Entenda o que faz o campo sintético do Palmeiras ser ‘quase natural’

Fios diferentes e material para absorver impacto farão com que campos da Academia de Futebol e do Allianz Parque tenham referências próximas aos de campos naturais

Academia de Futebol
O campo 3 da Academia de Futebol está passando por obras para a troca do sintético (Foto: Thiago Ferri)

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O campo 3 da Academia de Futebol está em obras desde o fim do ano por conta da troca da grama natural para a sintética. O piso que o Palmeiras usará no seu centro de treinamento é o mesmo que começará neste mês a ser instalado no Allianz Parque. A avaliação é de que as referências do novo gramado serão bem próximas às dos naturais.

O campo é diferente do usado na Arena da Baixada, pelo Athletico. A principal mudança está no produto escolhido para diminuir impacto e temperatura: em Curitiba (PR), a grama é misturada com fibra de coco, enquanto na Academia e no Allianz será usado um termoplástico diferente, que não depende de irrigação constante e escorrega menos quando molhado.

- Na viagem à Holanda, eu levei a comissão do Palmeiras e WTorre em visitas ao CT da seleção e mostrei a grama. É muito próxima da grama natural, tem um combo de fios diferentes, com formas diferentes, para deixar o mais próximo do que é o gramado natural hoje. Não usamos borracha, porque esquenta, é colocado um enchimento dentro da grama com um termoplástico para não esquentar tanto e ter boa absorção de impacto. E embaixo tem outra manta para absorção de impacto em geral - explicou Alessandro Oliveira, presidente da Soccer Grass, fornecedora do campo sintético.

- Quando nos reunimos e iniciamos as primeiras conversas, o pessoal da WTorre sempre me disse que precisava do melhor gramado, tinha que ser o melhor gramado do mundo. E a direção do Palmeiras demonstrou a mesma preocupação, de dar aos atletas o que existe de mais moderno e com as mesmas características a um gramado top. Foi essa nossa responsabilidade - acrescentou.

Campo
Grama sintética terá fibras diferentes (Foto: Reprodução)

O processo na Academia está na instalação desta manta de absorção com brita, para diminuir impacto. Após isso, será colocada a nova grama - no CT, o processo deve acabar no fim de janeiro. No Allianz, a expectativa é de que o sintético esteja pronto na segunda quinzena de fevereiro, de acordo com pessoas ligadas à arena.

Antes da liberação para o uso, é preciso de uma homologação da Fifa, que analisa se os parâmetros do rolar da bola no gramado sintético são semelhantes aos de um campo de grama natural. As avaliações feitas com o mesmo tipo de grama sintética usada pelo Palmeiras já mostraram que é um mito considerar que a "bola corre mais" neste tipo de sintético.

- As referências usadas para o teste são feitas em campos de grama natural. Avalia-se: o quique, a rolagem da bola, a tração e rotação de chuteiras. Tudo é espelho da grama natural. Escolhem os melhores campos naturais do mundo para ter a referência e depois aplicam o teste. É um dia inteiro de avaliação e todo ano são feitos retestes. Se você é aprovado, não cuida direito, no ano seguinte vai ser reprovado - pontua Alessandro.

- A grama não corre mais do que em um campo normal, então, ou não vai ter a homologação. Precisa correr igual ao que corre na grama natural. É o combo de fibras diferentes que deixa o mais próximo possível do natural - finalizou.

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