Pelé aceitou levar drible desconcertante para adversário ganhar relógio de luxo de dirigente; relembre

Márcio de Araújo, na época jogador do Bahia, combinou com Pelé para aplicar caneta e receber de "Seu Bené", ex-diretor do clube, o tão sonhado Rolex de ouro

Pelé Santos
Pelé é o maior jogador da história do futebol (Divulgação/Acervo Pelé)

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Falecido na última quinta-feira, aos 82 anos, Pelé deixou para o mundo são só o brilhantismo de seu futebol, mas também grandiosas histórias. Ao longo de sua carreira, uma delas se mostrou inusitada: o dia em que o Rei do Futebol aceitou levar caneta para o adversário ganhar presente de luxo de dirigente. Na época, Márcio de Araújo, do Bahia, combinou com o camisa 10 do Santos e recebeu um Rolex de ouro de "Seu Bené", ex-diretor do Tricolor de Aço.

A história foi contada por Ricardo Borges Maracajá, neto de Seu Bené, divulgada pelo GE e confirmada por Karla Borges, filha do dirigente. Naquele período, Benedito Borges de Mello era o vice-presidente do Bahia, responsável por montar o elenco da temporada. Em 1959, ele esteve por trás do título da Taça Brasil, reconhecida, posteriormente, como Campeonato Brasileiro.

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Jogador de meio-campo, Márcio de Araújo sonhava em ganhar um relógio Rolex, atualmente com modelos avaliados em valores milionários. Sem condições financeiras para comprá-lo, o atleta pedia, frequentemente, o luxuoso objeto para Seu Bené.

No entanto, o dirigente não cedeu, mas lançou um desafio: se o atleta aplicasse uma caneta em Pelé, já considerado o melhor jogador do planeta e rei do esporte, seria presenteado com um Rolex de ouro, que havia comprado em Paris, capital da França.

A aposta não era fácil. Ao final do primeiro tempo, Márcio de Araújo percebeu que as dificuldades impostas pelo jogo lhe fariam perder o desafio. Dessa forma, apelou com o pedido ao Rei que, como um monarca misericordioso, concedeu a honra. Na etapa final, para delírio da torcida presente na Fonte Nova, Márcio colocou a bola entre as pernas do camisa 10 santista.

Dias depois, Márcio se arrependeu da trapaça e tentou devolver o relógio ao dirigente, afirmando que havia combinado com Pelé. Porém, o meia se surpreendeu com a resposta do diretor, que manteve a promessa.

- Você cumpriu o que prometeu, nada paga a alegria de ver a torcida vibrar por tudo aquilo que aconteceu. Você mereceu o relógio - descreve o neto de Seu Bené, ao GE.

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Seu Bené, ex-diretor do Bahia, com faixa e medalha da Taça Brasil, em 1959 (Foto: Divulgação/EC Bahia)

O ex-diretor do Bahia faleceu em 2020, aos 97 anos. Ele é reconhecido como um dos grandes dirigentes da história do Tricolor de Aço, marcado pelo título brasileiro conquistado em 1959. 

Pelé faleceu na última quinta-feira, no Hospital Albert Einstein, aos 82 anos. O ídolo nacional e mundial estava internado há cerca de um mês, lutando contra um câncer no cólon. Ele deixa seis filhos vivos, a esposa Márcia Aoki e a mãe Celeste, que completou 100 anos no dia 20 de novembro.

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