Do choro à glória, Mayra Aguiar usa 2017 como motor para o tri mundial

Eleita a Atleta do Ano no Prêmio Brasil Olímpico, judoca relembra apreensão após cirurgia e conta que buscou contato com a natureza para concentrar forças no maior evento de 2018

Mayra Aguiar foi eleita a Atleta do Ano de 2017 no Prêmio Brasil Olímpico
Divulgação/COB

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Acostumada com um lugar no pódio, Mayra Aguiar se surpreendeu com a recuperação rápida entre os dias de apreensão em uma mesa de cirurgia e o momento em que subiu ao palco para receber, na última quarta-feira, o troféu de Atleta do Ano de 2017, no Prêmio Brasil Olímpico, no Rio de Janeiro.

Dentro de praticamente um ano, a bicampeã mundial da categoria até 78kg espantou o medo, recuperou a boa forma e buscou descansar para o ano de 2018. A ideia é tentar o tri em setembro, em Baku, no Azerbaijão.

– Consegui tirar umas férias no final do ano, então estou com corpo e mente muito bem. Fui para Santa Catarina, com meus amigos. Foi um cantinho bem de descanso. Busquei ter contato com a natureza, para deixar a cabeça bem tranquila. Meu foco é o Mundial, em setembro, e quero buscar o tricampeonato – afirmou a judoca, em entrevista ao LANCE!.

Mayra chegou confiante para a premiação do Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas não conteve a emoção ao relembrar o período de dúvidas. Ela precisou operar o ombro esquerdo no início do ano passado, meses após o bronze na Rio-2016.

– Quando estamos na mesa de cirurgia, achamos que o ano acabou. Que vamos  levar muito tempo para se recuperar. Pensa que não vai voltar da mesma forma. Tive de trabalhar muito a cabeça. Era minha quinta cirurgia. Eu me fortaleci. Enquanto elas treinavam no tatame, eu treinava a cabeça. Dedico o prêmio à minha família, que cuidou de mim e aguentou a choradeira – disse a brasileira com o maior número de medalhas no Mundial, com cinco.

A conquista, ao lado do tenista Marcelo Melo, eleito o destaque do ano entre os homens, foi dura. A gaúcha deixou para trás dois nomes fortes da atualidade: Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, e Ana Sátila, da canoagem slalom.

Em 2018, a atleta de 27 anos subiu no pódio nas duas competições que disputou. Em fevereiro, ficou com a prata no Grand Slam de Düsseldorf (ALE). Em março, levou o bronze no Grand Slam de Ecaterimburgo (RUS). Ela ocupa a segunda colocação no ranking da categoria, atrás da holandesa Guusje Steenhuis. Agora, prevê ajustes para o Mundial e para Tóquio.

– Gosto muito de treinar judô. A motivação nunca deixa de estar ali junto. Eu me cobro todos os dias e compito contra mim. Lá na Sogipa (RS), o treino está agradável e forte. Mas quero aumentar o número de competições. Está tudo se encaminhando bem – avaliou a brasileira.

O próximo desafio de Mayra será o Grand Prix de Hohhot, na China, entre os dias 25 e 27 de maio.

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