Gil vê equilíbrio entre Cruzeiro e Corinthians e admite coração dividido: 'Amigos dos dois lados'
Recém-aposentado, ex-zagueiro ressalta que detalhes podem definir a classificação

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Cruzeiro e Corinthians iniciam nesta quarta-feira (10) uma semifinal de Copa do Brasil carregada de história, peso e personagens que ajudam a explicar a grandeza do confronto. De ídolos que defenderam os dois clubes a decisões que marcaram época, o duelo volta a reunir trajetórias cruzadas, incluindo a do ex-zagueiro Gil, um dos nomes mais emblemáticos desse enredo e voz autorizada para analisar o que está por vir.
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Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Gil, que anunciou aposentadoria recentemente, analisou o confronto entre Cruzeiro e Corinthians e destacou que a concentração será determinante para a disputa da semifinal. Para o ex-zagueiro, qualquer vacilo pode custar a vaga na decisão, enquanto um time mais atento tem grandes chances de encaminhar a classificação.
— Acho que esses jogos decisivos a atenção tem que ser total em todo tempo. É isso que, inclusive, pode decidir uma classificação. Um vacilo ou desatenção podem custar a vaga na final. Assim como estar ligado também pode garantir que você avance — dissse Gil.
O ex-defensor também comentou sobre o aspecto emocional da partida e afirmou que a pressão típica de decisões pode ser positiva, desde que administrada da maneira correta. Segundo Gil, o foco precisa ser mantido durante toda a preparação e não apenas no dia do jogo. Para ele, enfrentar um duelo que atrai a atenção de todo o país exige maturidade, equilíbrio e confiança no trabalho realizado ao longo da semana.
— São jogos que geram muita tensão, mas ao mesmo tempo que todo jogador gosta. É um jogo que todos vão estar de olho, ainda mais que as outras competições já terminaram. Então, todos estarão vendo as semifinais. Vejo essa pressão como boa, mas é preciso saber lidar para que ela não atrapalhe. Tem que estar focado o tempo todo e isso faz a diferença ali dentro de campo. É como disse, vem da boa preparação dos dias anteriores e não só ali na partida — seguiu.

Identificação com os clubes
Gil chegou ao Cruzeiro em agosto de 2009, após se destacar pelo Atlético-GO. Com a camisa celeste, disputou 102 jogos, marcou quatro gols e conquistou o Campeonato Mineiro de 2011. Em seguida, transferiu-se para o Valenciennes, da França.
No Corinthians, entretanto, a história foi ainda maior. Em duas passagens pelo clube, o zagueiro somou 444 jogos e consolidou seu nome entre os principais jogadores do século pelo Timão. Atuou entre 2013 e 2015 e, mais recentemente, entre 2019 e 2023. Nesse período, conquistou três títulos: Paulistão (2013), Recopa Sul-Americana (2013) e Campeonato Brasileiro (2015).
— Minha identificação maior é com o Corinthians, pelo tempo no clube, mas existe também um carinho pelo Cruzeiro, que me projetou e me ajudou a realizar o sonho de jogar na Europa. Tenho amigos dos dois lados e quem estiver melhor preparado vai vencer — comenta Gil.
O trabalho dos técnicos e as referências nos times
Os estilos de Dorival Júnior e Leonardo Jardim colocam em evidência um duelo de ideias que transcende a nacionalidade dos treinadores. A preparação ao longo da semana, a gestão mental da equipe e a capacidade de ajustar detalhes antes mesmo de a bola rolar surgem como pontos decisivos para o ex-zagueiro Gil, que vê o trabalho prévio como fator determinante em uma semifinal deste porte. Na visão dele, decisões tomadas fora de campo podem pesar tanto quanto as escolhas imediatas durante o jogo.
— Acho que vai muito da preparação no dia a dia e não só no jogo. É um trabalho que vem de dias, focado na decisão e isso que acaba fazendo a diferença. É claro que ali na partida eles também podem tomar decisões que influenciam no jogo, mas o pré é determinante. São dois grandes treinadores, acostumados com esse tipo de jogo e com certeza vão saber fazer o melhor para as suas equipes — explicou.
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O equilíbrio entre os elencos também chama atenção de Gil, especialmente pela quantidade de jogadores capazes de mudar o rumo da partida mesmo começando no banco. Atletas como Memphis, Yuri Alberto, Garro, Kaio Jorge, Gabigol e Matheus Pereira aumentam o grau de imprevisibilidade da semifinal.
Para o ex-defensor, apontar um protagonista é tarefa complicada, já que o desempenho individual estará diretamente ligado ao que cada equipe conseguir construir ao longo do confronto.
— É difícil apontar alguém, pois depende muito de como a partida vai se desenrolar. As duas equipes têm grandes jogadores, fortes elencos e atletas que estão acostumados com esses momentos. Tenho grandes amigos dos dois lados, jogadores com os quais convivi muito tempo. Então, torço para que seja um grande jogo e que quem conseguir ir melhor avance para final — seguiu.

O fator caso e a concentração
O Cruzeiro chega à semifinal com campanha sólida e sem sofrer gols. Eliminou o Vila Nova com vitórias por 2 a 0 e 3 a 0, superou o CRB após empate sem gols no Mineirão e triunfo por 2 a 0 em Alagoas, em jogo marcado por pênalti perdido pelos mandantes. Nas quartas de final, dominou o clássico contra o Atlético-MG, vencendo por 2 a 0 na Arena MRV e confirmando a vaga com novo triunfo por 3 a 0 no Mineirão, com destaque para Kaio Jorge.
O Corinthians também chega à semifinal sustentado por uma campanha defensiva impecável, sem sofrer gols na Copa do Brasil. Eliminou Novorizontino, Palmeiras e Athletico-PR com autoridade. Na estreia de Dorival Júnior, venceu o Novorizontino duas vezes por 1 a 0. Depois, passou pelo Palmeiras com 1 a 0 no Allianz Parque e 2 a 0 em casa, em confrontos que ampliaram a pressão sobre o rival. Nas quartas, contou com o brilho de Gui Negão, autor de gols nos dois jogos contra o Athletico-PR, garantindo vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 e a classificação para a semifinal.
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Esses números evidenciam a concentração das equipes e reforçam o peso do fator casa, já que ambos chegam à semifinal sem sofrer gols. Nesta etapa, o Corinthians terá a oportunidade de tentar encaminhar a classificação diante de sua torcida, na Neo Química Arena.
— É algo muito importante para cada um quando vai jogar em casa. O apoio é fundamental e a questão do mando depende muito do que acontece no primeiro jogo. Historicamente, a torcida do Corinthians sabe como empurrar e apoiar e já vimos isso várias vezes, principalmente decidindo em casa. Mas o Cruzeiro também é muito forte no Mineirão e esse primeiro jogo é fundamental para quem quiser avançar para a final — destacou Gil.
— Acho que esses jogos decisivos a atenção tem que ser total em todo tempo. É isso que, inclusive, pode decidir uma classificação. Um vacilo ou desatenção podem custar a vaga na final. Assim como estar ligado também pode garantir que você avance — completou.
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