal, chuva de papel picado fora de hora, frases polêmicas e uma campanha que só não deve ser esquecida porque precisa servir de lição.

continua após a publicidade

➡️Tudo sobre o Colorado agora no WhatsApp. Siga o nosso novo canal Lance! Internacional

Arrancada da esperança

Após uma série de 16 jogos invictos na reta final do Brasileirão de 2024, o Inter de Rogar Machado iniciou 2025 com uma arrancada que dava esperança ao torcedor. Buscando impedir a conquista do octa estadual do Grêmio, fez um Gauchão impecável, invicto, com uma vitória incontestável na primeira partida da final, na casa do rival, e a retomada da taça, no duelo decisivo, em casa.

O título estava dentro dos planos. A direção e a comissão técnica queriam a taça no armário e pretendiam brigar para chegar pelo menos nas quartas de final das copas e encerrar o Brasileiro entre os cinco primeiros. Passada a conquista local, o resto foi pelo ralo.

continua após a publicidade

Os números no Gauchão

  1. Vitórias 9
  2. Empates 3
  3. Aproveitamento 83,3%
  4. Gols pró 24
  5. Gols contra 6
Internacional, de Carbonero, venceu o Gre-Nal do jogo de ida das finais do Gauchão
Carbonero comemora gol no Gre-Nal de ida da final do Gauchão (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Eliminações nas copas

Na Copa do Brasil, o susto veio já na estreia, na terceira fase. Contra um desconhecido Maracanã, o Inter sofreu para vencer em casa por 1 a 0, precisando cruzar 76 bolas na área – e o gol não saiu em um desses lances. Nas oitavas de final, caiu para Fluminense, com uma derrota por 2 a 1 em casa e um empate em 1 a 1 no Maracanã.

Antes da partida, uma fofoca conjugal caiu feito bomba no vestiário. Envolvendo jogadores e suas famílias, além da comunicação do clube, que fez postagem em tom de meme nas redes sociais. A queda e a notícia abalaram o grupo, que não se recuperou mais.

continua após a publicidade

Os números na Copa do Brasil

  1. Vitórias 2
  2. Empates 1
  3. Derrotas 1
  4. Aproveitamento 58,3%
  5. Gols pró 6
  6. Gols contra 3

Quatorze dias depois, nova eliminação, dessa vez na Libertadores. Na ida, no Maracanã, 1 a 0 para Rubro Negro. Na volta, 2 a 0 para o time carioca, com direito outra partida entre as duas equipes, na abertura do returno, com outra vitória do Fla, 3 a 1, no Beira-Rio.

Antes do jogo da queda, um fiasco que representa o ano colorado. No momento em que as equipes entravam em campo, o clube havia preparado uma chuva de papel, a fim de motivar os torcedores e o time. Feito com pedaços laminados e arremessados de um local impróprio, devido ao vento, o material tomou conta do gramado, atrasou o início do jogo e esfriou a equipe e o público.

Números na Libertadores

  1. Vitórias 3
  2. Empates 2
  3. Derrotas 3
  4. Aproveitamento 45,8
  5. Gols pró 12
  6. Gols contra 11
Papel picado no estádio Beira-Rio, do Internacional
Papel picado no estádio Beira-Rio, do Internacional (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

De mal a pior no Brasileirão

No Brasileirão, após um começo promissor, com um empate em 1 a 1 com o Flamengo e uma goleada de 3 a 0 sobre o Cruzeiro, que ajudaram a ampliar o recorde de invencibilidade de Roger Machado, de 16 (só no Brasileiro), em 2024, para 17 (incluindo Gauchão e o começo da Libertadores), em 2025, o Inter começou a descer a ladeira.

Não conseguiu repetir bons desempenhos, nem engatar uma sequência de resultados favoráveis. Começou a ter que buscar resultados e tomou duas goeladas em sequência – para Corinthians e Botafogo. Demitiu Roger Machado em setembro, após perder o Gre-Nal do segundo turno em casa, de virada.

Veio Ramón e Emiliano Díaz e nada mudou. A dupla argentina venceu três partidas, empatou cinco e perdeu outras cinco. Uma delas, por 5 a 1 para o Vasco. Após a goleada para o Gigante da Colina, a dupla caiu e, na aposta da mística, veio Abel Braga.

O técnico campeão da Libertadores e do Mundial em 2006 perdeu para o Tricolor Paulista e venceu o Bragantino. Como estava em 18º, dependeu de resultados paralelos. E eles vieram. Abelão disse que a campanha devia servir de lição para não ser repetida em 2026.

A campanha no Brasileirão

  1. Vitórias 11
  2. Empates 11
  3. Derrotas 16
  4. Aproveitamento 38,6%
  5. 44 gols pró
  6. 57 gols contra
Abel Braga, técnico do Internacional
Abel Braga, técnico do Internacional, no jogo contra o Bragantino (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Polêmicas na casamata

Na reta final do Brasileirão, o Colorado acabou envolvido em duas polêmicas com muita repercussão nas redes sociais. Primeiro, o técnico Ramón Díaz disparou uma frase machista após o Inter empatar em 2 a 2 com o Bahia no Beira-Rio. Na coletiva, o argentino que chegou em setembro e foi demitido no final de novembro tascou:

– Não pode acontecer com um clube tão importante o que aconteceu [sair vencendo por 2 a 0 e ceder o empate]… não pode… porque o futebol é para homens, não é para meninas.

O pedido veio somente na manhã seguinte, em um texto protocolar nas redes sociais. Dias depois, foi a vez de Abel Braga, que assumia por dois jogos, para salvar o time do rebaixamento, largar uma declaração homofóbica:

– Eu fiz uma brincadeira... Eu falei: 'Pô, eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de veado.

A desculpa também veio nas redes sociais do técnico. Depois, em um pronunciamento antes da coletiva seguinte, após o 3 a 0 para o São Paulo:

– Fui relatar uma brincadeira juvenil. Já me desculpei. Não deveria ter falado nada naquele momento. Eu perdi um filho com 19 anos. Quem perde um filho não é homofóbico. Quero que vocês entendam isso, tá?

  • Matéria
  • Mais Notícias