Herói no Mineirão, Dinei aponta quem pode ser o 'talismã' do Corinthians na Copa do Brasil
Em entrevista ao Lance!, ídolo do Timão relembra as finais de 1998 e aposta em quem pode decidir a semifinal contra o Cruzeiro

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O Corinthians encara o Cruzeiro nesta quarta-feira (10), no Mineirão, pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. A decisão no Mineirão faz a Fiel lembrar de um ídolo de sua história: Dinei. Em 1998, o ex-atacante se superou, brilhou nas decisões do Brasileirão daquele ano contra a equipe celeste, e ajudou a iniciar um dos períodos mais vitoriosos do clube alvinegro. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o Talismã da Fiel relembrou aquela conquista.
As duas equipes decidiram a final da competição nacional de 1998, que na época, era disputado em um formato de mata-mata. Revelado pelo Timão, e campeão brasileiro em 1990 com a camisa alvinegra, o recém-chegado Dinei, que retornou na metade daquele ano após se destacar pelo Guarani no Paulistão, se via em dívida com a Fiel.
O ex-atacante não era a primeira opção de Luxemburgo, então treinador do Timão, mas foi um pedido de membros da Gaviões da Fiel, torcida na qual Dinei também faz parte. Após insistência, o comandante alvinegro acabou aceitando o retorno do jogador.
- Pô, os caras da Gaviões me ligaram, eu falei: "Lógico, meu sonho é voltar ao Corinthians". Eles disseram: "Então pode deixar que nós vamos ajeitar isso lá com o Dualib, e vamos ver se ele fala com o Luxemburgo", pois o Corinthians estava atrás de atacante. E eles ainda falaram: "Porque você é corintiano, Gaviões, tem identificação e sabe como é o Corinthians". Eu falei para eles verem com o Dualib que eu me ajeitava com o Guarani. O Dualib falou com o Luxemburgo, mas o Luxa não me queria, ele queria ou o Roni, ou o Evair, o Müller, não lembro do quarto, mas ele queria quatro atacantes. Daí ele ficou sabendo que a Gaviões queria me trazer. O Dualib falou para o Metaleiro e Oziris, os caras da Gaviões bateram o pé para me trazer, aí o Dualib falou com o Luxa que eles queriam o Dinei, e o Luxemburgo ficou relutante, mas disse que pode vir o Dinei - contou o jogador ao Lance!.

Liderado por Marcelinho Carioca e Edílson, o Corinthians terminou a primeira fase do Campeonato Brasileiro na liderança e chegou às quartas de final como favorito. Dinei, porém, ainda se recuperava de uma cirurgia no joelho e teve atuação discreta no período. Uma conversa com Luxemburgo, às vésperas da fase decisiva, mudaria muita coisa.
- Não comecei tão bem. Em junho de 1998, eu operei o joelho no Guarani. Cheguei após um mês de cirurgia, não fui tão bem, fui pegando a forma durante a competição, mas o Corinthians estava muito bem, terminou a fase de classificação em primeiro. Só que chegou nas quartas de final contra o Grêmio, o Vanderlei me chamou e disse: "Olha, Dinei, você está melhorando sua condição física e vou precisar de você na fase final. E outra, você ainda está em dívida com a torcida do Corinthians, você ainda não mostrou seu potencial, e por que você voltou para o Corinthians". Eu fiquei com isso na cabeça, ele tinha razão - disse o ex-jogador.
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Decisão
O Corinthians eliminou Grêmio e Santos para chegar à decisão contra o Cruzeiro. Na época, as finais eram decididas em melhor de três jogos. No primeiro jogo, no Mineirão, os mandantes venciam por 2 a 0, com gols de Muller e Valdo. Dinei entrou na segunda etapa, marcou o primeiro gol e deu uma assistência para Marcelinho empatar de cabeça.
- O primeiro foi o jogo mais difícil, se perdesse ali praticamente perdia o título, por que eles viriam aqui no Morumbi jogar por um empate. A decisão foi difícil, foram dois jogos, dois empates, e uma vitória por 2 a 0. Então se a gente perde lá não ia ser campeão não, o jogo mais difícil foi no Mineirão, que saímos perdendo na casa dos caras e fomos buscar o empate, trouxemos para o Morumbi. Eu lembro que o Rincón falou "em casa agente conversa", nós sabíamos da nossa força jogando em casa - relembrou Dinei.
Nos outros dois jogos, o ex-atacante continuou entrando no decorrer das partidas e sendo decisivo. Foi dele o passe para Marcelinho Carioca marcar no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, no Morumbi, pela segunda partida da final. No jogo decisivo, novamente no estádio do São Paulo, Dinei deu mais duas assistências na vitória por 2 a 0 sobre os mineiros, para os gols de Edílson e Marcelinho. O clube alvinegro acabou com o título do Brasileirão.
No total, todos os gols do Corinthians na decisão passaram pelos pés de Dinei, o que lhe rendeu o apelido de 'Talismã'. O ex-atacante, inclusive, fala com bom humor que considera aquela atuação digna de um MVP (Most Valuable Player), prêmio dado aos melhores jogadores em finais da NBA.
- No segundo título eu já fui o cara. Na final contra o Cruzeiro todos os gols saíram do meu pé, nos três jogos contra o Cruzeiro, os cinco gols. Fiz um e os outros quatro eu dei assistência. Então, para você ver: só jogando meio tempo, até 15 minutos, um jogo pode ser sorte, dois não, três é porque você tem competência mesmo. E não é qualquer jogo, é final. Se tivesse aquela coisa de MVP da final, eu seria MVP contra o Cruzeiro, todos os gols saíram do meu pé. Eu fui o cara de 1998 - enfatizou o ex-atacante.

Novo Talismã
O Corinthians reencontra o Cruzeiro nesta quarta-feira (10), desta vez pela semifinal da Copa do Brasil, 27 anos após aquela decisão. Dinei, hoje, ficará apenas na torcida. O ex-atacante revela que irá apostar em duas crias do Terrão, assim como ele, e em um jogador que considera exemplo de resiliência.
— Eu vou torcer muito para o Gui Negão ou para o André, para que, quando entrarem, sejam decisivos. Eu também gosto muito do Yuri Alberto. Ele foi muito massacrado, sabe? Até eu também bati nele quando ele caía, tropeçava… Eu fui lá pedir desculpas porque ele nunca falou nada. Ele era massacrado pela torcida do Corinthians, deu a volta por cima. Eu quero que ele seja o talismã. Ou Yuri Alberto, ou Gui Negão, ou André… Que um deles decida para nós, seja o cara das semifinais. Vou torcer muito. Yuri me ganhou. Se fosse eu tomando tanto pau da torcida, imprensa, eu ia dizer que dei a volta por cima. Ele não, ficou quietinho. Eu gosto muito dele. Quero que um desses três seja o cara do Corinthians na semifinal — disse o ídolo do Timão.
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