Mattos culpa política por saída do Palmeiras e diz que chorou com apoio

Ex-diretor elogia o presidente Maurício Galiotte, mas responsabiliza seus aliados pela demissão em dezembro e diz que, enquanto Mancha criticava, maioria da torcida apoiava

Maurício Galiotte e Alexandre Mattos
Apesar de ter sido demitido, Alexandre Mattos elogiou presidente Maurício Galiotte (Cesar Greco/Agência Palmeiras)

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Em dezembro de 2019, mesmo com contrato até o final de 2021, Alexandre Mattos foi demitido do Palmeiras, clube em que era diretor de futebol desde janeiro de 2015. Hoje no Atlético-MG, ele afirmou ter chorado com o apoio que recebeu de torcedores, minimizando e até perdoando a organizada Mancha Verde, que chegou a protestar na frente da sua casa - houve até uma carta enviada à esposa do dirigente. Mattos elogia o presidente Maurício Galiotte e disse que sua saída ocorreu por pressão política.

- É inacreditável criticar o Maurício, um dos principais presidentes da história do Palmeiras, e o tempo dirá isso. Foi 100% correto comigo, me segurou em três meses de pressão. Em momento algum, levou a sério a pressão da torcida organizada, até ria. Segurou brigas que ninguém seguraria. O negócio desandou, e ele foi honesto comigo, quando os políticos próximos dele falaram que tirariam o apoio e não aprovariam as contas - contou à Fox Sports.

- Quando você está no olho do furacão, é culpado de tudo. Até o jogo contra o Grêmio (eliminação na Libertadores), estava tudo certo. Mas, em cinco anos de clube, você quebra paradigma, manda um monte de gente embora que precisava e tinha ligação política. Na hora em que o negócio ficou ruim, apontaram o dedo para quem bancava, segurava, se expunha, ficava na linha de frente. Mas sempre tive um presidente e um diretor jurídico falando sim ou não, eu não era o dono da verdade. E as pressões me deram um atestado de idoneidade, porque botaram publicamente tudo que tenho, e está tudo no Imposto de Renda - falou, detalhando sua emoção ao se sentir apoiado.

- Perguntavam como que eu suportava o linchamento. Primeiro, pela minha família, minha esposa foi guerreira quando tentaram intimidá-la. E me sustentei porque eu era xingado todo início de jogo pela Mancha e, praticamente, todo o resto do estádio vaiava. E o Palmeiras já eliminado de Libertadores e Copa do Brasil, o Flamengo virtual campeão brasileiro. Uma das poucas vezes em que chorei no futebol brasileiro foi por esse apoio - lembrou.

- Quando vazaram meu telefone, recebi quase 900 mensagens, e o advogado pediu para ver o que tinha de ameaça. Deixei o celular por dois dias com um funcionário, para ele anotar o que tinha de xingamento e ameaça, e ele falou que 91,8% das mensagens era de apoio. A minoria que fez essa situação. Isso me comoveu bastante. Hoje, torço pelo Palmeiras e fico feliz pelo que está acontecendo, com o protagonismo que a torcida merece e tanto quer - afirmou, relatando ter respeito pela organizada que o pressionou.

- Tenho um respeito enorme pela Mancha Verde e por quem a comanda. Sempre tive e sempre fui lá quando fui convidado. Eles têm o direito de fazer isso (protesto) no estádio, mas exageraram quando mexeram com a família e tomei uma atitude, que já está resolvida. Mas a Mancha já me ovacionou, inclusive no meio de 2019, quando dei entrevista na TV Mancha e falaram que eu era o melhor diretor de futebol, três, quatro meses antes de sair. Respeito a paixão deles. São fundamentais, ajudaram muito o Palmeiras na conquista de títulos. Principalmente, o torcedor comum, que aí nem se fala... - disse, sem descartar retornar ao Palmeiras um dia.

- É um lugar onde fui extremamente feliz, que adoro, que tem uma empatia minha muito forte e, principalmente, com o torcedor. O futuro sempre pertence a Deus. Se tem uma saudade que tenho é de estar no Allianz Parque, no entorno, com o torcedor. Ser campeão no Palmeiras é inacreditável. Não tenho mágoa nenhuma. Passou - assegurou o hoje dirigente do Atlético-MG.

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