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Jogador do América-MG é liberado pela polícia após acusação de racismo

O caso ocorreu no fim de semana, pelo Campeonato Brasileiro

Miguelito - América-MG
imagem cameraA Polícia Civil do Paraná liberou o meia-atacante Miguelito (Foto: Reprodução/Polícia Civil do PR)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 05/05/2025
16:00

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A Polícia Civil do Paraná liberou o meia-atacante Miguelito, do América-MG, para responder em liberdade após ser acusado de injúria racial pelo atacante Allano, do Operário, durante partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro.

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Miguelito recebeu liberdade provisória e responderá ao processo em liberdade. A investigação sobre o caso de injúria racial segue em andamento e, conforme a legislação brasileira, a pena para esse tipo de crime pode chegar a até cinco anos de reclusão. Caberá ao Ministério Público avaliar se há elementos suficientes para oferecer denúncia, o que daria início a uma ação penal. Paralelamente, o caso também pode ser analisado na esfera esportiva, com possibilidade de denúncia por parte da Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

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O caso ocorreu por volta dos 30 minutos do primeiro tempo, após uma falta a favor do time paranaense. Segundo relatos, um jogador do América teria proferido a expressão racista “preto do ***” contra Allano, do Operário. A denúncia foi confirmada pela vítima e pelo capitão da equipe paranaense, que presenciou a ofensa.

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Apesar de a fala não ter sido registrada pelas imagens da transmissão oficial, os depoimentos colhidos no local foram considerados suficientes para a lavratura do flagrante. 

O árbitro aplicou o protocolo antirracismo da CBF e interrompeu a partida, enquanto a Polícia Militar conduzia os envolvidos à unidade da Polícia Civil do Paraná (PCPR). 

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O delegado Gabriel Munhoz informou que o suspeito foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema penitenciário. A PCPR também solicitou acesso a imagens de outros ângulos para complementar a investigação, que deverá ser concluída nos próximos dias.

Jogadores do Operário-PR denunciam injúria racial do meia do América-MG (Foto: Reprodução/Disney+)

Posicionamento da Bolívia

A Federação Boliviana de Futebol informa ao público que tomou conhecimento da situação legal enfrentada pelo nosso jogador da seleção nacional Miguel Terceros, atualmente no Brasil, devido a uma denúncia por supostos atos de racismo ocorridos durante uma partida válida pela Segunda Divisão do futebol brasileiro.

Desde a FBF, expressamos nosso apoio institucional ao jogador neste momento difícil, reafirmando nossa confiança no respeito ao devido processo legal, ao direito à defesa e à presunção de inocência, pilares fundamentais de todo sistema de justiça.

O Eng. Fernando Costa, presidente da Federação Boliviana de Futebol, entrou em contato com a família do jogador e com seu entorno para oferecer todo o apoio e acompanhamento necessários. Da mesma forma, manteve contato com o representante do atleta para coordenar as ações legais cabíveis e, nas próximas horas, estabelecerá comunicação com o Consulado Boliviano no Brasil e com as autoridades competentes da Confederação Brasileira de Futebol.

Como entidade máxima do futebol boliviano, reafirmamos nosso firme compromisso com a luta contra toda forma de discriminação, racismo ou violência, tanto dentro quanto fora dos campos de jogo, em consonância com os princípios promovidos pela CONMEBOL, pela FIFA e por nossa normativa interna.

Reiteramos nosso acompanhamento institucional ao jogador, na expectativa de que os fatos sejam esclarecidos conforme a lei.

Posicionamento do atacante Allano

Venho, por meio desta nota, me manifestar sobre o episódio lamentável de injúria racial que sofri durante a partida entre Operário e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro da Série B.

Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável.

Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia.

Agradeço ao Operário pelo apoio, aos meus companheiros de equipe, à minha família e a todos que têm se solidarizado comigo neste momento. A luta contra o racismo é de todos nós, e ela não vai parar enquanto houver injustiça.

Miguelito foi revelado nas categorias de base do Santos e é uma das principais apostas da Bolívia para os próximos anos. Com a camisa da Seleção Sul-americana, disputou 22 jogos e marcou seis gols. Ele é o vice artilheiro das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

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