Segunda casa de Dinamite, Portuguesa se despede do artilheiro que lhe ‘obrigou’ a enfrentar o Vasco em São Januário

Depois de 18 anos com a Cruz de Malta no peito, artilheiro foi emprestado à Lusa e em outubro de 1989 aconteceu o que ele não queria: visitou sua eterna casa como adversário

Roberto Dinamite - Portuguesa
Após 18 anos na Colina, Dinamite acabou emprestado à Lusa em 1989 (Foto: Acervo/Museu da Lusa)

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Maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite, falecido aos 68 anos neste domingo (8), recebeu condolências da Portuguesa, primeira equipe depois do clube da Colina no Brasil que pôde contar com seu futebol, em 1989.

Em nota oficial, a equipe do Canindé prestou sua última homenagem ao artilheiro.


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- A Associação Portuguesa de Desportos, consternada, lamenta o falecimento de Roberto Dinamite. Carlos Roberto de Oliveira nos deixou hoje, mas seu legado no futebol e sua passagem na Portuguesa de Desportos sempre será lembrada. À família, aos amigos e aos fãs de Roberto Dinamite o nosso carinho neste momento de dor.

Dinamite jogou emprestado no clube paulista pelo Vasco o Campeonato Brasileiro daquele ano. Na ocasião, por conta da contratação midiática de Bebeto, o cruz-maltino viu que seu maior artilheiro, então considerado um veterano, com 35 anos, ficaria sem espaço e, ao invés de deixá-lo na reserva, decidiu ceder seu futebol temporariamente à outra equipe.

Segundo reportagem da revista 'Placar', nada menos que nove clubes procuraram o Vasco interessados em ter Dinamite naquela edição da competição nacional. A Lusa foi a escolhida pela boa relação que havia entre as duas diretorias.

O então mandatário vascaíno, Antônio Soares Calçada, apontou que a decisão foi pautada principalmente pelo fato das duas equipes terem raízes portuguesas. Oficialmente, contudo, quem fez Dinamite optar pela Lusa foi o técnico Antônio Lopes, outro ícone da Colina, que era o técnico do clube paulista e foi o responsável pela aproximação entre os dirigentes.

No Canindé, Dinamite conquistou uma das maiores médias de gols de um centroavante na história rubro-verde. Foram nove gols em 18 partidas, marca que o deixou como o terceiro maior artilheiro daquela edição do Brasileirão e fez a Portuguesa alcançar um sétimo lugar na classificação geral, até então sua melhor posição na história da competição.

De todos esses jogos, contudo, nenhum foi mais dolorido para o artilheiro que o do dia 21 de outubro, quando com a camisa lusitana foi a São Januário enfrentar justamente o Vasco, fato inédito até então.

A torcida teve uma recepção calorosa ao ídolo, lhe cobrindo de homenagens e gritando seu nome em coro nas arquibancadas.

Ao final do empate em 0 a 0, Dinamite, não escondeu a estranha sensação que vivia naquele dia.

- Eu não digo que foi uma tarde especial. Eu não gostaria de ter essa tarde.

O Vasco acabaria bicampeão nacional e seu maior ídolo retornaria no ano seguinte para o seu lugar, não sem antes deixar marcas de carinho e admiração à parcela paulista da colônia.

Roberto Dinamite enfrenta o Vasco
Dinamite enfrenta o Vasco, em São Januário: dia inesquecível, para o bem, ou para o mal (Foto: Reprodução)

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