Conheça Rebic, croata que frustrou Bayern e recusou camisa de Messi

Atacante de 24 anos tem fama de bad boy, possui um dos maiores picos de velocidade da Copa do Mundo e pode ser contratado pelo Bayern de Munique por quase R$ 182 milhões

Rebic
Aos 24 anos de idade, Rebic foi herói do Eintracht Frankfurt na última temporada e é cobiçado pelo Bayern (AFP)

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É claro que os principais holofotes da seleção da Croácia estão voltados para os meio-campistas Rakitic e Modric e o atacante Mandzukic, titulares de Barcelona, Real Madrid e Juventus, respectivamente. Mas também tem chamado a atenção o desempenho de Ante Rebic, um atacante de 24 anos que fez um golaço sobre a Argentina, sofreu pênalti diante da Dinamarca e já pode valer 40 milhões de euros (quase R$ 182 milhões).

A atuação na Rússia é a confirmação do auge de uma carreira que, até então, era atrapalhada por uma fama de bad boy, e não ocorre apenas na Copa do Mundo. Às vésperas de se apresentar à seleção, Rebic entrou para a história do Eintracht Frankfurt como herói do principal título do clube nos últimos 30 anos. Na final da Copa da Alemanha, em 19 de maio, fez dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o favorito Bayern de Munique.

Aquela partida é considerada pelo próprio jogador uma das duas melhores de sua carreira. A segunda ocorreu já na Rússia: 3 a 0 sobre a Argentina, no último dia 21. A vitória foi aberta por Rebic, aproveitando um erro absurdo do goleiro Caballero, que lhe entregou a bola e viu o croata emendar de primeira, fazendo um golaço. Mas mesmo esse jogo teve como marca a instabilidade emocional do atacante, conhecido por importunar os defensores adversários e, ao mesmo tempo, correr sérios riscos de expulsão por se desentender com eles.

- Ele nos dá a agressividade e a velocidade que não tínhamos pelos lados. Ele não se rende, amadureceu e também dá grande apoio para o sistema defensivo, fazendo tudo à sua maneira. Mas deve encontrar um limite. Ele estava à beira de receber um merecido cartão vermelho contra a Argentina - disse Zlatko Dalic, técnico da Croácia.

E não foi só pelo "quase vermelho" e pelo golaço que Rebic chamou atenção naquele jogo. Depois da partida, chamou atenção internacionalmente dizendo que ia pedir a camisa de Lionel Messi para presentear um amigo, mas desistiu porque, em suas palavras, "os argentinos causaram uma impressão muito ruim". Para piorar, declarou que o árbitro da partida, Ravshan Irmatov, do Usbequistão, não tem condições de estar em uma Copa do Mundo porque nem chuteiras tinha, já que, segundo Rebic, usava "tênis comuns" em campo.

Se fosse expulso contra a Argentina, não seria nem a primeira vez do jovem atacante em uma Copa do Mundo. Ele esteve no Mundial de 2014, como reserva, entrando nas três partidas da Croácia. Diante do México, quando o time brigava por classificação, saiu do banco e teve uma atuação incisiva, levando perigo. Até que, aos 44 minutos do segundo tempo, quando os europeus tinham acabado de fazer o seu gol na derrota por 3 a 1, Rebic ergueu o pé em um dividida e o deixou com força no tornozelo adversário. Vermelho direto, e eliminação croata logo na primeira fase.

A inconstância o afetou na seleção, tanto que, após estrear, em 2013, chegou a ficar sem ser chamado por quase dois anos e meio (entre junho de 2015 e novembro de 2017). Foi o desempenho no Eintrahct Frankfurt que o fez estar neste momento na Rússia. E, também, retomar sua carreira.

Rebic começou profissionalmente em 2011 pelo RNK Split, da Croácia, onde admite que descobriu sua velocidade (na Copa do Mundo atual, chegou a atingir 33,3 km/h, pico só superado pelos 33,98 do português Cristiano Ronaldo e pelos 33,77 do peruano Advíncula na Rússia). Em 2013, a Fiorentina o contratou por 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 13 milhões, na época) e lhe entregou a camisa 9 que já foi de Batistuta. Mas o atacante não vingou na Itália nem enquanto esteve emprestado ao Leipzig, da Alemanha, e ao Verona, da Itália - passou por esses dois times sem fazer gol.

Fora da seleção e em baixa, foi novamente emprestado pela Fiorentina ao Eintracht Frankfurt, em 2016. Chegou junto com o técnico Niko Kovac, também croata e que o tinha comandado na seleção. E mudou sua vida. Foi tão bem que o Eintracht Frankfurt pagou 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 9 milhões) para tê-lo em definitivo. Hoje, com Kovac no comando do Bayern de Munique, é dado como quase certo no gigante da Alemanha, que pagaria 40 milhões de euros (quase R$ 182 milhões) para contratá-lo.

- Niko Kovac ajudou muito na minha carreira. Agora, é merecidamente o técnico do Bayern. Sou jogador do Eintracht Frankfurt e, na minha cabeça, tenho apenas a Copa do Mundo. Posso pensar em outras coisas depois do Mundial - desconversou Rebic, ciente de que, agora, é o momento de se estabelecer, principalmente com uma grande atuação neste sábado, às 15h (de Brasília), contra a Rússia, pelas quartas de final da Copa do Mundo.

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