Técnicos no Brasil, argentinos se juntam no comando da seleção

Marcelo Mendez convidou Horácio Dileo para ser assistente da seleção argentina masculina

Horácio é o comandante do time de Campinas
Horácio é o comandante do time de Campinas (Marcos Ribolli/Divulgação Vôlei Renata)

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A relação entre Marcelo Mendez e Horácio Dileo já dura quatro décadas. Jogaram nas categorias de base, ganharam o mundo como treinadores e nos últimos anos fizeram do Brasil a residência. Mendez em Montes Claros e depois Belo Horizonte. Dileo também passou por Belo Horizonte, além de Maringá e agora Campinas. As famílias se aproximaram, os laços se estreitaram e os duelos como treinadores apenas reforçaram o respeito que um tem pelo outro.

De 2019 em diante, Mendez e Dileo passam a trabalhar juntos na seleção argentina masculina. O comandante do Sada/Cruzeiro substituirá Julio Velasco e terá o técnico do Vôlei Renata como um dos seus assistentes.

Ao ser convidado, Dileo quis tirar uma dúvida antes de dizer sim.

– A primeira coisa que eu quis saber era se o convite tinha alguma coisa a ver com amizade ou se era algo profissional. Ele foi claro: “Primeiro o lado profissional, depois nossa amizade”. Era um sonho nosso trabalhar juntos. Para mim é um orgulho muito grande poder ajudá-lo. Não tenho dúvidas que ele fará um trabalho fantástico na seleção argentina – falou Dileo ao Web Vôlei.

Apesar de o foco ainda ser a temporada de clubes, Marcelo Mendez e Horácio Dileo já planejam a estreia pela Argentina. O foco é a classificação olímpica para Tóquio-2020. Os hermanos estarão no grupo de Canadá, Finlândia e China. Apesar de os canadenses estarem à frente dos argentinos no ranking da FIVB, ninguém descarta a possibilidade de os sul-americanos vencerem a chave, carimbando o passaporte olímpico.

Além do classificatório para a Olimpíada, o ano ainda prevê as disputas da Liga das Nações, Pan-Americano de Lima, Sul-Americano e a Copa do Mundo. É a temporada mais extensa que as seleções terão no ciclo olímpico. E assim necessita de um planejamento especial.

– Será um ano muito difícil, muito longo. Vamos começar a treinar no dia 15 de abril e a última competição é a Copa do Mundo, no Japão, em 15 de outubro. Então precisamos desse compromisso dos jogadores. Estamos falando com eles sobre calendário, quando estarão disponíveis, quando se incorporam aos treinos… Graças a Deus, para mim, está sendo muito importante a recepção. O desejo que eles têm de jogar na seleção é enorme. E isso nos dá uma força muito grande – comentou o treinador do Vôlei Renata.

A aproximação com os atletas faz parte da primeira etapa do trabalho da dupla. Julio Velasco, o antigo treinador da seleção, teve problemas com vários jogadores. No último Campeonato Mundial, por exemplo, ele deixou no banco de reservas, em grande parte da campanha, o levantador Luciano de Cecco, o grande nome da atual geração, que vinha de uma bela temporada no vôlei italiano.

Sem querer polemizar com Velasco, Dileo falou sobre esse trabalho de reconquista da confiança dos atletas.

– Marcelo está falando com quase todos. Eu falei com alguns que ele me indicou. Perguntei sobre a disponibilidade de atuar pela seleção. A aceitação está sendo fantástica. Eles estão empolgados com o início de trabalho do Marcelo, do projeto. Sinceramente não posso falar sobre o que aconteceu no ciclo do Velasco. Estive completamente fora, não tenho relacionamento nenhum com ele, não sei o que pensa. Participei de dois seminários com ele uma vez, foram muito bons pra minha carreira, mas não sei como ele pensa, como age, como conduz. Para nós o que foi feito, foi feito e acabou. Para nós é uma história nova. Temos de fixar as pautas de trabalho do Marcelo, que são honestidade, trabalho e comprometimento. E depois vamos sonhar.

Com um sonho realizado, eles tem todo direito em sonhar com o próximo, visto que o material humano à disposição na Argentina empolga:

– Era um sonho nosso trabalhar juntos. É um orgulho muito grande para mim poder ajudá-lo. Não tenho dúvidas que ele fará um trabalho fantástico na seleção argentina. Hoje, a Argentina tem um presente e um futuro muito bons. Precisamos talvez de uma linha de trabalho, claramente colocada, colocar as ideias do Marcelo na quadra, que eles, os jogadores, entendam rapidamente.

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