Rei e Deus, Brasil e Argentina: relembre a amizade entre Pelé e Maradona, lendas do futebol

Rei do Futebol morreu nesta quarta-feira, aos 82 anos, em São Paulo; craques deixaram rivalidade de lado e se tornaram grandes amigos

pele e maradona
Pelé e Maradona foram dois dos maiores jogadores da história do futebol (Foto: Reprodução/Instagram)

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O significado de um ídolo nem sempre consegue ser explicado. Com a morte de Pelé na última quinta-feira, aos 82 anos, em São Paulo, o mundo se emocionou e relembrou de uma das características mais bonitas do esporte: a amizade. Dois dos maiores de todos os tempos, o Rei do Futebol e Diego Maradona, falecido em 2020, marcaram para sempre o futebol dentro de campo e também fora dele. Dessa forma, o LANCE! relembra a amizade entre os dois que, lado a lado, protagonizaram grandes momentos fora de campo, desde os enfrentamentos no decorrer da carreira do argentino, até a admiração exemplar entre a dupla.

Pelé foi o grande nome do futebol do final da década de 1950 até o início dos anos 1970. Já aposentado, o Rei do Futebol viu o crescimento de um possível sucessor em um país vizinho, na Argentina, com a chegada de Maradona ao futebol profissional. Com auge mais curto, porém tão brilhante quanto, o hermano foi referência do esporte em meados da década de 1980 até o início dos anos 1990.

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Os craques se encontraram pela primeira vez em 1979, quando Pelé, já consolidado como o maior de todos os tempos, conheceu o jovem argentino. No entanto, a partir do momento em que Maradona se tornou um grande jogador, os dois trocaram farpas com relação ao jogo e aos problemas extracampo.

Em referência ao desempenho de Maradona na Copa do Mundo de 1986, conquistada pela Argentina, Pelé afirmou que seu sucessor só tinha habilidade com a perna esquerda e que era um mau exemplo - discorrendo também sobre os problemas de destempero do craque argentino e vícios extracampo.

Por outro lado, Maradona também alfinetou Pelé. Em 1998, durante uma entrevista para canal de televisão argentino, falou da relação de Pelé com as organizações de futebol e o dinheiro.

- Pelé é um escravo, ele vendeu seu coração para a Fifa. Pelé gosta mais de dinheiro do que de dormir - disparou Diego.

A briga pessoal entre os dois foi deixada de lado após Maradona conviver com graves problemas de saúde, sobretudo a partir de 2004. Nos últimos anos, os dois se encontraram em eventos e sempre ressaltaram a admiração que tiveram pelo futebol e entre si.

Quando Maradona comemorava aniversários, Pelé, digno de um Rei, o parabenizava. Dessa forma, a amizade mostrou aos torcedores que a rivalidade pode também ser marcada pelo respeito e admiração.

Em 2005, Maradona apresentava um programa de televisão na Argentina e convidou Pelé para uma participação especial. Durante a conversa ao vivo, os dois resolveram fazer o que pode ser considerada como a maior tabelinha da história do esporte: apenas com suas cabeças, os dois tocaram a bola no ar um para o outro e não deixaram ela cair.

Maradona faleceu em novembro 2020, aos 60 anos, e comoveu todo o planeta. Pelé, como um grande amigo, publicou um texto nas redes sociais e emocionou ainda mais os admiradores do esporte.

- Que notícia triste. Eu perdi um grande amigo e o mundo perdeu uma lenda. Ainda há muito a ser dito, mas por agora, que Deus dê força para os familiares. Um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no céu - disse Pelé.

Uma semana depois, Pelé colocou mais um texto para seus milhões de seguidores, com fotos ao lado de Maradona, passando por toda a trajetória de amizade dos dois. Os dois, sempre sorrindo, são os grandes ídolos esportivos de seus respectivos países.

- Hoje, eu sei que o mundo seria muito melhor se pudéssemos comparar menos uns aos outros e passássemos a admirar mais uns aos outros. Por isso, quero dizer que você é incomparável. A sua trajetória foi marcada pela honestidade. Você sempre declarou seus amores e desamores aos quatro ventos. E com esse seu jeito particular, ensina que temos que amar e dizer “eu te amo” muito mais vezes. Sua partida rápida não me deixou dizer, então apenas escrevo: Eu te amo, Diego.  Meu grande amigo, muito obrigado por toda a nossa jornada. Um dia, lá no céu, vamos jogar juntos no mesmo time. E vai ser a primeira vez que eu vou dar socos no ar sem estar comemorando um gol, mas sim, por poder te dar mais um abraço - escreveu o Rei do Futebol, emocionado.

Na última quinta-feira, Pelé foi encontrar Maradona no céu. Ele faleceu aos 82 anos, vítima de complicações causadas por um câncer no cólon. Edson Arantes do Nascimento estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

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