Audiência vazia marca debate sobre impactos da construção da Arena MRV

Apenas três vereadores e dois representantes dos moradores discutiram as consequências da edificação do estádio do Galo

Apenas 20 pessoas estiveram presentes na audiência de debate sobre impactos da construção da Arena MRV
Apenas 20 pessoas estiveram presentes na audiência de debate sobre impactos da construção da Arena MRV (Foto: Jair Amaral / EM D.A. Press)

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O impacto que a construção da Arena MRV causará na cidade de Belo Horizonte foi discutido em uma audiência pública nesta terça-feira. No Plenário Amynthas de Barros da Câmara Municipal, apenas três vereadores estiveram presentes, são eles Gabriel Azevedo (PHS), Preto (DEM) e Álvaro Damião (PSB), ainda assim, o último deixou a sessão mais cedo e não ouviu a opinião dos habitantes do bairro Califórnia, onde será construído o estádio.

Segundo informações do Superesportes, apenas 20 pessoas estiveram presentes no plenário, entre elas assessores e jornalistas. Membros da Prefeitura de Belo Horizonte, do Atlético-MG, da BH Trans e da MRV Engenharia foram convidados, porém não compareceram a audiência, que começou as 10h30 e foi encerrada às 11h10.

De acordo com a assessoria de comunicação do Galo, os representantes do clube não foram ao local porque o tema da audiência envolve assuntos que não ainda não foram enviados oficialmente pela Prefeitura à Câmara. O projeto será encaminhado pelo prefeito de BH e ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, aos vereadores, para que então haja uma discussão oficial com os membros envolvidos. Espera-se que a nova audiência seja realizada até o final de novembro, para que haja a votação na Casa em seguida. A visão dos moradores do bairro Califórnia foi representada por duas pessoas que habitam o local.

- Muitas pessoas acham que virão muitos benefícios, enquanto outros acham que o bairro será muito prejudicado com a construção do estádio. Mas estas discussões estão em fase embrionária, porque ainda não existe um projeto pronto. Então, não tem como opinar sem saber em cima de que precisamente. Por isso, é importante o Atlético, a prefeitura, a MRV, todos os setores envolvidos, apresentarem à comunidade o projeto do estádio e todas as compensações que virão junto com ele - declarou o presidente da associação de moradores do Conjunto Califórnia, Júlio César Teixeira, que continuou seu discurso.

- A gente vai chamar a atenção dos outros líderes para que nas outras reuniões estejam presentes. Depois que a obra estiver concluída, não adianta reclamar. Então, vamos discutir enquanto está no processo de construção. Opinião popular pode influenciar muito sim, a gente sabe disso. Então, vamos aproveitar as oportunidades que estão sendo dadas para depois a gente não chorar o leite derramado - concluiu.

Representando a Comissão Municipal de Acompanhamento e Fiscalização da Execução do Orçamento Participativo, Maria Aparecida Bayão revelou as principais preocupações dos moradores, citando a possível complicação no trânsito da região.

- Nós temos preocupação de uma cidade melhor, não sou contra o estádio, mas a nossa preocupação é que a Câmara chame mais a população para discutir na base, não temos um projeto de segurança, não temos um projeto viário, que é seríssimo. A própria avenida Amazonas vai ficar sobrecarregada, o próprio Anel lá em cima é pequeno e não vai comportar este movimento de transporte e isso tem que ser revisto - disse a moradora mencionando as principais vias que cercam o bairro Califórnia: Anel Rodoviário, Avenida Amazonas e Via Expressa.

O vereador Gabriel Azevedo (PHS) declarou que deve-se analisar com cautela as condições em que a Arena será erguida e os benefícios que trará para a cidade, por conta disso é importante ouvir os habitantes do local.

- A construção da Arena MRV é uma operação urbana, isso quer dizer que o clube recebe o direito de construir mediante a medidas a serem compensadas para a cidade. Serão obras que beneficiam a população. Se isso vai acontecer é importante escutar a população, as pessoas que estão no entorno, para entender o que as pessoas querem para estes lugares.

As mudanças estruturais que ocorreram após a reforma no Independência, durante o período de reformas dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, também entraram na lista de preocupações que os envolvidos na construção da Arena devem manter. Principalmente por conta das reclamações frequentes dos moradores locais referentes a postura dos torcedores que vão ao estádio e a interdição de ruas que ficam no entorno do Independência, o que prejudicaria a qualidade de vida dos moradores.

- Assim que o projeto for enviado à prefeitura solicitando o seu licenciando, tenho certeza que as comissões temáticas da Casa irão trabalhar, assim como o executivo municipal, para termos um estádio sólido, moderno para não acontecer o que aconteceu com a arena Independência, que é uma dor de cabeça diária. Os moradores do Horto sofrem muito, principalmente em dia de jogos, quando as pessoas não podem entrar em suas casas, são proibidas de transitar, torcedores urinam nas portas das casas, não tem infraestrutura, não tem nada. Então, teremos tempo de discutir e indicar os problemas do Independência - disse o vereador Preto (DEM).

Enquanto isso, no futebol, o Galo se prepara para enfrentar a Chapecoense, às 19h desta quarta-feira, no Independência. A partida é válida pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro e a equipe mineira volta aos treinos na tarde desta terça para encerrar sua preparação para o confronto.

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