Exclamações do Editor: ‘Chaves bem distintas no mata-mata!’

'Do lado do Brasil estão as maiores pedreiras, mas estamos na ascendente. Neymar mudou o comportamento; Thiago e Coutinho estão dando show. Estou animado!'

Seleção está na chave teoricamente mais forte 
AFP

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A Seleção caiu na chave que é, no papel, muito mais difícil que a oposta, onde estão Espanha e Inglaterra na teoria como as mais fortes. Do lado do Brasil
estão as maiores pedreiras, mas estamos na ascendente. Neymar mudou o comportamento; Thiago e Coutinho estão dando show. Por tudo isto,
estou animado!

Talento e juventude!
A fraca seleção argentina não foi páreo para o que apresentaram Mbappé, Giroud, Griezmann e Pogba. Não apostava nos "Bleus" por conta da imaturidade desta equipe que, como os ingleses, têm muito a mostrar nos próximos anos. Mas o que os franceses fizeram após tomarem a virada dos cascudos argentinos, sem se apavorar mesmo tendo os adversários usado sua catimba para intimidar os garotos, foi muito agradável e promissor. A França entrou na minha lista de favoritos: aposto em Brasil x França na semi!

O PSG tem a força!
Thiago Silva é o melhor zagueiro na Rússia. Neymar, o astro do clube parisiense, ainda não mostrou tudo o que pode. Mas seus companheiros de ataque no PSG foram o destaque absoluto neste sábado de oitavas. Mbappé e Cavani, antes da triste contusão, jogaram o fino da bola e foram decisivos nas vitórias de França e Uruguai. O objetivo da próxima Champions com esta esquadra não é impossível!

Zico, Lionel Messi, CR7 e a Copa!
Fernando Calazans escreveu algo brilhante sobre Zico não ter vencido uma Copa do Mundo, mesmo tendo sido o extraordinário jogador que foi, líder de uma geração brilhante, a das Copas de 82 e 86: 'Azar da Copa do Mundo‘. É o que me vem à cabeça ao terminarem as partidas que podem marcar a despedida de Messi e CR7 das Copas, já que é provável que em 2022 já não tenham o mesmo vigor. A música que os brasileiros cantam na Rússia, destacando que "Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta" é ótima provocação. Mas seria mais bonito e justo a Copa do Mundo estar também com Zico, CR7 e Messi!

Política e futebol!
No Brasil, sempre houve quem relacionasse o desempenho da Seleção no Mundial a cada quatro anos com o humor geral da nação e seu impacto na política. Pessoalmente, não creio que uma vitória ou derrota tenha influência nas eleições presidenciais. Ainda mais neste ano, com temas tão críticos para o nosso país, e que já estão tendo impacto nas pesquisas eleitorais, como a reforma da previdência, o desemprego e a segurança pública. Mas no importante jornal de negócios britânico, o Financial Times, um editorial aponta que a precoce eliminação dos campeões do mundo vai ter peso na política alemã. A premier Merkel enfrenta oposição na Alemanha e de outros países da Comunidade Europeia. Para o jornal, vejam só, o fato da seleção alemã ter pego o avião da Lufthansa para casa em vez de ir para Samara enfrentar o Brasil, reduz as chances da enfraquecida primeira-ministra Angela Merkel se manter no poder!

Tudo isto?
Para o prestigiado jornal FT, a falta de gols do time formado por Kroos e Thomas Müller pode, vejam só, afetar a política de imigração e o orçamento da Comunidade Europeia além de poder ajudar a derrubar governo Merkel. O texto faz um paralelo entre o tempo no cargo da chanceler alemã, 18 anos, e o treinador Löw, 12 anos , dizendo que o longo tempo no poder de ambos pode explicar a queda iminente. O motivo seria a percepção de desgaste do trabalho de ambos perante o povo alemão . Ainda, diz o mesmo editorial, a primeira-ministra britânica Theresa May pode ganhar poder à medida que a esquadra inglesa avance na Copa. Que poder tem o fut!

Europa!
A juventude da França do também jovem Macron está em alta enquanto a Alemanha, envelhecida como Merkel, ficou pelo caminho!

Por aqui não tem jeito não!
Mesmo se o Brasil vencer a Copa, goleando todos os adversários nos mata-matas daqui por diante, duvido que altere a impopularidade do Temer!

Isolado!
O "passa vergonha" coronel Nunes, presidente da CBF, apareceu sempre sozinho na bancada da tribuna de honra no estádio do Spartak para o jogo contra a Sérvia. Afastado dele estava o presidente da FIFA, Infantino, que chegou a conversar até com o vice da Casa Madrasta do nosso fut, Fernando
Sarney (olha aí a política e o futebol...), mas em nenhum momento esteve próximo de Nunes. Pensando bem, melhor assim, com Nunes calado!

Casa Madastra se desintegrou!
Para quem acompanha o dia a dia da Seleção em Sóchi desde a chegada à Rússia, é nítida a falta de comando da delegação em matérias extracampo. Segundo repórteres com quem conversei, Tite não entra em situações conflituosas e se atém às decisões de campo, como aliás deve ser mesmo. Mas quem está na posição de gerir os bastidores é o coordenador Edu Gaspar. Segundo apurei, este se comporta mais como um ex-boleiro, participando
das peladas com os jogadores e, portanto, perdendo condição de cumprir o papel de chefia que lhe caberia. Também perguntei a alguns colegas o que fazia na Rússia o chefe da delegação, Rogério Caboclo, presidente eleito da CBF (ungido ao cargo pela dinastia corrupta do nosso fut), e me contaram que praticamente não se nota a presença dele na delegação.

Nos Mundiais vencidos pelo Brasil, um comando firme e ativo fora do campo foi sempre um fator importante. Até os jogadores já reclamaram, longe dos microfones, que a falta de prestígio da CBF atrapalha. Na sala de imprensa do Spartak, minutos antes do nosso terceiro jogo, um ex-colega do LANCE! criou ótima expressão para esta falta de comando na Copa: ’A CBF se desintegrou aqui na Rússia!

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