VP do Flamengo explica tomada de linha de crédito por parte do clube: ‘Balão de oxigênio extra’

Vice-Presidente de Relações Externas foi o convidado do "Papo Virtual', da FlaTV

Luiz Eduardo Baptista BAP - Flamengo
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, é o VP de Relações Externas do Flamengo (Foto: Divulgação/Flamengo)

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Vice-Presidente de Relações Externas, Luiz Eduardo Baptista foi o convidado deste sábado do "Papo Virtual", da FlaTV, neste sábado. O Bap, como é mais conhecido o dirigente, comentou e explicou a decisão do clube em recorrer a uma linha de crédito como resposta aos impactos da pandemia do coronavírus, a qual atingiu não apenas o quadro financeiro do Fla, mas de toda sociedade.

- É muito importante você já ter vivido outras crises. O Flamengo tomou uma linha de crédito. Não é como se o Flamengo estivesse com um problema financeiro. Em situações como essa, você precisa estar líquido. Não sabemos quanto tempo vai durar esse processo. É preciso ter, acima de tudo, dinheiro em caixa. Esse é um dos exemplos que nos fez perceber muito rapidamente que não sabíamos o que vem pela frente e tínhamos que proteger o caixa para seguir cumprindo com os compromissos na medida do possível. Foi por isso que tomamos essa decisão antes de outros clubes - disse Bap, antes de seguir:

- Muita gente achou que tomamos dinheiro pois estamos quebrados. Não. Tomamos dinheiro justamente para ter um balão de oxigênio extra e não quebrar ou tropeçar na frente. Essa é a correlação do mundo executivo com o mundo do futebol. É total, desde que você tenha vontade política e capacidade de implementá-la - analisou o atual VP de Relações Externas do Flamengo.

Nome forte da diretoria do presidente Rodolfo Landim, Bap comentou as medidas tomadas pelo clube e a preparação para o retorno do futebol. O dirigente ressaltou o esforço feito pela direção, junto à Ferj e outros clubes, para avaliar os cenários e estarem prontos assim que for seguro e possível.

- Vivemos um momento muito ímpar na história da humanidade. Ninguém estava preparado para isso. Todo dia aprendemos um pouco. (...) Isso terá efeitos diferentes em negócios distintos. Eu, particularmente, acredito que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Vemos discussões muito polarizadas e, normalmente, a posição correta está nos meios. Assim, o Flamengo tem trabalhado um dia sim e o outro também com a possibilidade da volta. A volta, é importante que se diga para todo mundo, depende de muito planejamento. Não vai ser o presidente ou o governador decretar o fim do afastamento e os clubes voltarão a jogar. É preciso ter uma planejamento prévio. São jogadores de alta performance - afirmou Bap, antes de completar:

- Não devemos ter público no primeiro momento. Terão protocolos de saúde e segurança. Não será a mesma maneira de fazer jogos na volta disso. É um problema multifacetado que precisa ser discutido enquanto estamos parados. Pois se não, no dia em que acabar o confinamento, vai demorar mais 30 dias. Estamos preparando um protocolo junto à Ferj, que tem feito um trabalho excepcional, temos trocado experiências como jamais havia sido feito, e que visa pensar como será o retorno. Temos que estar com este planejamento pronto assim que for possível. É preciso fazer uma nova pré-temporada. São várias peças se movendo e estamos trabalhando na coordenação dessas peças. Se voltaremos dia 5 de maio, 6, 12 ou 28, qualquer que seja a data possível para se voltar a jogar com segurança, nós temos que estar preparados - disse.

Abaixo, mais respostas de Luiz Eduardo Baptista, VP de Relações Externas:

Relação com o Flamengo
Você nasce Flamengo, né? Meu pai era vascaíno. Eu costumo brincar que essa é a prova mais concreta que o ser humano evolui é essa: meu pai aceitou que eu fosse rubro-negro. Vamos ficando mais velho e, evidentemente, o sentido da vida vai mudando. Por fim das contas, temos que buscarmos sermos felizes. É esse o propósito e há várias formas de realizar isso ao longo da vida. O Flamengo preenche uma parte fundamental desse amor que tenho pela vida.

Entrada na vida política do clube
Fui muito abençoado na minha vida profissional. Tudo que pude conquistar me permite hoje me dedicar ao Flamengo. Tudo que podia esperar da minha vida profissional eu conquistei. Também tenho uma família linda, muitos amigos, saúde. Então, costumava brincar que a única coisa que não dava certo na minha vida era o Flamengo. Ficava enfurecido e enlouquecido com as derrotas. Tinha um traço pessoal meu, de não aceitar de forma passiva perder. É uma característica pessoal. Por outro lado, tinha a insatisfação de ver que o mundo havia mudado muito e o Flamengo estava ficando para trás.

Resolvi me engajar em determinado momento da minha vida. Tinha um slogan: "vamos descer da arquibancada e dar em campo". Eu resolvi dar minha contribuição. Tenho um número de amigos rubro-negros e conhecidos, do mundo profissional com posições de destaque, e comecei a tentar trazê-los ao Flamengo. Vários viraram sócios, outros apoiaram da maneira que puderam. Vivemos em uma época que troca-se até de sexo e não se diz nada, mas se trocar de time é um canalha. Todos iam ser sempre Flamengo e eu perguntava o que poderíamos fazer por esse time, pelos 40 milhões que talvez não tenham as condições que temos de contribuir o clube de coração. Participei como coadjuvante na eleição de 2009, aprendi muito, montamos um grupo importante em 2012. Fiz amigos. Criamos um slogan muito básico: "Tudo pelo Flamengo. Nada do Flamengo". Isso explica 100% das minhas atitudes em relação ao Flamengo. Não preciso de absolutamente nada do Flamengo, mas o que puder fazer pela grandeza do Flamengo e pela alegria dos mais de 40 milhões de torcedores do Flamengo, estarei no campo de batalha para fazer. Tenho muito orgulho de ter ao meu lado rubro-negros, loucos varridos como eu, que acreditaram na causa e ajudaram ao Flamengo ter um ano como 2019. Não foi o ano perfeito pois falta ganhar tudo. É para isso que trabalhamos todo dia no Flamengo.

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