Vasco divulga atualização da dívida: são R$ 832 milhões, sendo R$ 314 milhões vencendo em curto prazo

Montante descoberto no final do ano passado aumentou o passivo trabalhista. Diretoria, contudo, mantém otimismo na recuperação do clube cruz-maltino

Dívida - Vasco
Vasco teve superávit em 2018, mas déficit nos dois anos seguintes (Reprodução / Vasco TV)

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O cenário é mais duro do que a atual diretoria esperava. O Vasco anunciou, no fim da manhã desta sexta-feira, que a dívida do clube aumentou significativamente. Agora, ela é da ordem de R$ 832 milhões, sendo R$ 314 milhões de curto prazo. Isto é, vence este ano.

Uma auditoria em outubro do ano passado identificou uma dívida antes não observada. Tal montante multiplicou a dívida trabalhista. Confira como se divide atualmente as dívidas do Cruz-Maltino.

Tributária: R$ 331 milhões
Cível: R$ 145 milhões
Trabalhista: R$ 235 milhões
Bancária: R$ 121 milhões

-> Confira a tabela do Campeonato Carioca

Participaram da entrevista o presidente do clube, Jorge Salgado; o primeiro vice-presidente geral, Carlos Roberto Osório; o segundo vice-presidente geral, Roberto Duque Estrada; e o vice-presidente de finanças, Adriano Mendes. Coube a este a principal apresentação.

- O ano de 2021 é para aguentar, reestruturar o futuro. Ajustar o custo, pagar dívida, trabalhar melhor os custos e voltar à Série A. Esse ano vai ser desafiador, os números falaram isso para a gente, mas estamos fazendo por onde para passar por esse ano - afirmou Adriano, antes de prosseguir:

- Olhem para o ano que vem. O clube vai ter feito a reestruturação. O mesmo susto que tomamos de perder R$ 70 milhões (com o rebaixamento) teremos ao contrário, ganharemos. Voltaremos acelerando a reestruturação definitiva. Sendo eficiente, voltaremos mais rapidamente. É o momento mais difícil da nossa história. Muito mais rapidamente do que qualquer outro clube nós voltaremos - garantiu Adriano Mendes.

A apresentação revelou que o Vasco teve superávit em 2018, principalmente por conta da venda de Paulinho (confira foto acima), mas déficit nos dois anos seguintes. Adriano revelou que houve contratos firmados no final da gestão anterior, de Alexandre Campello, mas não necessariamente houve dolo do ex-mandatário.

- O clube não pode parar porque está acabando a gestão. De fato, tem alguns contratos renovados ou modificados no final da gestão. Isso em si pode ser um contexto, pode ser normal, mas todo contrato, ainda mais de vulto (altos e de longa duração), impacta vários anos para frente - analisou Adriano. E emendou:

- Tem que ser analisado, como está sendo, por nós. A princípio são atos normais. Imagina, contrato bom chegando no final da gestão, não vai firmar? Mas cabe a nós avaliar. Neste momento não há nada que possamos afirmar - ponderou o dirigente.

Jorge Salgado afirmou que os salários do departamento de futebol estão "praticamente" em dia, e que acredita conseguir equacionar os vencimentos dos demais funcionários até a semana que vem. Sobre a responsabilidade de Campello, ele evitou polemizar.

- Esse processo de endividamento não se deu do ano passado para esse ano, exclusivamente. É dos anos 2000 para agora. Não foi a administração que passou (por último) que criou R$ 800 milhões de dívida. O que temos que fazer é não procurar culpados, é olhar para frente. Nossa responsabilidade é daqui para frente. É um acúmulo de prejuízo. A administração passada contribuiu, mas não só ela. A dívida foi construída ao longo de 20 anos - explicou Salgado.

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