Luxemburgo trata pressão no Corinthians com naturalidade e confia em permanência até ‘decisões’ pela Sul-Americana
Treinador tem apostado na competição continental para deixar o clube alvinegro em alta no fim da temporada
O técnico Vanderlei Luxemburgo não se vê ameaçado no Corinthians. Mesmo com a pressão exercida sobre a diretoria nos últimos para o desligamento do treinador, ele acredita que terminará o seu contrato com o clube alvinegro, que vence em dezembro.
Para Luxa, o seu futuro está atrelado ao desempenho na Copa Sul-Americana, competição em que o Timão está na semifinal. Ele não acredita em mudança antes que, pelo menos, o confronto de ida aconteça. O adversário é o Fortaleza.
A primeira partida está marcada para o dia 26 de setembro, na Neo Química Arena. Antes, a equipe do Parque São Jorge terá dois compromissos em casa pelo Campeonato Brasileiro, contra Grêmio e Botafogo. Ambos os adversários estão no G4 do Brasileirão, o segundo é o líder da competição.
A condição dos rivais ameaça ainda mais Luxemburgo para antes do primeiro jogo decisivo pela Sula. Em caso de derrotas com desempenho ruim, a pressão por uma demissão do técnico pode se tornar insustentável, fazendo com que Vanderlei nem chegue ao jogo do dia 26.
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CONFIANÇA NOS ‘REFORÇOS’
Luxemburgo, no entanto, está tranquilo e acredita em bons desempenhos contra Grêmio e Botafogo, principalmente por conta do retorno de alguns atletas que estiveram fora do último compromisso, que foi a derrota justamente para o Fortaleza, mas pelo Brasileirão. Contra os gaúchos estão previstas as voltas de Fagner, Fábio Santos e Renato Augusto (que cumpriam um cronograma de condicionamento físico), Matías Rojas (de volta da seleção paraguaia) e Maycon (que retorna após cumprir suspensão). O volante Fausto Vera ainda é dúvida, por conta de um incômodo muscular na coxa.
Luxa, inclusive, pretende fazer valer o fator casa até o fim da temporada. Não só por conta da torcida, mas a ideia é utilizar os jogadores mais velhos e com a parte física mais comprometida o máximo de tempo possível na Neo Química Arena, onde sabe que tem potencial maior de vitória. A ideia será usar os confrontos fora de casa para preservar a maior parte desses atletas. Principalmente quando se tratar de trajetos mais longos.
Para terminar o ano com sucesso em campo, Vanderlei também já iniciou um processo de ‘bandeira branca’ com o núcleo de saúde e performance. Recentemente, o treinador teve uma discussão forte e acalorada com o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, que comanda o departamento. O problema foi presenciado por alguns jogadores e funcionários do clube. Os atletas, no entanto, deram razão a Mazziotti e isso é um fator que contribuiu para a pressão que o técnico vem sofrendo atualmente.
Mesmo discordando de muitos métodos da equipe de saúde, Luxemburgo pretende trabalhar em conjunto com o setor. O comandante corintiano, inclusive, descartou o conselho de pessoas próximas de expor publicamente as diferenças com Bruno Mazziotti. Outra recomendação que não foi seguida por Luxa foi a de que ele pedisse demissão, pois estaria servindo de escudo para a diretoria.
SONHO CONTINENTAL
A grande motivação para Vanderlei Luxemburgo ‘insistir’ no Corinthians é a possibilidade de conquista da Copa Sul-Americana. O treinador está muito confiante nas chances de vencer o torneio. Ele confia no potencial de montar uma estratégia e motivar os seus jogadores em uma competição mata-mata e tem se assegurado nisso.
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Luxa sabe que dificilmente ficará no Timão em 2024, independentemente do resultado da eleição, que acontecerá no fim deste ano. E ganhar um título continental será um feito histórico para ele, que nunca venceu uma competição internacional por clubes – ainda que seja considerado campeão da Libertadores pelo Palmeiras, em 2020, porque dirigiu o clube na primeira fase. Além disso, o técnico acredita que será um recado importante para o mercado a fim de seguir trabalhando em grandes clubes.
Vanderlei não abandonará o Campeonato Brasileiro, mas enxerga a competição nacional mais controlada estando a cinco pontos de distância da zona do rebaixamento, aberta pelo Santos. O profissional vê ameaça de queda muito mais distante do que quando chegou ao clube, em maio.
