Da pilha de nervos ao choro: Neymar em campo contra a Costa Rica

Craque buscou o jogo, caiu na pilha, simulou pênalti e estava uma pilha de nervos. Felizmente, fez um gol que pode virar o divisor de águas para ele nesta Copa

Neymar caiu no choro ao final da partida vencida pelo Brasil
(Foto: AFP/CHRISTOPHE SIMON)

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Na coletiva de quinta-feira, para falar sobre o que esperar do Brasil para o confronto com a Costa Rica, o treinador Tite disse que Neymar ainda precisaria de tempo para alcançar 100% de sua capacidade ainda nesta Copa, mas que era preciso que o craque estivesse em campo mais vezes, já que atuara apenas um jogo inteiro desde a cirurgia no pé.  Na manhã desta sexta-feira, no duelo contra os costa-riquenhos, pela segunda rodada do Grupo B, o astro maior não esteve no seu máximo.

Mas tentou, buscou o jogo, deu piques que apenas  alguém bem condicionado conseguiria.  Também perdeu boas chances.  Mais uma vez caiu na pilha, bateu boca com arbitragem, e saiu de campo com mais um amarelo, por reclamação, no currículo, além de simular um pênalti que quase deu certo (se não fosse o VAR...). Porém, no fim, quando o Brasil enfim encontrou o caminho do gol, ele fechou o placar da vitória por 2 a 0, no último lance do jogo, e caiu aos prantos. Sabia que a sua atuação não tinha sido de encher os olhos, mas conseguiu dar a volta por cima.  Veja abaixo uma análise de como foi a participação de Neymar no jogo.

NO PRIMEIRO TEMPO

Foram 45 minutos de pouco brilho, marcação em cima e erros de Neymar. Nos primeiros cinco minutos, o astro buscou ver qual seu melhor posicionamento em campo. Caiu uma vez pela direita, duas pelo centro, mas, com a Costa Rica fechada - com cinco atrás e fazendo uma marcação zona - o 10 passou a se fixar onde gosta, pela esquerda, fechando para o meio.

Quando pegava na bola, tinha sempre alguém na sua cola, de preferência parando o atacante com falta. Pelo meio, ou no início de algum contra-ataques, o cara que vinha em cima era Guzman, o volante camisa 20 (numa das faltas, ainda na intermediária pela direita, Neymar reclamou muito). Quando a fera caía pela esquerda. o lateral Gamboa - que não avançava nunca - era o seu carrapato, marcando com muita vontade e em dois lances arriscando até carrinhos temerosos. Quando sofria alguma falta, era automático. Neymar cobrando para a área, o que não adiantava muita coisa, pois a defesa da Costa Rica sempre estava bem postada.

Com pouco espaço, Neymar passou a fazer um revezamento com Coutinho. Ora ele estava um pouco atrás, ora na frente, tentando ganhar nas costas de Gamboa ou de Duarte, o zagueiro que atua mais para a direita da defesa. Foi num passe em profundidade de Coutinho que Neymar chegou pela esquerda, mas o goleiro Navas fez o que sabe, fechou o espaço. Foi a melhor chance do Brasil nos primeiros 30 minutos.

Pouco depois ele fez sua melhor jogada como assistente, buscando Gabriel Jesus dentro da área. Porém não daria em nada: a zaga rechaçou e a arbitragem ainda marcou impedimento. Mas a jogada do craque foi boa, saindo bem do marcador.

Deu certo
As boas tramas com Coutinho e a inteligente saída tática de Neymar em cair para o meio deixando Marcelo avançar pela esquerda. A Costa Rica tinha dificuldade em encaixar a marcação quando isso ocorria e gerava espaços para Tanto Marcelo quanto Coutinho (quando recebia passes do lateral) arriscar chutes de fora da área.

Não deu certo
Neymar , quando fixo pela esquerda e tentando alguma jogada individual, era presa fácil da marcação, pois havia Gamboa na primeira marcação e Duarte (quando o 10 tentava o fundo) e Guzman (quando Neymar tentava cortar para o meio) na sobra. Para piorar, o jogo apático de Willian pela direita acabou sobrecarregando as jogadas do Brasil pelo setor do craque do PSG.

NO SEGUNDO TEMPO

Após o intervalo o Brasil veio com Douglas Costa no lugar de Willian, o Brasil passou a ter mais jogadas pela direita e isso fez Neymar ter um pouco mais de espaço, já que a Costa Rica precisava reforçar a marcação também pelo outro flanco.  Assim, entre as boas chances criadas (duas com Coutinho e a bola na trave de Gabriel Jesus), Ney apareceu duas vezes,  chegando atrasado numa confusão na área e acabando fazendo falta em Navas e na bola que quase fez o gol, com o goleiro do Real  mandando para escanteio.

A verdade é que o jogo começou a se desenhar para Neymar. A Costa Rica passou a tentar sair para buscar a vitória, os espaços começaram a surgir. Mas aí faltou um tiquinho a mais de eficácia. O lance aos 26 minutos, um raro contra-ataque a favor dos Canarinhos terminou com a bola sob medida para o craque, que fez tudo certinho e chutou  raspando. Pura falta de sorte.

A saída de Gamboa era para melhorar ainda mais as coisas. Acosta, zagueiro, passou a jogar pela direita. Ele é lento, presa fácil. Mas, cadê o algo a mais? Nosso 10 cavou um pênalti, mas agora existe VAR e o juiz acabou voltando atrás quando Neymar já tinha colocado a bola na cal.

Infelizmente esta não marcação apenas piorou as coisas. Neymar passou a ser visto reclamando de tudo,  dos rivais, da arbitragem, de faltas não marcadas. Até xingar os rivais ele xingou . Acabou levando amarelo e mais uma vez se perdeu do jogo. Felizmente o gol de Coutinho no finzinho (com participação de todo o ataque, exceto Neymar) acabou com a pressão. E ainda teve tempo para Douglas Costa dar de presente o segundo gol para Neymar. Como o craque precisava disso.

Deu certo
Neymar passou a ter muito mais possibilidade para chegar na área após a entrada de Douglas Costa. 

Não deu certo 

Infelizmente Neymar estava irritadiço, ao seu estilo de reclamar com a arbitragem e perder o foco do jogo. Isso acabou comprometendo a sua participação na etapa final, que poderia  ter sido muito mais efetiva.

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